Eric Benchimol Ferreira: enfermeiro do HC-UFG/Ebserh conta sua história de amor ao ensino do cuidado humanizado!

Conhecido pelos profissionais do HC-UFG pelo seu profissionalismo e carisma, o enfermeiro Eric Benchimol Ferreira iniciou sua carreira em 1988, quando assumiu a assistência de enfermagem agregando à função a preceptoria, onde quer que atuasse dentro do HC-UFG.

Eric Benchimol faz parte do rol de profissionais que ajudaram a construir a história do HC-UFG ao longo desses 60 anos de existência. E no decorrer de sua jornada, identificou algumas necessidades dentro da atuação da Enfermagem prática e, como tinha uma forte tendência à docência e ao atendimento humanizado, o que o fez procurar qualificações para assumir sua missão de ensinar, de transmitir conhecimento.

“Quando recebia os alunos para a prática no campo, eu percebia inúmeras inexperiências e deficiências, principalmente as voltadas para humanização no cuidado. Sempre lembrei aos acadêmicos que o paciente é um ‘ser humano’. Eu tocava no braço dele, do residente, para que ele sentisse que quando o paciente é tocado, ele também sente. Esse fator é muito relevante: o toque. O toque transmite calor, confiança, afabilidade, que gera uma empatia entre paciente e profissional da saúde”, ressaltou.

Eric fez mestrado no programa de Ensino na Saúde pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG), onde obteve uma experiência em Metodologias Ativas, que aplica até hoje nas aulas teórico-práticas.

Já passou pela Clínica Médica, Cirúrgica, UTI, Pronto Socorro do HC-UFG. Atualmente, é vinculado à gestão do HC-UFG, onde atua como chefe da Unidade E-Saúde, ligada à Gerência de Ensino e Pesquisa (GEP) e ainda é enfermeiro substituto da chefia de Divisão de Enfermagem. Também está vinculado à coordenação de Residência Multiprofissional, como preceptor e tutor.

“Nesses 12 anos de preceptoria e tutoria, a minha satisfação é ver esses novos profissionais da saúde evoluírem em conhecimento e prática, retornando ao hospital como profissionais concursados, mas, muito mais do que isso, pessoas transformadas, mais humanas, que se dedicam à prática do cuidar”.

A disciplina que ministra para os residentes multiprofissionais (Enfermagem, Serviço Social, Fisioterapia, Biomedicina, Psicologia, Nutrição, Fonoaudiologia) é “Cuidados Paliativos”, que visa o cuidado do paciente acometido de doenças degenerativas.

Na disciplina, Benchimol faz uma abordagem completa sobre as patologias e o papel de cada profissional em cuidados paliativos e ainda utiliza como ferramenta o teatro para retratar as diversas situações que acontecem no contexto hospitalar, o que faz com que os residentes reflitam sobre suas atuações.

“Como professor, me sinto feliz neste momento, pois sinto que eles estão se entregando para a ação da prática, exercendo da melhor forma seu papel profissional e buscando controlar suas emoções, porque muitos choram, mas há que se ter um controle diante do paciente, para exercer uma melhor assistência”.

Para a enfermeira residente do HC-UFG, Eduarda Faria, que já teve aula com Eric Benchimol, além de enfermeiro, professor e tutor, ele tem uma visão holística de tudo o que acontece no hospital. “Ele consegue ter essa visão humanizada. Como ele já foi internado aqui no hospital, ele consegue associar o lado do paciente com o do profissional. Nos cuidados paliativos, ele consegue englobar teoria e prática. Além de professor, eu o vejo também como pai, porque está sempre muito disposto a ajudar todos, especialmente os residentes”, declarou.

De enfermeiro a Papai Noel

Quando criança, Eric recorda que riscava as paredes da sua casa, porque gostava de brincar de ensinar. Já foi orientador da disciplina de “Pronto Sorriso” pela Faculdade de Medicina, de 2017 até 2019, onde mostrava aos alunos como levar a alegria aos pacientes internados, sempre vestido de palhaço. “Me recordo que o retorno era maravilhoso, pois aqueles alunos tão jovens relatavam verdadeiras histórias de amor e gratidão com a experiência”.

Atua como papel de Papai Noel do HC para visitar os pacientes do hospital, especialmente as crianças internadas. Certa vez, pensou em desistir, pois uma paciente pediu a ele saúde e vida, e depois de algumas horas, a paciente veio a falecer, fato que o deixou muito triste.

Com a pandemia, Eric sentiu que ainda precisava continuar a sua missão de levar amor e alegria aos pacientes. Daí, em 2019, decidiu que deveria voltar a desempenhar seu papel de Papai Noel, que faz com muita alegria e satisfação em servir!

“Sinto muita alegria em fazer esse papel. Me sinto mais humano, mais próximo das pessoas. Procuro fazer também meu papel social dentro da minha crença espiritual e faço de coração. Não concordo com a venda da fé, de jeito nenhum!”, finaliza com convicção.