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NOVO CAPS
Profissionais ressaltam a importância do Caps para as atividades de ensino, pesquisa e extensão
Foto: Johnny Machado UCS
O Centro de Atenção Psicossocial (Caps Liberdade) está funcionando em nova sede, garantindo mais estrutura na assistência aos usuários e nas práticas de ensino.
A terapeuta ocupacional e coordenadora do Caps, Renata Souza, explica que o Centro de Atenção Psicossocial do HU é um serviço diferenciado por sua dupla missão: assistencial e formativa. “É um serviço de saúde mental para atendimentos de pessoas em sofrimento mental, atuando de maneira articulada às unidades básicas de saúde do seu território de abrangência e demais dispositivos da rede de atenção psicossocial e da rede intersetorial. Por ser um serviço universitário, tem seu trabalho voltado também para a formação de recursos humanos para o SUS, no âmbito da graduação e da pós-graduação”.
A atenção em saúde mental passou por importantes mudanças nas últimas décadas, buscando romper com um passado excludente e segregador, resultando em internações de longa permanência em manicômios, lembra Renata. O modelo atual, diferentemente, busca o cuidado em serviços abertos e comunitários, promovendo a cidadania e a formação de profissionais, técnica e eticamente, pontua.
O Caps é um serviço fundamental, especialmente neste contexto de pandemia, afirma a coordenadora, em que as condições de saúde mental se agravaram. “Mais do que nunca, deve-se investir nas ações de prevenção e promoção da saúde mental, tratamento e reabilitação. E os Caps são importantes dispositivos para efetivação destes cuidados. Ao enfocarem suas ações no envolvimento familiar, no território, no trabalho em equipe, tudo isso considerando como central neste processo o sujeito que adoece, promovem o cuidado de maneira ampla e integral”, complementa.
A enfermeira do Caps Amanda Dias, especialista em Saúde Mental, reforça a garantia de um atendimento mais humanizado e de qualidade a partir da nova sede. Além de aumentar o número de consultórios com atendimento integral e multidisciplinar, outro ponto positivo é a maior proximidade com o HU Dom Bosco. “O fato de estarmos mais próximos e integrados ao HU-UFJF será favorável na construção de vínculo para uma assistência integral ao usuário da saúde mental, facilitando assim a comunicação e o acesso aos outros pontos de atendimentos do Hospital Universitário, além de favorecer a promoção de atividades com a comunidade acadêmica e o entorno. Futuramente, com a proposta de ampliação para Caps III, o serviço terá capacidade operacional para atendimento de atenção contínua, durante 24horas, diariamente, contribuindo em maior qualidade e efetividade na atenção da saúde mental do município de Juiz de Fora”, comemora.
Para o Serviço de Psiquiatria do HU-UFJF, é também um grande diferencial. Isso porque, além dos atendimentos ambulatoriais, há o Caps, podendo assim oferecer atendimentos de diferentes complexidades, de acordo com a necessidade de cada indivíduo, afirma a médica Maria Cecília Villela, psiquiatra da Infância e da Adolescência e referência técnica do Serviço de Psiquiatria do HU-UFJF.
“Com a nova sede do Serviço de Psiquiatria do HU, todos ganham: funcionários, residentes, estagiários e a população se beneficiam da melhor qualidade das instalações, da possibilidade de ampliação dos atendimentos e também de uma melhor formação, já que passamos a contar com mais salas de ambulatório, de atendimentos de grupo, de oficinas e também salas de preceptoria, salas de aula e biblioteca”, complementa Maria Cecília.
A médica residente em psiquiatria Márcia Sant’Ana diz que a experiência de trabalhar no Caps HU é enriquecedora, tanto do ponto de vista de conhecimento teórico quanto prático, em relação à psiquiatria. “Os usuários do Caps geralmente são pacientes com um adoecimento mental mais grave e requerem uma assistência mais próxima, por uma equipe multidisciplinar, que desenvolve um projeto terapêutico individualizado para cada caso. A oportunidade de ter o Caps como um dos locais de atividade e trabalho durante a residência médica em psiquiatria acrescenta muito no desenvolvimento profissional de habilidades interpessoais, de estratégias de trabalho em grupo e coordenação de intervenções de pacientes em crise. Gera, também, uma proximidade maior com o paciente e suas famílias. Dessa forma, fazendo com que a adesão ao tratamento e estabilidade do quadro clínico do paciente seja a melhor possível, dentro das condições de cada situação”.
As perspectivas de mudança para o novo prédio são boas, ressalta a residente, tanto para os profissionais, quanto para os pacientes. “Ter mais espaço físico, um número maior de consultórios e salas pode representar um número maior de consultas, garantindo assim uma melhor assistência e maior segurança à população que acessa o nosso serviço e que demanda consultas e suporte em saúde mental. Para o ensino, ter uma quantidade de pacientes e consultas impacta diretamente no aprendizado prático e nas vivências com os pacientes. Quanto mais estudamos e atendemos, maiores são as chances de nos tornarmos melhores naquela atividade, portanto para se tornar especialista em uma determinada área é necessário combinar a teoria à prática”, complementa.