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Nova gestão no Complexo Hospitalar da Ebserh no Rio de Janeiro tem foco na ampliação de cirurgias
Mudanças vão desde a implantação de almoxarifado e farmácia satélite até o “Bate-Mapa”, reunião diária com equipes do centro cirúrgico para alinhar necessidades de procedimentos previstos para o dia seguinte.
Rio de Janeiro (RJ) – A partir da implementação de uma série de medidas após a adesão do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (HUCFF-UFRJ) à rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), houve uma redução do número de suspensões de cirurgias. Historicamente, nos últimos três anos, esse número ficava entre 35 e 40%. Atualmente, esse número caiu para 28%.
Os resultados positivos começaram a aparecer após a remodelação dos processos do centro cirúrgico do HUCFF-UFRJ. Após a adesão do hospital à Ebserh, foi criado um grupo de trabalho para reestruturação do centro cirúrgico, seguindo o modelo de gestão da estatal. “A gente queria que, logo num primeiro momento, o trabalho tivesse impacto na qualidade e na segurança da assistência”, relata a chefe do Setor de Gestão da Qualidade do Complexo Hospitalar da UFRJ, Christiany Moçali Gonzalez.
Medidas implementadas
Para dar andamento ao plano de ação, o grupo de trabalho se reúne semanalmente para analisar o que vem dando certo e o que precisa melhorar. Esses encontros têm um amplo quórum com representantes da divisão de Gestão do Cuidado, da Gerência de Atenção à Saúde, da divisão de Enfermagem, da unidade do bloco cirúrgico, da divisão médica, da unidade de anestesia, da unidade de cirurgia geral e do Núcleo Interno de Regulação.
A reestruturação dos processos resultou na adoção de medidas que, juntas, ajudaram a diminuir o número de suspensões de cirurgias, como a implantação de almoxarifado e da farmácia satélite, que resultou em melhoria na dispensação e controle de medicamentos e insumos como também a reorganização e padronização das salas cirúrgicas, melhorando a disposição de equipamentos e materiais, aumentando a eficiência.
Além dessas providências, também houve melhoria no processo de identificação de materiais para anatomia patológica, mediante a implementação de um sistema de etiquetagem padronizado. Essa ação contribuiu para redução de inadequações na identificação de materiais. Ainda foi implantado, junto ao Núcleo Interno de Regulação (NIR), a central de marcação cirúrgica, mediando o serviço de assistência e o paciente. “Antes, era o residente que agendava, hoje esse processo está mais institucionalizado”, explica a Chefe de Unidade de Bloco Cirúrgico e Processamento de Material Esterilizado do Complexo Hospitalar, Cassia da Conceição Melo Duarte.
Outra intervenção importante que contribuiu para a redução do número de suspensões foi o “Bate-Mapa”, que é uma reunião diária com equipes do centro cirúrgico para alinhar as necessidades das cirurgias previstas para o dia seguinte. “Conseguimos alinhar melhor os processos e as necessidades de cada cirurgia. Temos ainda muitos desafios, mas já conseguimos esse resultado com a colaboração de todos, foi um trabalho conjunto”, destaca Keroulay Estebanez Roque, Chefe da Divisão de Enfermagem do CH-UFRJ.
O “Bate-mapa” melhorou a organização do movimento cirúrgico e a comunicação entre a equipe. O objetivo é se antecipar às condições para aquela cirurgia aconteça de forma segura. “Quando a gente identifica que determinada cirurgia não pode acontecer, seja por algum insumo ou condição clínica do paciente, buscamos agendar um outro paciente que esteja em plena condição de realizar. Assim, estamos conseguindo dar mais dinamismo ao centro cirúrgico e fazer uma gestão melhor”, analisa Cássia.
Plano para modernização da parte física está em curso
Hoje em dia, o HUCFF realiza de 15 a 20 cirurgias por dia, de todos os tipos. Segundo a Chefe do Setor de Gestão da Qualidade do Complexo Hospitalar da UFRJ, Christiany Moçali Gonzalez, o hospital tem potencial para aumentar esse número, após a modernização da parte física.
Está em andamento o escaneamento de toda área física do centro cirúrgico. A partir desse trabalho, vai ser possível criar um projeto de melhoria estrutural. “Já existe um escritório de projetos que vai desenvolver, junto com a equipe assistencial, o projeto de reforma”, adianta.
Sobre a Ebserh
O Complexo Hospitalar da UFRJ faz parte da rede Ebserh desde junho de 2024. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Claudia Holanda, com edição de Raoni Santos
Coordenadoria de Comunicação Social da Rede Ebserh