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DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
Conscientizar para salvar vidas: HC-UFU/Ebserh realiza programação especial sobre doação de órgãos
O Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado no dia 27 de setembro, visa promover o diálogo sobre a importância da doação de órgãos e tecidos para transplantes. O objetivo é sensibilizar a população sobre como esse gesto pode salvar vidas e, principalmente, incentivar a conversa entre familiares sobre o tema, facilitando a decisão após a morte de um ente querido.
Para marcar a data, o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), gerido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), realizará uma série de ações de conscientização. Nos dias 25 e 26 de setembro, a unidade promoverá atividades educativas para reforçar a importância de expressar o desejo de ser doador de órgãos enquanto ainda se está vivo. Entre as ações, destaca-se uma cabine de fotos sobre a doação, que incentivará funcionários, pacientes e acompanhantes a compartilharem o registro com seus familiares, reforçando a intenção de serem doadores.
A importância da autorização familiar
No Brasil, a doação de órgãos após a morte encefálica só pode ser realizada com a autorização dos familiares de primeiro ou segundo grau do falecido. A assistente social da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) do HC-UFU/Ebserh, Lidiane Natalícia Costa, enfatiza que a falta de informação e o tabu em torno do assunto são dois dos maiores obstáculos para a efetivação da doação. Para ela, o grande desafio é o distanciamento da sociedade com relação a esse tema, que muitas vezes é evitado nas rodas de conversa. “Falar sobre a doação de órgãos é essencial. Quando um ente querido manifesta sua vontade de ser doador, geralmente a família respeita e essa simples atitude pode salvar muitas vidas", destaca.
A comunicação clara entre os familiares é a única forma de garantir que o desejo de ser um doador seja realizado, pois, os registros em documentos oficiais, como nas carteiras de identidade, não têm validade legal para autorizar a doação. Somente o consentimento expresso da família após a morte encefálica garante que o processo de doação de órgãos seja efetivado.
Como funciona a fila de transplante
Uma das maiores dúvidas em relação à doação de órgãos é sobre como funciona a fila de transplantes no Brasil. A fila é única, nacional e pública, sendo regulamentada e coordenada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT), por meio da Central Nacional de Transplantes (CNT) e das Centrais Estaduais de Transplantes (CETs). Essas centrais adotam um sistema de alocação que leva em conta fatores como a compatibilidade sanguínea, anatômica e tecidual, a urgência médica e o tempo de espera, garantindo a distribuição mais justa possível dos órgãos.
Lidiane explica que, no caso do HC-UFU, há equipes especializadas para a retirada de rins e córneas. Para a retirada dos demais órgãos, como fígado e coração, são acionadas equipes externas. “Após a autorização da família, a CET organiza toda a logística para garantir que os órgãos sejam retirados de maneira eficiente e que cheguem até os receptores da fila de transplantes no tempo necessário”, detalha.
Ações de conscientização no HC-UFU/Ebserh
Durante a programação especial do Dia Nacional da Doação de Órgãos, o HC-UFU aproveita a oportunidade para abordar a comunidade hospitalar, pacientes e acompanhantes sobre a importância de manifestar o desejo de ser doador em vida. Dessa forma, no momento de uma possível doação, a família já terá um caminho claro a seguir e evitará desgastes emocionais durante a vivência do luto.
“Ressaltamos que o hospital oferece suporte contínuo às famílias e funcionários para esclarecer dúvidas sobre os processos que envolvem a doação de órgãos”, explica a médica Viviane Faria Rezende, chefe do CIHDOTT.
A equipe está disponível para fornecer informações detalhadas e responder a qualquer questionamento, como forma de auxílio na tomada de decisão. Para isso, o hospital disponibiliza o telefone (34) 3218-2097, por meio do qual os profissionais orientam quem necessitar de esclarecimentos sobre a doação de órgãos e tecidos.
Sobre a Ebserh
O HC-UFU faz parte da Rede Ebserh desde maio de 2018. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Redação: Maria Carolina Frigo Maschio com revisão de Leidiane Campos.