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CNEN recebe missão da AIEA com foco em cooperação técnica
Comitiva com o diretor-geral da AIEA, Hua Liu, visitando o local onde será abrigado o Reator Multipropósito Brasileiro. Foto: Wander Roberto
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) recebeu em junho uma missão oficial do Departamento de Cooperação Técnica da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Esta é a primeira visita ao Brasil do diretor-geral adjunto, Hua Liu, que esteve acompanhado de Raul Ramirez Garcia, chefe da Divisão para América Latina e Caribe do mesmo departamento.
A missão faz parte de uma agenda mais ampla, que inclui visitas às unidades técnico-científicas da CNEN e encontros em centros estratégicos de pesquisa do País. O foco está voltado as ações de formação de pessoal especializado (capacity building), uma prioridade dos programas de cooperação da AIEA com o Brasil e outros países da América Latina.
No dia 26 de junho, os representantes visitaram o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), unidade vinculada à CNEN, localizado em São Paulo. Além dos projetos bilaterais em execução, foi apresentado o envolvimento do IPEN/CNEN em programas regionais, como os projetos do programa ARCAL (Acordo de Cooperação Regional para a Promoção da Ciência e Tecnologia Nuclear na América Latina e no Caribe), para o fortalecimento institucional e a qualificação técnica de profissionais da área nuclear.
“Estamos muito satisfeitos em visitar o IPEN e constatar de perto os esforços significativos que o Brasil, por meio da CNEN, vem realizando para promover as aplicações pacíficas da energia nuclear. O IPEN tem um papel estratégico não só para o País, mas para toda a região da América Latina e Caribe, contribuindo para o desenvolvimento de tecnologias que, com o apoio do programa de cooperação técnica da AIEA, podem ser transferidas e gerar benefícios sociais, econômicos e culturais em outros países. Nosso compromisso é seguir fortalecendo essa colaboração”, declarou Garcia.
O presidente da CNEN, Francisco Rondinelli Júnior, destacou a importância da cooperação técnica entre o Brasil e o organismo internacional. “Todos os nossos projetos de cooperação com a AIEA são conduzidos por meio do Departamento de Cooperação Técnica, incluindo aqueles vinculados ao acordo regional ARCAL, do qual o Brasil participa ativamente. Esta visita representa uma oportunidade estratégica para apresentar, presencialmente, os avanços alcançados com o apoio da agência. Os representantes demonstraram grande satisfação com o que viram”, reforça. Sobre os próximos passos de cooperação, Rondinelli declara: “já submetemos novas propostas de projetos para o próximo biênio e estamos confiantes com a aprovação”.
Durante o encontro, a diretora e superintendente do IPEN/CNEN, Isolda Costa, apresentou um panorama das principais iniciativas desenvolvidas pelo instituto em parceria com a AIEA. Entre os destaques está a unidade móvel para tratamento de efluentes industriais, financiada majoritariamente com recursos da agência. “Foi uma oportunidade valiosa para mostrar como o Brasil tem aproveitado o apoio da AIEA em áreas-chave, como a capacitação de pessoal, o desenvolvimento tecnológico e a segurança nuclear. Esses projetos são estratégicos para o país e refletem o compromisso com o uso pacífico e responsável das tecnologias nucleares”, ressalta Isolda.
A missão também contemplou a apresentação do Centro Colaborativo do IPEN/CNEN, reconhecido pela AIEA como Collaborating Centre on Computer Security, Radiation Detection and Physical Protection for Nuclear Security. O centro é voltado à segurança da informação e proteção no contexto nuclear. A visita incluiu, ainda, discussões sobre novas oportunidades de cooperação e integração em projetos de pesquisa entre o IPEN/CNEN e a AIEA.
Ao longo da semana em que esteve no Brasil, o diretor-geral da AIEA havia se reunido com a alta direção da CNEN, na sede da autarquia no Rio de Janeiro, e ainda visitou as instalações do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN/CNEN), onde visitou o Reator Argonauta e outros projetos que levam benefícios para a sociedade por meio do desenvolvimento da ciência e tecnologia nuclear.
Escrita por: Emanuel Galdino (Bolsista BGE-DA/IPEN-CNEN)