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DERMATOLOGIA
Ativos que fazem a diferença: profissionais da Rede Ebserh dão dicas para atenuar e prevenir o envelhecimento da pele
Brasília (DF) – Existem diversas abordagens na dermatologia para atenuar e prevenir o envelhecimento da pele. Uma das mais eficazes envolve o uso de substâncias ativas presentes nos cosméticos, que auxiliam tanto na prevenção quanto no tratamento dos sinais da idade.
De acordo com a dermatologista Fátima Brito, chefe do Serviço de Dermatologia do Hospital das Clínicas da UFPE/Ebserh, os ativos mais eficazes incluem retinóides, peptídeos, fatores de crescimento, ácido hialurônico de baixo peso molecular, niacinamida, antioxidantes avançados, exossomos e ceramidas. Também ganham destaque o bakuchiol — uma alternativa natural e segura ao retinol — e os hidroxiácidos, que promovem esfoliação suave e eficaz.
"Esses ativos agem estimulando a produção de colágeno, oferecendo ação antioxidante, hidratação profunda, esfoliação química, efeito anti-inflamatório e clareamento de manchas", explica a dermatologista.
A dermatologista Patrícia Amaral Couto, do Hospital Universitário Getúlio Vargas da Universidade Federal do Amazonas (HUGV-Ufam/Ebserh), destaca que, nos últimos anos, a dermatologia tem explorado substâncias inovadoras que não apenas retardam os sinais do tempo, mas também promovem a regeneração celular.
Segundo Fátima Brito, as tendências futuras na área incluem peptídeos de nova geração, derivados de vitamina A com menor potencial irritativo, cosméticos personalizados, encapsulamento de ativos, biohacking cutâneo — uso da ciência e tecnologia para otimizar os processos biológicos da pele — e a integração com tecnologias emergentes, como inteligência artificial e dispositivos domésticos inteligentes.
Patrícia Amaral ressalta que a dermatologia antienvelhecimento tem evoluído de estratégias puramente preventivas para abordagens ativas de regeneração celular. “A combinação de substâncias inovadoras, técnicas injetáveis e hábitos saudáveis garante resultados mais duradouros e eficazes”.
Além dos cosméticos, o estilo de vida desempenha um papel fundamental no metabolismo celular e na resposta aos ativos tópicos. Uma alimentação rica em polifenóis — antioxidantes naturais encontrados no açaí, frutas vermelhas, chá verde e cúrcuma — fortalece a defesa antioxidante endógena. Evitar o consumo de açúcar e alimentos ultraprocessados reduz a formação de produtos da glicação avançada (AGEs), que comprometem a função do colágeno. Ter um sono adequado e controlar o estresse também favorecem a reparação celular e a redução dos níveis de cortisol, hormônio que acelera o envelhecimento cutâneo.
"O uso de antioxidantes é fundamental para proteger a pele dos danos causados pelos radicais livres, principais responsáveis pelo envelhecimento precoce, manchas e perda de elasticidade", ressalta Fátima.
A idade ideal para iniciar o uso desses ativos costuma ser a partir dos 25 anos, quando se inicia o processo natural de envelhecimento da pele. Contudo, é essencial considerar as contraindicações e as necessidades específicas de cada tipo de pele. Patrícia exemplifica: “Para peles sensíveis, é indicado o uso de retinaldeído ou bakuchiol em vez do retinol puro. Já gestantes e lactantes devem evitar derivados da vitamina A e a hidroquinona. Em peles acneicas, recomenda-se priorizar niacinamida, ácido salicílico e produtos oil-free.”
Quanto à forma de aplicação, a médica explica que a eficácia dos ativos depende da velocidade de absorção e da via de administração. “Cremes e séruns são indispensáveis para ação localizada, especialmente com ativos como retinóides, antioxidantes e peptídeos. Injetáveis, como bioestimuladores, exossomas e ácido hialurônico reticulado, promovem regeneração em camadas mais profundas da derme. Já os suplementos orais — como colágeno hidrolisado e resveratrol — oferecem benefícios sistêmicos, reduzindo inflamações e o comprometimento da elasticidade e tonicidade da pele ”, finaliza Patrícia.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Maria Carvalho, com edição de Ludmila Wanbergna e Alexsandra Jácome
Coordenadoria de Comunicação Social da Rede Ebserh