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PREVENÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO
Artrite Reumatoide: "receber o diagnóstico de uma doença crônica foi assustador, mas ao mesmo tempo um alívio, pois eu sabia que tinha tratamento”
Imagem: Freepik
Nilma Rodrigues convive há 30 anos com o diagnóstico de artrite reumatoide, patologia que afeta cerca de 18 milhões de pessoas no mundo. Foi em 1994, após buscar respostas para os sintomas que a acompanhavam há muito tempo, que Nilma foi diagnosticada com a doença no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU). O hospital, hoje gerido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), é referência no cuidado da artrite reumatoide e oferece consultas ambulatoriais com especialistas, exames e tratamentos aos pacientes de Uberlândia e das outras 26 cidades do Triângulo Norte.
Afinal, o que é a artrite reumatoide?
A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica que pode afetar, não somente as articulações, mas, também, o corpo inteiro. A inflamação, provocada por alterações no sistema imune ou por um quadro infeccioso, atinge, principalmente, as articulações das mãos, punhos, cotovelos, joelhos, pés e tornozelos. Tais regiões do corpo apresentam, como sintoma, dor e inchaço, especialmente pela manhã. Além disso, febre baixa, mal-estar e anemia também são sinais da doença. À medida em que a artrite reumatoide progride, ocorre a destruição da cartilagem articular, o que pode ocasionar deformidades e impossibilitar a realização de tarefas cotidianas e o exercício profissional da pessoa por ela acometida.
Ainda que com menor frequência, pulmões, coração, rins, olhos, pele, unhas, músculos, sistema nervoso e sangue também podem ser afetados, segundo informações da Sociedade Brasileira de Reumatologia. E, apesar do senso comum, a doença não acomete somente idosos, mas também jovens, adolescentes e, inclusive, crianças.
O diagnóstico da patologia é realizado através de análise clínica e exames relativamente simples. Conforme ressalta o reumatologista da Unidade de Gestão da Pesquisa do HC-UFU/Ebserh, Roberto Ranza, o diagnóstico precoce da artrite reumatoide é essencial para evitar complicações graves. "Embora não exista cura, os avanços nos tratamentos permitem que muitos pacientes vivam de forma praticamente normal, sem que a doença se agrave com deformidades e destruição articular, por isso o diagnóstico precoce é essencial”, reforça.
Superação e recomeço
"Receber o diagnóstico de uma doença crônica foi assustador, pois eu não sabia como seria conviver com ela no trabalho, na família. Mas, ao mesmo tempo, me senti aliviada. Finalmente, eu tinha uma resposta e sabia que havia tratamento e controle da doença ", lembra Nilma.
Ao relembrar de sua experiência no atendimento realizado no HC-UFU/Ebserh, a paciente destaca como o suporte especializado transformou sua vida. “Para mim, ter sido atendida no hospital foi muito bom, pois tive toda a estrutura e o suporte científico que um paciente como eu precisa: um ambulatório especializado com médicos, residentes, exames e diversas orientações”, enfatiza.
Ao vivenciar os desafios que uma pessoa com artrite reumatoide enfrenta, Nilma sentiu a importância de compartilhar suas experiências com outros pacientes. "Quando você é diagnosticado com uma doença crônica, muitas vezes não sabe lidar bem com a notícia”, explica. Por isso, se tornou idealizadora da Associação dos Reumáticos de Uberlândia e Região (ARUR), com o objetivo de fornecer um espaço de apoio e troca de informações entre os pacientes com doenças reumáticas. Na Associação são oferecidas atividades de fisioterapia, pilates, treinamento funcional, psicoterapia e artesanato, que, além da medicação, também auxiliam no tratamento da doença.
Avanços nos tratamentos
O Dia Mundial da Artrite Reumatoide, celebrado em 12 de outubro, é a data escolhida para promover a conscientização das pessoas e das autoridades públicas sobre a relevância dessa patologia. Nos últimos 15 anos, seu tratamento teve grandes avanços. Medicamentos que antes eram inacessíveis devido ao seu alto custo, hoje estão disponíveis de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), permitindo que pacientes como Nilma tenham acesso a terapias que controlam a doença de forma eficaz.
E 2024, foram realizados no HC-UFU/Ebserh 1.287 atendimentos, ambulatoriais e de internação, a pacientes com artrite reumatoide. Em 2025, no primeiro semestre, foram 641 atendimentos. O tratamento visa diminuir a evolução da doença e evitar danos irreversíveis nas articulações. Além disso, é proporcionado ao paciente o alívio das dores e a consequente melhora de sua qualidade de vida.
Rede Ebserh
O HC-UFU faz parte da Rede Ebserh desde maio de 2018. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Maria Carolina Frigo Maschio com revisão de Leidiane Campos