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Brasil testa resposta de emergência nuclear em exercício ConvEx-2A, da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)
DRS/CNEN participa do ConvEx-2A, promovido pela AIEA. Foto: Cocom/CNEN
Após semanas de intensa preparação, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) participou, na última terça-feira (02/04/2025), do ConvEx-2a, promovido pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). O exercício, que contou com a colaboração da Secretaria Naval de Segurança Nuclear e Qualidade (SecNSNQ), da Marinha do Brasil e do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSIPR), teve como principal objetivo testar e fortalecer a resposta a incidentes nucleares e radiológicos em um contexto internacional.
O exercício envolveu uma situação simulada na Usina de Angra 2, onde foram registrados eventos que exigiram a troca de informações entre os Centros de Resposta à Emergência Nuclear e Radiológica do Brasil e a IAEA. O foco principal foi testar a eficácia da comunicação, assim como a rapidez e a assertividade nas tomadas de decisão, que foram refletidas no preenchimento de formulários específicos em um prazo determinado.

- Simulação de dose total
No âmbito da CNEN, o exercício foi conduzido pela Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear (DRS). A atividade contou com a participação da Coordenação Geral de Reatores e Ciclo do Combustível (CGRC) e dos chefes dos serviços subordinados à Coordenação de Reatores (CODRE), além do apoio de especialistas do Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD/CNEN) e de Bolsistas de Estudos Avançados (BEA).
Do ponto de vista técnico, o cenário proposto foi desafiador, envolvendo falhas nos sistemas de resfriamento do reator levando a uma condição de dano ao combustível nuclear e a necessidade da atuação de uma equipe multidisciplinar no apoio a tomada de decisão. A sequência de eventos no exercício culminou na declaração de uma Emergência Geral, em razão da liberação de material radioativo para além dos prédios da instalação, que elevaram os níveis de radioatividade na área externa da usina.
Para avaliar os impactos dessa situação, foi realizada uma simulação baseada em dados meteorológicos reais, utilizando o sistema ARGOS, do qual a CNEN é signatária. Essa simulação foi fundamental, pois gerou uma previsão do trajeto que a pluma radiológica poderia ter seguido, informação crucial para decisões relacionadas a evacuações e ao planejamento de abrigos.
A coordenadora da Emergência da CNEN e líder do exercício, Nelbia Lapa, enfatizou a importância do treinamento e da colaboração entre toda a equipe envolvida. “Apesar de algumas oportunidades de melhoria, foi gratificante observar o empenho da equipe no preenchimento dos formulários”, afirmou.
Nos dias 24 e 25 de junho, o Brasil participará de um exercício de escala ainda maior: o ConvEx-3. Nesta edição de 2025, o exercício simulará uma emergência nuclear severa na Usina Nuclear de Cernavoda, na Romênia, proporcionando uma oportunidade única para testar e fortalecer os mecanismos de preparação e resposta em nível global.
Fonte: COCOM/ CNEN