Centro de referência em Curitiba, medidas assistenciais do CHC-UFPR contribuem no combate à violência contra a mulher

Curitiba (PR) – O Agosto Lilás é uma campanha que reforça um apelo urgente em prol à vida das mulheres no Brasil, levando em consideração o aumento alarmante dos casos de violência contra elas. Em 2025, quando a Lei Maria da Penha – que deu régua e compasso à campanha – completa 19 anos, é importante reforçar o papel das diversas instâncias no compromisso social com a assistência às vítimas, sendo o Sistema Único de Saúde (SUS) um canal imprescindível. No Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR), parte da rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), a assistência a estas mulheres é prioridade.

Feminicídios, estupros, violências psicológicas, são várias as facetas utilizadas pelos agressores, que muitas vezes são parceiros afetivos e até mesmo membros da família dessas mulheres vítimas de violência. De acordo com dados do relatório “Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil” , 21,4 milhões de brasileiras vivenciaram alguma situação de violência. Os principais agressores são companheiros ou ex-companheiros.  

Em diversos casos, denunciar se torna um ato doloroso para a vítima por diversos fatores, seja por medo, por não compreender a situação de violência em que está inserida ou por falta de apoio. Atento a essas realidades e buscando ampliar os canais de cuidados, o CHC-UFPR dispõe de atendimento 24 horas por dia para vítimas de violência sexual, de qualquer sexo, com mais de 12 anos de idade.

A pessoa passa por consulta com enfermeiro, médico, assistente social, e fica sob acompanhamento ambulatorial (psicologia e infectologia) no CHC por no mínimo 6 meses. Pode realizar exames laboratoriais e de gravidez, receber medicações profiláticas contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como sífilis, hepatite e HIV, entre outras, e receber medicação para prevenção de gravidez, caso tenham se passado até 72 horas da violência. O hospital também realiza os procedimentos de interrupção de gestação previstos em lei.

As vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência antes de vir ao CHC e, caso necessário, um perito criminal vem ao hospital coletar evidências. O acesso é feito pela maternidade.

“Violência contra a mulher é crime, é muito importante denunciar. Mas é igualmente importante que os serviços de saúde pública atendam as vítimas de violência sexual da melhor forma possível. As portas do Hospital de Clínicas estão abertas 24 horas por dia para todas as mulheres que passam por isso. Não é preciso registrar boletim de ocorrência antes de vir, basta procurar o hospital e informar sua situação. Temos protocolos preparados para oferecer assistência integral para essas mulheres”, enfatizou Adonis Nasr, superintendente do CHC. 

Pela vida das mulheres

Conhecido como campanha de proteção à mulher, o Agosto Lilás foi instituído em âmbito nacional e é uma referência à Lei Maria da Penha, sancionada em agosto de 2006. Essa legislação foi criada em homenagem à Maria da Penha Maia Fernandes, que se tornou um dos principais símbolos da luta contra a violência à mulher no Brasil.

Maria da Penha foi vítima de um ciclo de violência que começou em 1983, quando foi seu ex-marido, Marco Antônio Heredia Viveros, tentou, por duas vezes, mata-la. A primeira tentativa, deixou Maria da Penha tetraplégica, após levar um tiro nas costas enquanto dormia. Depois, o agressor tentou eletrocutá-la. 

Atualmente, a Lei é um dos principais mecanismos de proteção à vida das mulheres, independentemente da orientação sexual, como destaca em seu Parágrafo Único do Capítulo I. Aspecto importante a ser relembrado e propagado também durante a campanha Agosto Lilás, levando em consideração que nesse período do ano também se comemora o Mês da Visibilidade Lésbica.

Além disso, em fevereiro deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a aplicação da Lei Maria da Penha também vale para casais homoafetivos formados por homens e mulheres travestis e transexuais.

Em casos de violência contra à mulher, ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher), o canal funciona 24h todos os dias da semana. Em casos mais urgentes acione a Polícia Militar através do 190.

Sobre a Ebserh

O CHC-UFPR faz parte da Rede Ebserh desde 2014. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

Redação: Elizabeth Souza e Marcio Kameoka

Coordenadoria de Comunicação Social – Ebserh