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Endocrinologista do Hospital Antônio Pedro fala sobre os perigos das altas taxas de colesterol e triglicerídeos
As dislipidemias são um conjunto de doenças caracterizadas por alterações nos níveis de lipídeos no sangue, principalmente o colesterol e os triglicerídeos. Essa condição pode ser causada por fatores hereditários, mas também por um estilo de vida sedentário e com alta ingestão de alimentos ricos em gordura. Em alusão ao Dia Mundial de Combate ao Colesterol, comemorado no dia 08 de agosto, o professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF) e endocrinologista do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP-UFF), Ricardo Martins, explica um pouco sobre o que são as dislipidemias e como preveni-las.
De acordo com o especialista, a dislipidemia, na grande maioria das vezes, é uma condição totalmente assintomática. “Isso faz com que ela seja ainda mais perigosa, pois, caso não haja uma busca ativa, podemos demorar muitas décadas para dar o diagnóstico”, afirma Ricardo Martins. Mesmo não havendo sintomas, ele explica que a elevação dos níveis de colesterol, por exemplo, é um dos principais fatores de risco para a aterosclerose (placa de gordura nas artérias), que, por sua vez, pode culminar em um infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, dentre outros eventos. Por isso a prevenção e o tratamento devem ser feitos em etapas, de acordo com cada caso
- O primeiro passo é o que chamamos de mudanças do estilo de vida: uma alimentação equilibrada, evitando excesso de gorduras saturadas (frituras, carnes gordurosas, biscoitos recheados, entre outros), evitando o excesso de carboidratos (em especial os simples), dentre outras medidas. A prática de atividades físicas é fortemente recomendada, pois ajuda no controle do peso, eleva o HDL (conhecido como o "bom colesterol"), reduz os níveis pressóricos, assim como a glicose no sangue -, orienta o professor.
Outra medida fundamental, segundo ele, é o combate ao tabagismo: “além de todos os malefícios já conhecidos do cigarro, ele também faz com que os valores de HDL sejam reduzidos, o que aumenta a gravidade da hipercolesterolemia”.
Já que as dislipidemias são doenças assintomáticas, a melhor forma de prevenção é consultar o médico e realizar os exames laboratoriais necessários para rastreamento das taxas de colesterol e triglicerídeos. Muitas vezes, uma consulta de rotina com o endocrinologista pode detectar alterações significativas. “O endocrinologista tem grande experiência no manejo de pacientes com dislipidemia, pois a especialidade trata de doenças intimamente relacionadas a ela, como obesidade, diabetes, alterações tireoidianas, dentre outras. É comum olharmos o paciente de uma forma ampla, tentando diagnosticar e tratar diversas condições, e nessa abordagem ampla fazemos a análise do perfil lipídico”, destaca o professor Ricardo Martins.
Cuidados com as crianças
Apesar da frequência das dislipidemias em crianças ser bem menor que nos adultos, o endocrinologista afirma que, quando presentes, estas costumam ser mais graves. São as chamadas dislipidemias primárias, as quais têm origens genéticas que geram a alteração lipídica. “Nos últimos anos, com o aumento do sedentarismo infantil associado à má qualidade da alimentação, temos visto cada vez mais doenças que víamos apenas em adultos, como obesidade, diabetes, hipertensão arterial, além de formas secundárias de dislipidemias”, salienta o endocrinologista. Ele ressalta que é fundamental realizar a pesquisa do perfil lipídico entre os 8 a 10 anos de idade e, em casos selecionados, antes dessa faixa etária.
Atendimento
O Hospital Universitário Antônio Pedro possui um serviço de referência em endocrinologia que atende os pacientes da região Metropolitana II do Rio de Janeiro que são encaminhados para os serviços de atenção na média e alta complexidade. Em média, são atendidos 500 pacientes por mês com algum tipo de alteração lipídica, que recebem o tratamento medicamentoso de acordo com cada caso, e, dependendo da necessidade, são direcionadas a outra especialidade médica para prosseguir com o atendimento. “É importante citar que nem todo paciente com alterações no colesterol ou nos triglicerídeos precisa passar por um endocrinologista. Entretanto, formas moderadas a graves devem ser encaminhadas a uma equipe multidisciplinar constituída por endocrinologistas, cardiologistas, nutricionistas, dentre outros”, conclui o professor.
Unidade de Comunicação Social (UCS)