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LIDERANÇA
HUB recebe presidenta do Banco do Brasil para palestra sobre diversidade e liderança no serviço público
Brasília (DF) – O Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB/Ebserh) ofereceu, nesta quarta-feira (10), no Auditório 1, a palestra “Diversidade e liderança no serviço público: trajetórias que transformam”, ministrada por Tarciana Medeiros, primeira mulher a se tornar presidenta do Banco do Brasil. O evento aconteceu no Auditório 1 e foi uma iniciativa promovida pela Unidade de Transplantes em parceria com a Comissão de Eventos.
Auditório lotado, houve até quem ficou em pé. No virtual, outras 600 pessoas acompanhavam atentas. Celulares e câmeras registravam junto aos olhares e ouvidos misturados com sorrisos e expressões de quem acompanhava a presença e palavras de Tarciana, que realizou a palestra na data que marcou o Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Trajetória
Histórias como a de Tarciana Medeiros são inspiração, força e resistência a todas as mulheres que também sonham e realizam novos futuros - seja dentro ou fora do serviço público – pavimentando caminhos de superação e oportunidades para outras mulheres, grupo que corresponde a 51,5% da população brasileira. Paraibana (natural de Campina Grande), mulher negra, mãe e lésbica, Tarciana é a primeira a se tornar presidenta do Banco do Brasil, instituição que possui 217 anos de existência. Não à toa, também foi eleita pela Revista Forbes a 18ª mulher mais poderosa do mundo em 2025.
“Precisamos trabalhar para ser a última geração de primeiras”, reforçou a diretora do BB, em referência à importância de a luta atual garantir que as gerações futuras de mulheres não precisem encarar a falta de representatividade e os percalços que impedem que estejam nos diversos espaços de destaque e liderança.
“[Quero poder deixar] um legado de transformação da sociedade, transformar as nossas empresas e a vida de quem a gente tá junto, (...) que a gente tenha propósito de vida (...) que a gente diversifique cada vez mais, não apenas no discurso, mas na prática”, enfatizou.
Pela vida das mulheres
O encontro abordou reflexões indispensáveis que traduziram os múltiplos desafios que mulheres ainda enfrentam para ocupar espaços de decisão e poder no Brasil. Realidade ainda mais inóspita para as mulheres não brancas, como as indígenas e negras, que experimentam o racismo e o machismo ao mesmo tempo.
O contexto de violência e exclusão fica ainda mais evidente quando são observados os números do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que informam que de janeiro a setembro de 2025 aconteceram 2,7 mil tentativas de feminicídio no Brasil, 1.075 foram vítimas fatais.
“Enquanto não entendermos que não há nenhuma lógica em nos tratarem de um jeito diferente (...) sinceramente a gente vai continuar com débito em relação a sermos humanos”, destacou Tarciana.
“A violência contra as mulheres atinge a saúde mental, prejudica o desenvolvimento econômico, prejudica a soberania nacional e, sobretudo, cai sobre os hospitais universitários e Unidades Básicas de Saúde (UBS) (...) precisamos nos unir pelo fim da violência contra as mulheres”, alertou Fátima Sousa, superintendente do HUB, ao realizar a abertura da programação em uma fala acompanhada por Denise Motta Dau, assessora de planejamento da Diretoria de Gestão de Pessoas da Empresa Brasileira de Serviços Hospialares (Ebserh), que representou o presidente da estatal, Arthur Chioro.

“É na escola, é na universidade, é na formação do Sistema Único de Saúde (SUS), é na formação da assistência social, é também na pesquisa e no ensino que a gente tem que mudar essa mentalidade misógina, racista, machista, homofóbica que vem ganhando forças nas redes sociais (...) que pregam o ódio às mulheres”, disse.
Iniciativa
A palestra foi uma iniciativa promovida pela Unidade de Transplante do HUB a partir das diretrizes que integram o Plano Diretor Estratégico (PDE) do hospital, pensando, desta forma, metas institucionais de combate à discriminação e ao assédio, por exemplo.
“Nós, homens, muitas vezes estamos numa posição confortável e não temos dimensão dos desafios em ocupar esses espacos sendo uma mulher, então ouvir uma mulher falando a partir da experiencia dela de fato é muito rico”, comentou Gustavo Arimatea, chefe da Unidade de Transplante do hospital, que também integrou a comissão que organizou a programação, grupo esse formado majoritariamente por mulheres. Uma delas é Pollyana Santos, psicóloga na Unidade de Transplante e a responsável por entrar em contato com o Banco do Brasil e conseguir a presença de Tarciana Medeiros no HUB.
“Eu fiz questão de sentar lá na frente para curtir esse momento, porque a gente trabalhou intensamente para que a palestra acontecesse, para que fosse como foi. Eu me sinto muito realizada de ter podido participar de tudo isso”, celebrou Pollyana.

Sobre a Ebserh
O HUB-UnB faz parte da Rede Ebserh desde janeiro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Redação e revisão: Elizabeth Souza
Coordenadoria de Comunicação Social – Ebserh