Relatos e Historias
HUMANIZAÇÃO
Ensaio fotográfico transforma internação em momento mágico
Rio de Janeiro (RJ) - Internada há mais de 40 dias na Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ME-UFRJ), Thamires Fernandes Peixoto, 36 anos, já estava conformada que não ia dar para fazer as fotos dessa gravidez. Por conta do diagnóstico de bolsa rota, hipertensão e diabetes, por segurança, ela só poderia ir pra casa depois do parto. Mesmo resignada, a vontade de fazer as fotos da gravidez do Antony persistia. "Mas fazer fotos no hospital não tem muita graça, não tem nem ambiente, a gente fica de roupão o tempo todo", pensava.
Bolsa rota é quadro quando há o rompimento precoce da bolsa amniótica, antes do trabalho de parto, podendo trazer complicações para a mãe e o bebê. Thamires estava com 28 semanas de gestação quando foi internada, e a recomendação médica era esperar chegar a 34 semanas para realização da cesárea. Porém, até lá, surpresas estavam por vir.
"Thamires é uma gestante que está numa internação prolongada, e a gente acaba criando um vínculo, um carinho. Ela está no terceiro trimestre de gravidez dentro do hospital e a gente tenta animar um pouquinho. A gente conversa bastante durante os exames de rotina, empresto livros para ajudar a distrair", relata a técnica em enfermagem Raquel Marques.
Criatividade e carinho para realizar um sonho
Sabendo do desejo de Thamires sobre as fotos, Raquel teve a ideia de aproveitar a decoração de Natal que é criada todo ano por Alice Melo, também técnica de enfermagem. Pronto, o cenário estava resolvido! Combinaram de alguém da família trazer um vestido, Raquel fazer a maquiagem, e as fotos ficariam por conta da enfermeira Luciana Alexandre. Equipe completa para criar um dia mágico.
"Eu fiquei dirigindo, sugerindo as cenas e tal. Estava calor e fiquei segurando o ventilador para ela, falando gracinhas para ela rir, foi muito divertido. Assim, ela amou, foi especial pra ela e pra gente também, né?", lembra Raquel.
Humanização que faz diferença na experiência hospitalar
Thamires se sentiu acarinhada pelo capricho da equipe e ganhou as fotos tão desejadas, tal como fez nas duas gestações anteriores. "A gente sempre espera tirar foto com a barriga grande, né? Gostei muito de consegui fazer nessa gravidez também. Fiquei muito feliz, me maquiaram, fizeram meu cabelo. As fotos ficaram muito boas, o pessoal de casa amou também", diz, sorridente.
Pelo jeito, vai ser uma lembrança pra vida inteira. "Foi um dia muito engraçado, as meninas descontraíram, parecia um ensaio de verdade mesmo. Foi muito bom, um dia diferente, nem parecia que estava num hospital. É ruim ficar hospitalizada, mas aqui a gente sente um amor, sente o carinho das pessoas. Vai ficar na lembrança esse dia e todos daqui", conta.
Sobre a Ebserh
A Maternidade Escola faz parte do Complexo Hospitalar da UFRJ, gerido pela Ebserh desde 2024. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Claudia Holanda
Coordenadoria de Comunicação Social da Rede Ebserh