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GESTÃO HOSPITALAR
NIR da Maternidade Escola da UFRJ alcança 95% de conformidade em avaliação do Proadi-SUS
O setor piloto de implementação das ações foi a UTI neonatal, que é onde ocorrem as internações de maior permanência na Maternidade Escola
Rio de Janeiro (RJ) – O Núcleo Interno de Regulação (NIR) da Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ME-UFRJ) alcançou 95% de conformidade nos indicadores avaliados pelo Projeto de Reestruturação de Hospitais Públicos (RHP) do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS). O Programa propôs metas de melhoria e qualificação da gestão leitos.
A expectativa inicial era elevar o índice de conformidade de 10% para 30%, porém o NIR alcançou 95% de conformidade ao final dos seis meses de projeto. Segundo a chefe da Unidade Interna de Regulação da Maternidade Escola, Camila Dornelas, que assumiu o cargo em fevereiro, a melhoria foi resultado de uma ampla reorganização do serviço, como o reforço da equipe, apoio da alta governança e equipes assistenciais, readequação do espaço físico, qualificação da comunicação, e implantação de novas ferramentas de gestão e de monitoramento.
“Como o NIR teve um desempenho ruim ano passado, foi o setor escolhido como local para receber a intervenção. Dos 16 itens avaliados, foram alcançados 10% de conformidade na época. Conseguimos sair dos 10% para 95% de conformidade, superando em muito a meta estabelecida, que era de 30%, chegando quase a 100% de atendimento”, celebra Camila.
Trabalho coordenado com as equipes assistenciais
O setor piloto de implementação das ações foi a UTI neonatal, que é onde ocorrem as internações de maior permanência, pela característica de cuidado que é fornecido nesse ambiente. “O NIR não participava da gestão do cuidado junto com as equipes assistenciais. Então, essa foi uma mudança de processo de trabalho do NIR também. Passamos a problematizar porque aquele paciente está ali e o que ele precisa para ter alta. Analisamos e fazemos intervenções diárias nas causas que elevam a permanência hospitalar em um processo de diálogo e construção dentro e fora do Complexo, envolvendo as famílias e as Redes assistenciais dos territórios”.
Redução no tempo de internação de 43 a para 12 dias
O NIR também passou a monitorar diariamente a taxa de ocupação hospitalar e os indicadores de permanência, otimizando o uso dos leitos e promovendo a alta segura. Essa reformulação reduziu o tempo médio de permanência hospitalar da UTI neonatal de 43 para 12 dias em apenas seis meses, sem aumento nas taxas de readmissão. “Nossa taxa de readmissão está dentro do parâmetro da literatura, mostrando que promovemos a alta segura”, analisa.
Outro avanço importante foi a articulação com outros setores e com a rede de atenção à saúde para viabilizar transferências e desospitalizações de bebês crônicos. Havia crianças internadas há quase um ano em leitos de UTI neonatal, que poderiam estar em unidades pediátricas ou sob cuidado domiciliar.
“Articulando a equipe assistencial, a rede SUS e as famílias, conseguimos a desospitalização de alguns bebês crônicos e transferir outros para a Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica. O NIR deixou de ser um setor administrativo para se tornar um elo fundamental entre a regulação e a assistência”, resume Camila Dornelas.
Ações implementadas
O NIR é responsável por acompanhar e gerenciar o processo de internação, alta e transferência de pacientes, garantindo a articulação entre as áreas assistenciais e as centrais de regulação. “Com as mudanças, o setor passou a monitorar diariamente taxas de ocupação, tempo médio de permanência e causas de internações prolongadas, o que permitiu uma atuação mais estratégica e integrada à rede de cuidados”, explica Camila.
Entre as ações implementadas estão a revisão e padronização de rotinas de trabalho, monitoramento de indicadores, o Bate-Mapa (voltado ao planejamento do fluxo cirúrgico eletivo) e o Kanban hospitalar, metodologia que auxilia no acompanhamento em tempo real dos leitos e na identificação de gargalos no fluxo assistencial.
Sobre a Ebserh
A Maternidade Escola faz parte do Complexo Hospitalar da UFRJ, gerido pela Ebserh desde 2024. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Claudia Holanda
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh