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VIGIHOSP
Ferramenta digital reforça cultura de segurança e qualidade nos hospitais do CH-UFRJ
Rio de Janeiro – A segurança do paciente e a qualidade do cuidado no Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Rio de Janeiro (CH-UFRJ) ganham um aliado tecnológico estratégico com a implantação do VIGIHOSP em suas três unidades: o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), o Instituto de Pediatria e Puericultura Martagão Gesteira (IPPMG) e a Maternidade Escola (ME). A ferramenta digital de notificação de incidentes da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) permite notificações anônimas e em tempo real, com o objetivo de gerar respostas mais rápidas e efetivas.
“O VIGIHOSP é uma ferramenta institucional de notificação de incidentes que permite que qualquer colaborador registre eventos, falhas, quase-erros ou situações de risco, garantindo que essas informações sejam conhecidas, analisadas e investigadas. A partir dessas notificações, tornam-se possíveis a identificação dos fatores contribuintes, a compreensão das causas raiz e a definição de medidas de prevenção e mitigação. Esse fluxo de análise subsidia diretamente o processo decisório, fortalecendo a cultura de segurança e promovendo a melhoria contínua da assistência”, explica a chefe do Setor de Gestão da Qualidade do CH-UFRJ, Christiany Mocali Gonzalez.
Centralização de dados a atualização de indicadores
Criado em 2020, o VIGIHOSP centraliza as notificações de incidentes, quase-incidentes, eventos adversos e queixas técnicas em toda a Rede de Hospitais Universitários Federais. A plataforma é integrada ao Sistema de Informações Gerenciais (SIG-EBSERH) e permite que profissionais, residentes, docentes e estudantes registrem notificações voluntárias sobre situações de risco ou dano ao paciente.
Segundo a neonatologista e integrante da Unidade de Segurança do Paciente e Vigilância em Saúde da ME, Sandra Leal, a ferramenta digital promove a cultura de segurança do paciente, pois permite a detecção precoce de falhas e o monitoramento de riscos assistenciais de forma não punitiva e confidencial: “As informações são transformadas em indicadores e relatórios institucionais que orientam ações de melhoria contínua. O objetivo é aprender com os eventos e evitar que se repitam”, justifica.
Anonimato e cultura de confiança
Para a chefe da Unidade de Gestão da Qualidade do HUCFF, Joana de Oliveira Pantoja Freire, o caráter confidencial e não punitivo do sistema é essencial para estimular o engajamento das equipes, especialmente em ambientes onde ainda pode haver receio de exposição. A mudança de mentalidade do “culpar” para o “comunicar e aprender” pode ser considerada o alicerce da cultura de segurança institucional. “Quando os profissionais percebem que suas notificações geram retorno e melhorias concretas, passam a se sentir coparticipantes da gestão da segurança”, avalia.
Segundo Joana Freire, a meta é que os relatórios gerados pelo sistema se tornem ferramentas de gestão ativa. “Os indicadores serão discutidos regularmente com as áreas envolvidas e com a Superintendência, permitindo que as decisões sejam baseadas em dados reais e promovam melhorias sustentáveis”, explica.
Processamento e feedback
As notificações serão recebidas e passarão por uma análise preliminar do Núcleo de Segurança do Paciente (NSP), responsável pela triagem inicial e pela classificação do incidente. Após essa etapa, os eventos que demandarem aprofundamento serão encaminhados para investigação, visando identificar fatores contribuintes e causas principais. Com base nos achados, poderão ser propostos planos de ação orientados à mitigação de riscos e à prevenção de novos eventos.
De acordo com a integrante da Unidade de Segurança do Paciente e Vigilância em Saúde, a enfermeira Telma Galvão de Assis Gazelle, o VIGIHOSP contribui para a consolidação de um fluxo estruturado e padronizado de tratamento dos incidentes, fortalecendo a cultura de segurança e aprimorando a qualidade assistencial.
O acompanhamento dos resultados — acrescenta Telma — é feito por meio de indicadores de desempenho e de segurança, como o número total de notificações, a taxa de incidentes por paciente-dia e o tempo médio de análise: “Com os resultados, espera-se maior segurança, qualidade e previsibilidade no cuidado oferecido aos pacientes, contribuindo para a padronização de processos, redução de riscos, maior clareza nas responsabilidades e fortalecimento da comunicação entre equipes”.
Novembro da Qualidade
O Dia Mundial da Qualidade é celebrado anualmente na segunda quinta-feira de novembro — que, em 2025, cairá no dia 13. A data reforça a importância da gestão da qualidade em todos os setores da sociedade e, para os hospitais universitários, simboliza o compromisso com a excelência, a transparência e o aprendizado coletivo — valores fortalecidos com a implantação do VIGIHOSP.
Sobre a Ebserh
O Complexo Hospitalar da UFRJ é gerido pela Rede Ebserh desde junho de 2024. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Elisa Andrade
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh