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HC-UFTM
Criança de 12 anos volta para casa depois de mais de uma década internada no Hospital da Rede Ebserh em Uberaba (MG)
Uberaba (MG) – A pequena Maria Nicolle, que passou praticamente toda a vida hospitalizada, vive um novo capítulo. Aos 12 anos, ela deixou, no dia 26 de junho, a internação prolongada no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), vinculado à Rede Ebserh, para continuar o tratamento em casa com acompanhamento multiprofissional e equipamentos especializados. A desospitalização foi viabilizada após a vitória da mãe, Shirlene Fernandes, em uma longa batalha judicial pelo direito ao cuidado domiciliar.
Momento aguardado por mais de uma década
Para Shirlene, a saída da filha do hospital é mais do que uma conquista: é um recomeço. “Posso dizer que é um renascimento, porque eu nunca pensei que esse dia ia chegar”, afirmou. A preparação para esse retorno é repleta de emoção: “Estou comprando lençol, roupa de cama, arrumando cama, arrumando quarto, pondo papel de parede... É uma criança que está renascendo de novo, entendeu? Está voltando pra casa”.
Desde que Nicolle foi internada, aos sete meses de vida, Shirlene esteve ao lado da filha diariamente. “Isso aqui é a minha casa também, é a minha segunda casa. Eu chegava aqui duas horas da tarde e só saía 11 horas da noite. Todo dia, durante 12 anos”, contou. Apesar dos altos e baixos do tratamento, ela mantém a gratidão pelo acolhimento recebido no hospital: “O hospital cuidou muito bem da minha filha. Foi muito difícil no começo até ela estabilizar, mas graças a Deus ela estabilizou”.
Atenção contínua e multidisciplinar
Segundo o médico Cláudio Araújo Faria, o caso de Nicolle exigiu acompanhamento constante e cuidados complexos. “Ela chegou no pronto-socorro com sete meses e foi perdendo os movimentos, a parte respiratória... precisou de oxigênio, traqueostomia, gastrostomia. Ficou anos na UTI antes de ser transferida para a enfermaria”, explicou. Durante esse período, a equipe do hospital — incluindo fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, psicólogos, enfermeiros e médicos — esteve presente diariamente. “Ela recebeu esses cuidados multidisciplinares durante todo esse tempo. E hoje, com o apoio do convênio, conseguimos realizar esse sonho e chegar nessa alta hospitalar”, completou.
Cuidado em casa com estrutura garantida
A pediatra Mariana Andrade Lopes Mendonça reforçou que a desospitalização foi possível devido à estabilidade clínica da paciente. “A Maria vem ficando bem estável, não tem nenhuma intercorrência ou quadro infeccioso. Ela vai receber em casa o mesmo suporte que recebe aqui”, afirmou. O plano inclui não apenas os equipamentos médicos necessários, como também visitas periódicas de equipes especializadas. Mariana também destacou o papel da mãe nesse processo: “A mãe sabe cuidar muito bem dela. Agora, ela vai entrar na rotina da família e seguir com os cuidados que já recebe aqui”.
Presença, memória e afeto
Enquanto se prepara para a nova etapa, Shirlene carrega consigo lembranças marcantes vividas dentro do hospital. “Todos os aniversários eu fiz. Na UTI também, com restrições, mas fiz. Nunca deixei de fazer nenhum. Natal a gente comemorava aqui. Dia das Crianças a gente comemorava aqui”, relembrou. Em meio a lágrimas de alegria, ela celebra a vitória que marca o início de uma nova fase para Nicolle e para toda a família.
Sobre a Ebserh
O HC-UFTM faz parte da Rede Ebserh desde janeiro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Felipe Monteiro, com colaboração de Ana Luiza Cassimiro
Coordenadoria de Comunicação Social da Rede Ebserh