COP 30 ComCiência
Saiba como o Museu Goeldi está presente na COP-30
Como instituição científica mais antiga da Amazônia, com produção de conhecimentos e construção de acervos únicos, reconhecidos nacional e internacionalmente, o Museu Paraense Emílio Goeldi reafirma seu compromisso com os povos da região e com o equilíbrio climático do planeta durante a COP-30, que será realizada pela ONU em Belém, no próximo mês de novembro.
Prestes a completar 160 anos de fundação, o Museu Goeldi tem contribuído com a sociedade, ao longo de todo este ano de 2025, promovendo uma agenda científica sólida; estabelecendo parcerias para a exibição de mostras culturais; e estreitando interlocuções para acolher delegações do Brasil e exterior em suas bases físicas na capital paraense.
Agenda científica
De maio a setembro, a instituição promoveu uma série de sete encontros intitulados Diálogos com Ciência. Todas as programações foram realizadas no Campus de Pesquisa, no bairro da Terra Firme, e contaram com transmissão online, por meio do canal do Museu Goeldi no Youtube, ampliando a oportunidade de participação pública e garantindo um repositório para futuras consultas.
Cada encontro sintetizou questões estratégicas sobre o enfrentamento da crise climática mundial, incluindo porta-vozes da ciência, da sociedade civil organizada e da administração pública, com participação de jornalistas convidados.
O Museu Goeldi entregará publicamente um documento-síntese com as contribuições compartilhadas durante a série de diálogos, oferecendo a gestores e toda a sociedade alguns dos caminhos fundamentais a serem seguidos diante dos desafios climáticos em curso.
Atividades culturais
O Museu Goeldi disponibiliza ao público, a partir deste segundo semestre de 2025, novas exposições com sede em suas unidades físicas de Belém. E também estabeleceu parcerias para a exibição de mostras que se unem à agenda cultural da instituição, fortalecendo seu papel como um espaço onde ciência e arte se encontram para ampliar diálogos, sensibilidades e formas de conhecimento. Uma vez dentro do Parque Zoobotânico, o visitante tem acesso gratuito às mostras.
Dia 28 de setembro - A primeira exposição a ser entregue ao público é fruto da parceria com o Museu de Arte Urbana de Belém (M.A.U.B). Os muros do Parque Zoobotânico (São Brás) e do Campus de Pesquisa exibirão ao público a criatividade exuberante de artistas do Pará e de outros estados do país, com temas vinculados aos estudos e acervos da instituição.
Dia 3 de outubro - O Parque reabre suas portas depois de um intervalo nas visitações para obras em recintos de animais e estrutura física de prédios, e fará isso oferecendo à população o resultado da parceria com o Instituto Tomie Ohtake. A exposição “Um rio não existe sozinho” amplia o diálogo entre arte, arquitetura, ciência e comunidade, estimulando novas perspectivas diante da crise climática e promovendo uma troca que ultrapassa fronteiras disciplinares e geográficas.
Dia 17 de outubro - O Aquário Jacques Huber, localizado no Parque Zoobotânico (São Brás), abrigará mostra especial sobre o peixe-serra, espécie mais conhecida na região como espadarte. “Ahetxiê: um tesouro da costa amazônica” tem como curadores Patricia Charvet, Maria Ivaneide Assunção e Horácio Higuchi e o objetivo é sensibilizar o público sobre a importância da conservação do espadarte, já que o Brasil possui um dos últimos refúgios para a espécie. Além da importância ecológica, a mostra também aborda a importância cultural da espécie pela ótica do povo Caripuna, que associa o peixe à sua migração da costa para o interior do estado do Amapá.
Dia 4 de novembro - É a vez do resultado da parceria com Centro Cultural Vale Maranhão vir a público, no Centro de Exposições Eduardo Galvão, também dentro do Parque, com a exposição “Brasil Terra Indígena”. Será possível conferir um panorama sobre os povos indígenas do país. Com um acervo diversificado, incluindo materiais arqueológicos e objetos etnográficos, a mostra convida o público a refletir sobre diversidade cultural, direito à memória e território, e o protagonismo político indígena.
Dia 6 de novembro - Com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Museu Goeldi renova tanto a narrativa quanto a experiência do público na exposição “Diversidades Amazônicas”, priorizando a pluralidade amazônica e uma abordagem sensível, interativa e acessível.
Legado
Se, por um lado, o Museu Goeldi oferece um legado para a sociedade, quanto aos conhecimentos produzidos, aos acervos construídos e às relações estabelecidas com povos indígenas e populações tradicionais na Amazônia, a instituição também amplia este patrimônio material e imaterial por meio das novas parcerias oportunizadas pela realização da COP-30, em Belém. Exemplo disso são as reformas já em curso e as que estão projetadas para ocorrer após o evento.
Como unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o museu vai acolher o escritório do ministério dentro do Parque Zoobotânico, durante a agenda internacional. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) também instalará sua delegação no parque, assim como a Embaixada da Suíça. Já o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) vai situar a Casa Chico Mendes dentro do Campus de Pesquisa.
Como contrapartida a esta recepção, o Museu Goeldi recebe investimentos e obras para intervenções imediatas em seus prédios históricos e recintos de animais. Após o evento, haverá serviço de restauro e modernização das estruturas físicas.