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TRANSPLANTE
Hospital Universitário Antônio Pedro conta com transplante de córnea há mais de 30 anos
O Dia Nacional de Doação de Órgãos é comemorado nesta terça-feira (27). A data foi criada para reforçar a importância dos doadores para que os transplantes possam ser realizados pelas unidades de saúde. É o caso do Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap-UFF), que conta com dois tipos de transplantes. Um deles é o de córnea, realizado há mais de 30 anos no Huap e bastante procurado pelos pacientes, que chegam agendados através da Regulação de Saúde de Niterói (Resnit).
- Os pacientes já vêm agendados especificamente para transplante de córnea. Atendemos esses usuários com possível indicação ao serviço no nosso ambulatório. Aqui avaliamos o caso e checamos se há alguma contraindicação. É um processo trabalhoso, tem seus riscos e há prós e contras da cirurgia. Caso seja indicado o transplante de córnea, esse paciente passa a ser acompanhado. A partir desse momento, faço a inscrição dele na fila estadual de transplante. A frequência que ele vai vir ao hospital depende da patologia dele -, comenta a professora de Oftalmologia do Huap, Helena Solari.
O tempo de fila até ser feito o transplante é variado. O paciente é acompanhando ao longo dos meses/anos aguardando seu transplante. Diferentemente dos transplantes de órgãos, em que o paciente precisa ser compatível, no caso da córnea, que é um tecido, isso não se aplica. “Eu vejo as características da córnea e não compatibilidade. Quando chega a vez do paciente na fila, aviso que ele está pronto e a central manda a avaliação de uma córnea para eu escolher se quero aquele tecido ou não”, complementa Helena.
Transplante de córnea é um procedimento comum
Até antes da Covid-19, era realizado um número bem maior de transplantes de córnea no Brasil. Helena explica que é um tipo de procedimento bastante comum, mas que a pandemia diminuiu a quantidade não só no hospital, mas em todo o país. Helena reforça que todos os usuários entram em uma mesma fila e que esta segue o fluxo normal. Em alguns casos, há uma prioridade, que são os de emergência. A oftalmologista explica como são divididos os tipos de transplante de córnea:
- São dois. O primeiro é o transplante de córnea ótico, que é para o paciente voltar a enxergar. Por exemplo, a pessoa tem o olho normal e apenas um problema na córnea para resolver. O segundo tipo é o transplante tectônico, que é para salvar um olho. Por exemplo, o paciente tem uma infecção e vai perfurar a córnea. Nesse caso, é preciso fazer um transplante de emergência para evitar que aquela infecção destrua o olho. É como um tratamento.
Além de Helena, há mais uma médica responsável pelos transplantes, a Ana Carolina Vieira. No Huap, é realizado o transplante penetrante, que é um pouco mais invasivo. O ato cirúrgico leva cerca de 40 minutos. No transplante de córnea não é feita a imunossupressão sistêmica, como no do rim, por exemplo, o outro tipo realizado no Huap. Isso porque, a córnea não tem vaso sanguíneo. Alguns motivos para a pessoa precisar de um transplante de córnea são: um ceratocone, uma complicação pós cirurgia de catarata, traumas, herpes ocular, etc.
Unidade de Comunicação Social (UCS)