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TECNOLOGIA
HUGV-Ufam/Ebserh realiza encontro sobre os avanços no tratamento do Parkinson e a terapia de Estimulação Cerebral Profunda
Manaus (AM) – O Hospital Universitário Getúlio Vargas, da Universidade Federal do Amazonas, administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), realizou, no dia 15 de novembro, o encontro “Parkinson com DBS - É possível sonhar”, promovido pela Unidade do Sistema Nervoso. O evento busca fortalecer a interação entre ensino, assistência em saúde e o usuário do SUS, compartilhando práticas, tratamentos e inovações que transformam o cuidado às pessoas com Parkinson, distonia e tremor essencial, contribuindo para a formação de neurologistas mais preparados e comprometidos com um cuidado humanizado.
A Deep Brain Stimulation (DBS), ou Estimulação Cerebral Profunda, é um procedimento cirúrgico utilizado no tratamento de doenças neurológicas. Introduzida há cerca de 40 anos como uma alternativa para o controle de tremores na doença de parkinson, essa técnica tem ampliado seu campo de aplicação e, atualmente, também é empregada no tratamento de distúrbios psquiátricos e de outros distúrbios motores, como a distonia.
De acordo com o médico neurologista do HUGV, Torben Bezerra, é importante disponibilizar essa tecnologia para os pacientes, numa fase da doença de Parkinson que os medicamentos não conseguem mais ser efetivos no controle dos sintomas motores como rigidez, bradicinesia e ‘ de repouso. “Infelizmente o paciente não consegue mais ter uma qualidade de vida. Essa tecnologia ajuda no controle dos sintomas motores”, destacou.
Ao longo do encontro, foram apresentadas as principais iniciativas do programa de cirurgias DBS, incluindo palestras educativas, estudos de caso, resultados alcançados e o depoimentos de pacientes, visando compartilhar estratégias eficazes para a avaliação clínica, divulgar as opções de tratamento mais avançadas e reforçar a importância de uma abordagem multiprofissional para a melhorar a qualidade de vida e o bem-estar aos usuários do SUS.
A gerente de Atenção à Saúde, Tatiane Aguiar, afirmou que o HUGV busca oferecer aos usuários o que há de melhor, em assistência em diversas doenças, incluindo as doenças crônicas da neurologia. “Nós temos orgulho, de ser um hospital que tem esse compromisso”, disse. E complementou: “Essa é uma oportunidade de a gente fazer discussões acerca da efetividade desses tratamentos, do custo-benefício e de como isso pode impactar na vida dos nossos pacientes. Visamos uma única coisa: oferecer o que é de melhor, mais seguro, mais adequado ao paciente que está em sofrimento e que tem uma doença neurológica degenerativa”, finalizou.
Relato de paciente
A paciente Helenita Batemarco, 68 anos, relata como foi a descoberta do seu diagnóstico e todo o trajeto até fazer a cirurgia com DBS. “Eu soube na academia, quando fui treinar com meu personal trainer. Simplesmente meu braço cismava em ficar em posição de 90 graus, já era o enrijecimento. Isso para mim foi crucial no início para eu entender que aquilo ali era Parkinson”, disse.
Ela ressaltou que passou por vários especialistas, como ortopedista e neurologista, até receber o diagnóstico de Parkinson. “O médico neurologista, me explicou que a doença é sorrateira, pode surgir anos antes, 10 a 15 anos antes os sintomas se manifestarem. Eu não sabia que todos esses sinais estavam relacionados à doença”, frisou.
Para Helenita, o diagnóstico veio em agosto de 2019, após a realização de vários exames. Ela enfatiza: “Quando a pessoa é diagnosticada, às vezes ela tenta se esconder, tenta ser introspectiva. Ela precisa iniciar os tratamentos o mais rápido possível, porque você terá qualidade de vida. Façam o tratamento!”.
Esse ano ela foi indicada a fazer a cirurgia DBS. “Eu perguntei para o doutor: O que o senhor tem de novo para me encaixar? Porque sou uma pessoa muito ativa, viajei muito, estudei muito. Isso para mim é doloroso, poderia chegar a ser dependente de outras pessoas”, declarou. E concluiu: “A cirurgia foi muito tranquila, levou 7 horas e foi exatamente como o doutor Robson indicou. Deu tudo perfeito”.
Sobre a Ebserh
O HUGV-Ufam faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Redação: Neurizete Duarte
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh
Tags: avanços no tratamento de Parkinson, terapia de estimulação cerebral profunda, ebserh, sus, HUGV, Amazonas