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Huap-UFF
Hospital da Ebserh em Niterói (RJ) retoma mamografias com equipamento de R$ 2 milhões
O novo equipamento incorpora a tecnologia de tomossíntese mamária, também conhecida como mamografia 3D, que permite a visualização da mama em camadas finas, criando uma imagem tridimensional de alta definição.
Niterói (RJ) – O Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap-UFF), administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), retomou neste mês a realização de exames de mamografia, graças à instalação de um novo mamógrafo, adquirido com investimento de cerca de R$ 2 milhões, por meio de recurso pactuado no Acordo Organizativo de Compromisso (AOC) com a Ebserh, em 2024.
A mamografia é o principal exame para rastreamento precoce do câncer de mama, doença que registra crescimento contínuo no Brasil e no mundo. Estimativas apontam que, entre 2023 e 2025, mais de 74 mil novos casos devem ser diagnosticados anualmente no país, com cerca de 18 mil mortes por ano, o que reforça a urgência da detecção precoce como estratégia para salvar vidas.
Segundo a chefe do Serviço de Mastologia do Huap, Julia Dias, o novo mamógrafo instalado no hospital será essencial para agilizar o tratamento das pacientes com câncer de mama. “Existem alterações que aparecem apenas na mamografia. Para conseguirmos retirar corretamente a área comprometida, precisamos fazer uma marcação pré-cirúrgica com fio, guiada pela imagem, e confirmar que a área foi retirada. Isso só é possível com o mamógrafo em funcionamento”, afirma. Ela destaca ainda que muitas pacientes precisam repetir exames para atualizar imagens antigas, o que é fundamental para o planejamento cirúrgico adequado.
Mamografia 3D
O novo equipamento incorpora a tecnologia de tomossíntese mamária, também conhecida como mamografia 3D, que permite a visualização da mama em camadas finas, criando uma imagem tridimensional de alta definição. De acordo com a médica radiologista do hospital, Márcia Valentina de Azevedo, a tomossíntese melhora significativamente a precisão diagnóstica, sendo capaz de detectar até 30% mais casos de câncer em comparação com a mamografia convencional. “Ela ajuda a identificar tumores menores, reduz o número de reconvocações e biópsias desnecessárias, e é especialmente eficaz em pacientes com mamas densas, onde o diagnóstico costuma ser mais difícil”, explica. A associação da tomossíntese com a mamografia 2D também resulta em imagens de maior qualidade e melhor caracterização das lesões, contribuindo para decisões clínicas mais assertivas.
O novo equipamento também reforça a capacidade do hospital em acompanhar pacientes já tratadas, que permanecem sob vigilância por até cinco anos após a cirurgia. Para Julia, esse acompanhamento precisa ser feito por profissionais experientes, com conhecimento das alterações específicas em pacientes que já passaram por procedimentos. “Ter o mamógrafo funcionando no hospital vai com certeza melhorar a agilidade e a qualidade, tanto do ponto de vista diagnóstico quanto do tratamento e do acompanhamento”.
A aquisição do dispositivo de mamotomia por estereotaxia, que permitirá a realização de biópsias mais precisas e menos invasivas diretamente no mamógrafo, também está prevista no planejamento do hospital. Segundo o chefe do Setor de Engenharia Clínica do Huap, Yasser Issmail, o planejamento dessa aquisição ocorreu de forma concomitante ao do novo mamógrafo. O equipamento já está homologado em Ata e depende agora da disponibilidade de recurso orçamentário para que a nota de empenho seja emitida e a compra efetivada.
De acordo com a radiologista Ana Paula Vasconcelos, essa técnica moderna evita cirurgias desnecessárias em casos benignos e permite, quando há confirmação de câncer, um planejamento cirúrgico mais conservador. “A mamotomia coleta uma maior quantidade de tecido com melhor qualidade para análise, reduz o tempo do procedimento para até 60 minutos e causa menos impacto estético e físico para a paciente”, explica. Quando incorporada, a nova funcionalidade representará um avanço importante nos protocolos diagnósticos do hospital.
Segundo Yasser Issmail, o processo de aquisição e instalação do novo mamógrafo levou cerca de dez meses, desde o planejamento até a conclusão do treinamento das equipes. Para garantir o pleno funcionamento do equipamento, foram incluídos três anos de garantia de fábrica, com manutenções corretivas e preventivas. “Optamos por aproveitar o mesmo espaço do equipamento anterior, fazendo as adequações conforme as orientações do fabricante. Nosso time de Engenharia Clínica e Física Médica já concluiu os testes de aceitação e de controle de qualidade. Estamos prontos para operar com segurança e eficiência”, destaca o chefe do Setor de Engenharia Clínica.
A chegada do novo mamógrafo também abre caminho para novos protocolos de investigação e tratamentos menos invasivos. A chefe do Serviço de Mastologia, Julia Dias, afirma que, com a funcionalidade de estereotaxia, o hospital poderá futuramente realizar biópsias percutâneas ambulatoriais por mamografia. “É um procedimento feito com agulha, que dispensa cirurgia. Isso facilita o diagnóstico e traz mais conforto para as pacientes”.
Sobre a Ebserh
O Hospital Universitário da Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense (Huap-UFF) faz parte da Rede Ebserh desde o início de 2016. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Felipe Monteiro
Coordenadoria de Comunicação Social da Rede Ebserh