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EBSERH EM AÇÃO
Hospital Universitário da UFRR realiza segundo mutirão de saúde indígena e reforça compromisso com atendimento especializado em Roraima
Boa Vista (RR) – O Hospital Universitário da Universidade Federal de Roraima (HU-UFRR), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), realizou, de 3 a 7 de novembro, o segundo Mutirão de Saúde Indígena do ano. A iniciativa amplia o acesso de comunidades indígenas a consultas e exames especializados, beneficiando pacientes dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) e das Casas de Saúde Indígena (Casais) Yanomami e Leste Roraima.
A superintendente do HU-UFRR, Bianca Jorge Sequeira, destacou que a mobilização faz parte de uma estratégia nacional da Rede Ebserh, que articula diversos hospitais universitários em torno do mesmo objetivo: garantir cuidado especializado e integral às populações indígenas. “Por meio de uma parceria firmada com as Casais e com os DSEIs, os pacientes indígenas chegaram até o nosso hospital, foram atendidos e saíram daqui com os exames realizados”, declarou a gestora.
A diretora do Departamento de Atenção Primária à Saúde Indígena da Secretaria de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Putira Sacuena, acompanhou os atendimentos e conheceu a Unidade de Retaguarda Hospitalar dos Povos Indígenas, a primeira do Brasil. “A Unidade de Retaguarda é muito importante para nós, enquanto povos indígenas, e traz um modelo piloto de atendimento diferenciado, com médicos, enfermeiros e equipe multiprofissional qualificados para o atendimento intercultural. Para nós, enquanto Sesai, é extraordinário ter a Ebserh junto ao Ministério da Saúde, fazendo um atendimento qualificado aos povos indígenas”, avaliou a diretora do DAPSI.
Atendimentos
Durante o mutirão, foram realizados 77 atendimentos, sendo 44 consultas – clínica médica, cardiologia, dermatologia, infectologia, gastroenterologia e nefrologia – e 33 exames – eletrocardiograma, ultrassonografia, tomografia, raio-x e laboratoriais.
Uma das pacientes atendidas foi Jucineide Bonfim Amaro, indígena macuxi, que vive na comunidade Raposão, no município de Normandia. “Eu vim porque estou com problema nos rins, tá funcionando só uns 40%, e eu preciso de acompanhamento com nefrologista”, contou. Jucineide já ficou internada por duas vezes no hospital: “Primeiro eu fiquei internada lá em cima, passei 17 dias. Aí voltei e passei um mês aqui embaixo [na Unidade de Retaguarda Hospitalar dos Povos Indígenas]. Aqui o atendimento é muito bom, e eu gostei muito do pessoal que atende”.
Também da etnia macuxi, Joicivandro Cunha Justino mora na comunidade do Milho, na zona rural da capital Boa Vista. “O meu coração teve um infarto uns meses atrás, e eu não senti, mas deu essa alteração no eletro. Muito bom o atendimento do doutor, muito atencioso. A gente espera que todos os profissionais nos atendam dessa forma, como o doutor Kim nos atendeu”, comentou o paciente.
Já Lucineia Mota Dias, indígena wapichana, recebeu atendimento de gastroenterologia. “Estou com muita dor no meu fígado”, disse, ao lado da neta Lia Janaína, que a acompanhava na consulta. A família vive na comunidade Lago Grande, na zona rural de Boa Vista.
Além de indígenas macuxi e wapichana, o mutirão recebeu pacientes das etnias taurepang, yanomami, yekuana e sanumá.
Sobre a Ebserh
O HU-UFRR é faz parte da Rede Ebserh desde 2024. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Vanessa Vieira
Unidade de Comunicação Regional 30