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DE OLHO NA PESQUISA
Laboratório no HUAP-UFF é referência em pesquisas para diagnóstico especializado de doenças dos rins
Pesquisadora Andrea Alice da Silva é uma das coordenadoras do LAMAP
O Laboratório Multiusuário de Apoio à Pesquisa e Ciências Médicas (LAMAP) funciona desde 2012 e é vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas da Universidade Federal Fluminense (PPGCM/UFF) e ao Hospital Universitário Antônio Pedro, o qual é um espaço multiusuário de apoio aos estudos em diversas áreas de ensino, além de diagnosticar doenças graves em pacientes renais e com tuberculose. No quadro “De Olho na Pesquisa” de hoje, a professora titular Andréa Alice da Silva apresenta as principais linhas de atuação do laboratório.
“O carro-chefe do laboratório são pesquisas voltadas para doenças crônicas renais, pois o Huap possui diversos pacientes com essas patologias, as quais possuem altas taxas de mortalidade e morbidade. O nosso primeiro projeto aprovado foi sobre transplante renal”, explica Andréa Silva. Ela, que é graduada em Farmácia-Bioquímica pela UFF e doutora em Biologia Celular e Molecular pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), atualmente é bolsista do CNPq e Cientista do Nosso Estado (FAPERJ), sendo coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Patologia (PPGPatol) e professora do Programa de Pós-graduação em Ciências Médicas, ao qual o LAMAP é vinculado.
Junto com o Coordenador Clínico, o professor Jocemir Ronaldo Lugon, Andréa Alice coordena o laboratório, que tem como missão dar suporte técnico-científico aos cursos de Pós-Graduação da Faculdade de Medicina da UFF. Além de estudos translacionais, isto é, perguntas de pesquisas de origem no leito para serem respondidas na bancada, o LAMAP também trabalha com modelos experimentais in vivo e in vitro. Ao todo, oito professores fazem parte do corpo docente, que também possui dois funcionários e diversos alunos de graduação e pós-graduação.
Além das patologias renais, há pesquisas sobre doenças como a tuberculose, zika, lúpus, citomegalovírus e covid-19. “Durante a pandemia, nós demos um suporte à rede municipal e estadual por meio do diagnóstico molecular da covid pelo teste reação em cadeia da polimerase (PCR) e, além disso, realizamos o diagnóstico molecular da tuberculose”. Para isso, o LAMAP possui equipamentos de ponta, como o GeneXpert, que faz o teste molecular rápido para tuberculose (TMR-TB), com base na PCR. “Por conta desse equipamento, o Huap-UFF faz parte da rede estadual de diagnóstico de tuberculose, o que também é um diferencial para o LAMAP, pois associa a pesquisa à assistência”, afirma a professora.
Diagnósticos complexos por meio de exames de urina
Um dos estudos mais recentes publicado por pesquisadores do LAMAP relaciona o número de vesículas extracelulares (EVs) de origem de células renais (podócitos) à possibilidade da ocorrência de nefrite, inflamação nos rins. O diagnóstico profundo da nefrite em geral é feito por meio de biópsia, mas as EVs podem ser detectadas na urina do paciente.
“As EVs são nanopartículas produzidas por inúmeras células e aumentam na urina ou no sangue diante de uma inflamação sistêmica ou órgão alvo, e agora queremos identificar o que existe dentro dessas vesículas, como, por exemplo, quais proteínas, lipídios ou ácidos nucleicos (DNA e RNA) estão relacionados à inflamação”. O artigo é fruto da tese de doutorado de Lilian Alves, do Programa de Pós-Graduação em Patologia, e orientado pela professora Andréa.
Plataforma multiusuário
O LAMAP possui, ainda, o diferencial de ser uma plataforma multiusuário, isto é, qualquer pesquisador pode entrar em contato e solicitar o uso dos equipamentos para seus estudos. “Desde que seja um projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UFF e que nós tenhamos estrutura para dar apoio, basta entrar em contato através dos endereços que constam em nosso site e submeter o projeto”, conclui Andréa Alice. Outra forma de contato é via site do PROGEM-UFF ou na Plataforma Nacional (PNIPE), em que o LAMAP é registrado.
Sobre a Ebserh
O Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense (Huap-UFF) faz parte da Rede Ebserh desde o início de 2016. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Reportagem: Paola Caracciolo
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh