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HUMANIZAÇÃO
Método Canguru no CHC-UFPR/Ebserh fortalece vínculo entre os pais e recém-nascidos
Curitiba (PR) – O Complexo do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), atendeu no último quadrimestre, uma média de 280 nascimentos por mês. Os atendimentos foram em mulheres com classificação de gestação de alto e baixo risco, usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS). Para que a experiência do nascimento do bebê seja a melhor possível, o Complexo trabalha com estratégias nacionais de integralidade e humanização, dentre elas, está a aplicação do Método Canguru (MC).
O método é uma política pública do Ministério da Saúde. Trata-se de uma abordagem de cuidado humanizado na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), essencial para o acolhimento e fortalecimento do vínculo entre os pais e os recém-nascidos (RN), especialmente os prematuros ou de baixo peso, ao nascer.
Gisele Weissheimer Kaufmann, enfermeira da UTI Neonatal e tutora do MC no CHC-UFPR, explica que esse método favorece o desenvolvimento neurocomportamental do recém-nascido, impactando positivamente na sua qualidade de vida, e promovendo uma recuperação mais rápida e saudável, além de contribuir para a redução da mortalidade infantil. A longo prazo, também favorece o desenvolvimento cognitivo, emocional e motor do bebê.
A enfermeira aponta outros benefícios do método como: melhoria na regulação da temperatura corporal do bebê, essencial para prematuros, que têm maior dificuldade em mantê-la; desenvolvimento do vínculo afetivo entre o bebê e os pais, algo fundamental, especialmente para bebês em UTIs; estímulo à amamentação, pois o contato pele a pele pode incentivar a amamentação precoce, estimulando a produção de leite materno e promovendo uma maior taxa de sucesso na amamentação; redução do estresse e percepção de dor, pela proximidade física com os pais; e, melhoria do desenvolvimento neurofisiológico, proporcionado pela contato pele a pele, que favorece a estabilização dos sinais vitais do bebê.
Segundo a chefe da Unidade de Cuidado Neonatal do CHC-UFPR, Bruna Piahui dos Santos, em 2024, conforme dados institucionais do Complexo, referentes a pacientes admitidos na UTI, houve um total de 12,12% de bebês nascidos com baixo peso e 15,33% prematuros. “Por isso, o método é amplamente utilizado e aprimorado”, evidencia a profissional.
“O Método Canguru é para todos os recém-nascidos, pois é um modelo de atenção voltado a qualificação e humanização do cuidado ao recém-nascido, seus pais e sua família que envolve o contato pele a pele precoce e prolongado, além de reunir estratégias de intervenção biopsicossocial e de cuidados com o ambiente”, explicou Bruna Piahui. Ela destaca que o MC, além de uma posição para manter o contato pele a pele com a mãe, cuida do acolhimento da família, na prática qualificada de assistência e na sua integralidade entre a equipe hospitalar, e de cuidado com a Atenção Primária à Saúde.
Na Política Nacional de Atenção à Saúde Integral à Saúde da Criança (PNAISC), existem eixos de integralidade do cuidado, e a primeira ação é a atenção humanizada e qualificada à gestação, parto, nascimento e ao recém-nascido, através da estratégia de atenção humanizada no Método Canguru. “Esta prática é tão potencial que também é item na Estratégia QualiNEO do Ministério da Saúde, que estabelece os 10 passos para o cuidado neonatal”, informou Bruna.
No CHC-UFPR, o serviço de Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal Canguru (UCINCA), tem uma taxa de ocupação superior a 80% dos leitos disponíveis. É ofertado ambiente confortável, climatizado e com regulação de luminosidade. Espaço de copa com TV, utensílios como geladeira, micro-ondas e armário para uso exclusivo das mães. O serviço também conta com assistência médica, de enfermagem, fisioterapeutas, fonoaudióloga, psicologia, serviço social, farmacêutica, entre outros.
História do método
O método foi criado na década de 1980, na Colômbia por um professor de neonatologia e pediatra de Bogotá, a partir de uma preocupação com a taxa de mortalidade de bebês prematuros no hospital que trabalhava. No Brasil, o método foi implementado em 1997.
A prática imita o que ocorre com o filhote de canguru, que nasce prematuro e frágil, necessitando de um local protegido para continuar seu desenvolvimento. “Daí vem o nome e sentido para essa prática de manter o bebê em contato pele a pele com a mãe, para o controle de temperatura, estímulo ao aleitamento materno e desenvolvimento do neonato”, disse Bruna Piahui.
De acordo com Bruna, com o passar dos anos, o método provou mundialmente os benefícios para o bebê, especialmente para os prematuros (nascidos com menos de 37 semanas) ou baixo peso (menor que 2,5 Kg). “Evidências científicas mostraram que o método contribuiu para a redução da mortalidade, controle de infecções, vinculação afetiva e aleitamento materno”, destacou.
Sobre a Ebserh
O CHC-UFPR faz parte da Rede Ebserh desde 2014. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Rosenato Barreto
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh
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