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HUB é selecionado para colaborar com pesquisa inédita executada pelo Hospital Sírio-Libanês
Brasília (DF) – O Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), foi uma das instituições selecionadas pelo Hospital Sírio-Libanês (HSL) para colaborar com o estudo multicêntrico “Cardio Tox Trial”, parceria entre o Ministério da Saúde, por meio do programa Proadi-SUS, e o Sírio-Libanês, com apoio do Brazilian Clinical Research Institute (BCRI), que tem como objetivo avaliar a eficácia do medicamento genérico carvedilol na prevenção de disfunções cardiovasculares em pacientes oncológicos submetidos a tratamento quimioterápico com antraciclinas. O estudo tem como pesquisador principal o Prof. Renato Lopes, Diretor da ARO HSL e professor titular da Duke University, juntamente com a Cardiologia HSL, liderada pelo Prof. Roberto Kalil Filho, Prof. Titular do InCor FMUSP.
O carvedilol, considerado de baixo custo, já é disponibilizado no Sistema Único de Saúde (SUS) para tratar insuficiência cardíaca e, durante a pesquisa, será investigado por suas propriedades de proteção celular.
De acordo com Sâmela Segóvia, chefe da Unidade do Sistema Cardiovascular do Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB) e responsável pela pesquisa CardioTox Trial na unidade, as antraciclinas são usadas no tratamento de alguns tipos de câncer e podem causar diferentes efeitos colaterais, incluindo a cardiotoxicidade:
“A insuficiência cardíaca é uma manifestação grave desse quadro, além de se tratar de uma doença debilitante que mata milhões de pessoas todos os anos, no mundo todo”, destaca. “Pacientes que acabam desenvolvendo essa enfermidade são forçados a interromper o tratamento de câncer, e o Brasil está sendo pioneiro na realização desse estudo, que terá impacto mundial, e que é de suma importância para avaliar se o carvedilol pode proteger o coração dessas pessoas e impedir que elas desenvolvam insuficiência cardíaca, consequentemente, salvando milhares de vidas. No HUB, estamos muito satisfeitos por participar de uma pesquisa tão inovadora dentro da cardio-oncologia”.
O CardioTox Trial foi iniciado pelo Sírio-Libanês em 2019, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), visando recrutar, através de hospitais públicos, universidades e clínicas de todo o país, o total de 1.018 pacientes diagnosticados com diferentes tipos de câncer e com indicação para tratamento com antraciclinas. Até o momento, o Sírio e as instituições parceiras já recrutaram mais de 700 participantes e têm centros em todas as regiões do país. O HUB participa da pesquisa desde 2024.
“O grande diferencial da pesquisa é justamente o número de participantes, já que será a primeira a contar com mais de 750 pacientes, sendo a maior amostra num estudo da área de cardio-oncologia no mundo”, ressalta a especialista de projetos na diretoria de Compromisso Social do Sírio-Libanês, Carla Pinheiro. “Por se tratar de uma investigação de alta relevância na área da cardio-oncologia, a participação de diferentes instituições de renome, incluindo hospitais públicos e universitários, como o Hospital Universitário de Brasília, não só enriquece a pesquisa com diferentes perspectivas e expertises, mas também se torna mais acessível para a população e o SUS. Essa iniciativa pode, ainda, ajudar a preencher lacunas no tratamento de pacientes com câncer no país”.
Durante o estudo, os 1.018 pacientes seguem sob os cuidados das equipes de cardio-oncologia de cada instituição de saúde participante, onde são divididos em dois grupos: um que recebe placebo, e o outro, carvedilol, enquanto realizam as devidas sessões de quimioterapia com antraciclinas. Após o término do tratamento, continuam recebendo ambas as substâncias por mais 30 dias. Depois disso, os pacientes são monitorados por 12 meses, passando por avaliações clínicas e exames cardiológicos.
A fase de recrutamento do CardioTox Trial termina em dezembro de 2026. Já o fim do estudo clínico está previsto para 2027, com a conclusão do acompanhamento dos pacientes participantes, o fechamento do banco de dados e a divulgação dos resultados para comunidade científica e sociedade.
Até o momento, o projeto conta com a participação de 28 instituições brasileiras, incluindo outros seis hospitais universitários da Rede Ebserh: Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HU-UFPE), Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), Hospital Universitário do Piauí (HU-UFPI), Hospital Universitário Prof. Dr. Horácio Carlos Panepucci (HU-UFScar) e Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC).
Sobre o Proadi-SUS
O Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) foi criado em 2009 com o propósito de apoiar e aprimorar o SUS por meio de projetos de capacitação de recursos humanos, pesquisa, avaliação e incorporação de tecnologias, e gestão e assistência especializada demandados pelo Ministério da Saúde. Atualmente, o programa reúne sete hospitais sem fins lucrativos que são referência em qualidade médico-assistencial e gestão: A.C. Camargo Cancer Center, Hospital Alemão Oswaldo Cruz, BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Hcor, Einstein Hospital, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês. Os recursos do Proadi-SUS advém da imunidade fiscal dos hospitais participantes.
Os projetos levam à população a expertise dos hospitais em iniciativas que atendem necessidades do SUS. Entre os principais benefícios do Programa destacam-se a redução de filas de espera; qualificação de profissionais; pesquisas do interesse da saúde pública para necessidades atuais da população brasileira; e, ainda, a gestão do cuidado apoiada por inteligência artificial e melhoria da gestão de hospitais públicos e filantrópicos em todo o Brasil. Para mais informações sobre o Proadi e os projetos vigentes no atual triênio, acesse o portal dos hospitais Proadi-SUS.
Rede Ebserh
O HUB-UnB faz parte da Rede Ebserh desde janeiro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh
Foto: Ilustrativa/Canva