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Melhoria
Hospital da Rede Ebserh/MEC em Brasília abre 10 leitos de saúde mental e amplia vagas de hemodiálise
Brasília (DF) – A pintura na parede, que colore o quarto e dá esperança para a paciente que fez o desenho, revela a missão do novo serviço do Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB/Ebserh): a Enfermaria de Saúde Mental, que oferece cuidado humanizado, integral e multiprofissional para casos de transtornos psiquiátricos graves. São 10 leitos de internação, sendo 9 para pacientes encaminhados pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) e 1 para uso interno do HUB.
Em funcionamento desde o dia 2 de dezembro de 2020, a unidade foi inaugurada nesta quarta-feira (13), durante cerimônia transmitida ao vivo pela internet. O evento também marcou oficialmente a ampliação da hemodiálise do HUB, que quadruplicou o número de vagas nos últimos meses, passando de 28 para 120.
Os recursos para os serviços foram viabilizados principalmente pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), estatal vinculada ao Ministério da Educação que administra o HUB. “A administração central da Ebserh existe para conjugar dois verbos: apoiar e proteger (os hospitais universitários), mas hoje também destaco agradecer e parabenizar, direcionado a todos que fizeram desse intento uma realidade”, declarou o presidente da empresa, Oswaldo Ferreira.
“Estamos entregando para a comunidade a ampliação de serviços com alto valor para a saúde pública e a formação de pessoas, além do marco histórico da primeira enfermaria em saúde mental do HUB, de forma articulada com a rede de atenção à saúde do Distrito Federal”, afirmou a superintendente do HUB, Elza Noronha.
A cerimônia contou ainda com a reitora da Universidade de Brasília (UnB), Márcia Abrahão, e do secretário de Saúde do DF, Osnei Okumoto.
A Enfermaria de Saúde Mental
O serviço atende pacientes com mais de 18 anos que estejam em crise decorrente de algum transtorno mental grave, cujo tratamento ambulatorial já não traria benefício. É o caso de pessoas com alto risco de suicídio, comportamento agressivo ou ainda quem perdeu a capacidade de tomar decisões por conta própria, colocando em risco sua integridade e patrimônio.
O trabalho é multidisciplinar, incluindo a família, e visa devolver a autonomia do paciente para sua reinserção na sociedade, evitando reinternações. Depois da alta, o tratamento tem continuidade nos ambulatórios de psicologia e psiquiatria do próprio HUB ou nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). “No caso do paciente com transtorno mental grave, a família toda adoece junto. Por isso, o envolvimento da família é fundamental”, explica o psiquiatra e responsável técnico do serviço, Mário Gonçalves.
A enfermaria conta com espaço de convivência, área de lazer, sala para atendimento familiar e consultório. Os pacientes participam de uma programação variada, que inclui oficinas de horta, artesanato, autocuidado e beleza, artes e expressão, música, cinema, além de grupos sobre família e sentimentos, jogos, leitura, caminhada, cinema e karaokê. “Além de terapêuticas, as oficinas são lúdicas para que os pacientes não fiquem apenas nos leitos, mas desenvolvam habilidades sociais, compromisso e responsabilidade, facilitando a ressocialização”, afirmou a chefe da Unidade Psicossocial, Silvia Barros.
A equipe é formada por médicos de várias especialidades, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, assistente social, terapeuta ocupacional, psicólogo, professores da Universidade de Brasília (UnB) e residentes. Ao todo, são 53 profissionais, que passaram por treinamento para atuar no setor, como curso de intervenção em crises psiquiátricas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu-DF), jornada sobre saúde mental e capacitação específica para a equipe de enfermagem.
A enfermaria fica no térreo da Unidade 1 e é isolada dos demais serviços do hospital, com acesso restrito, garantindo a segurança de profissionais e pacientes. Para adequar o espaço, houve o investimento de R$ 130 mil em reformas e reparos, aquisição de camas e equipamentos. O recurso é da Ebserh e do contrato de serviços firmado com a SES-DF. “O Brasil e o mundo já vêm acompanhando o aumento da incidência de transtornos mentais, que se intensificou com a pandemia. Agora é ainda mais importante dar esse suporte à sociedade”, reforçou o chefe da Divisão de Gestão do Cuidado, Luciano Talma.
A Hemodiálise
O HUB iniciou 2020 com capacidade para atender 28 pacientes, mas no começo de 2021 as vagas já tinham quadruplicado, passando para 120. A expansão ocorreu de forma gradual ao longo do último ano, com a aquisição de 22 novas máquinas, a reforma do espaço e a ampliação da equipe e do horário de atendimento.
O investimento foi de R$ 1,1 milhão, sendo 959 mil em equipamentos e R$ 117 mil em adequações físicas. Os recursos foram provenientes de emenda parlamentar e da Ebserh. Após remanejamentos internos e contratações emergenciais, a equipe de profissionais teve acréscimo de 5 médicos, 7 enfermeiros e 10 técnicos em enfermagem, além de fisioterapeutas.
“É uma grande satisfação ter contribuído com o enfrentamento da pandemia, desospitalizando mais de 139 pacientes egressos de UTI, por meio da ampliação do serviço”, afirmou a chefe da Unidade do Sistema Urinário, Lucyana Bertoso. O HUB também atende pacientes que dependem da diálise na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em casa e no Pronto-Socorro.
A hemodiálise é uma terapia que funciona como um rim artificial. Uma máquina filtra e limpa o sangue do paciente, fazendo parte do trabalho que o rim doente não pode fazer e retirando do corpo os resíduos prejudiciais à saúde, como excesso de sal e de líquidos. É um procedimento que dura em média quatro horas e deve ser feito três vezes por semana.
Com informações do HUB-UnB/Ebserh