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Exposição promove reflexão sobre o Dia da Consciência Negra
Belo Horizonte (MG) – Foi inaugurada, nesta quarta-feira (19), no hall da Unidade Hemodiálise, localizada na Ala Oeste do 1º andar do prédio principal do HC-UFMG, uma exposição sobre a cultura brasileira de origem africana. Os trabalhos são de pacientes e acompanhantes que integram o Projeto Educação de Jovens e Adultos (EJA), uma parceria entre a Prefeitura de Belo Horizonte e o hospital. O objetivo é estimular a reflexão sobre as questões raciais no Brasil em alusão ao Dia da Consciência Negra, celebrado na próxima quinta-feira (20).
Além dos alunos, os trabalhadores também participaram da iniciativa com quadros feitos de colagem de retalhos de tecido, bonecas abayomi e mandalas de origem africana feitas com sementes. A ideia é promover a cultura de paz e igualdade na comunidade hospitalar.
“Pensar sobre as questões raciais tão presentes na formação sociocultural brasileira são de extrema importância, principalmente pelo reconhecimento da contribuição dos povos de origem africana e dos povos originários na formação do nosso país, bem como no reconhecimento da luta desses povos pela igualdade no Brasil. Igualdade social e racial são determinantes cruciais na condição de saúde de nossa população”, disse a assistente social Juliana Keiko Da Rocha Reis.
O projeto é dos professores do EJA/HC-UFMG, Klayza Cunha, Simone Araújo e Ezequiel Silva. “Aqui a gente está diante de pacientes crônicos, pessoas que estão lutando pela vida, então a intenção nossa é uma celebração da vida, lembrando da diversidade do povo brasileiro”, explicou Klayza.
Segundo ela, a ideia da exposição é reforçar o respeito, porque quem tem respeito, tem consciência. “Às vezes a cor da pele não fala quem é você, quais são suas origens, temos influências de vários povos na cultura brasileira e a ideia é a gente celebrar com muitas cores aquilo que nós conquistamos do povo africano, que foi a luta, as cores, a alegria, a liberdade, o desejo de liberdade e o amor”, enfatizou.
São mais de 30 desenhos de manequins simbolizando o povo negro com vestimentas de cores vivas, representando a diversidade e a cultura brasileira. “Envolvemos todo o setor, não só os alunos e pacientes”, disse.
Mãe de paciente da hemodiálise, a aluna Thais Pereira da Cruz já está na certificação do EJA. Ela diz que era um sonho poder concluir os estudos. “Engravidei nova, tive que parar os estudos para cuidar do meu filho. E quando ele adoeceu e veio para cá, surgiu essa oportunidade”, contou.
Thais é um dos participantes da mostra sobre a cultura brasileira de origem africana que está exposta no hall da Unidade Hemodiálise. “A professora teve a ideia da exposição para mostrar que todas as vidas são importantes, que a conscientiza negra não é só a representação dos negros, mas que todas as vidas importam”, afirmou.
O EJA
O Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Prefeitura de Belo Horizonte é um programa que oferece oportunidades de alfabetização e conclusão do Ensino Fundamental e Médio. No HC-UFMG, terceiro hospital da cidade a oferecer essa modalidade de ensino, a iniciativa contempla pacientes da hemodiálise.
Por isso mesmo, segundo o coordenador do EJA/HC-UFMG, Sérgio Wagner Valentim Lopes, a metodologia foi adaptada para esse contexto, levando em conta as especificidades dos participantes e do contexto. A formatura e certificação da primeira turma do EJA no HC-UFMG acontecerá em dezembro.
Sobre a Ebserh
O HC-UFMG faz parte da Rede Ebserh desde 2012. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Redação e revisão: Luna Normand
Tags: EJA, educação, consciência negra, HC-UFMG, Ebserh