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Varíola dos macacos: o que você precisa saber sobre a doença
Varíola dos macacos: o que você precisa saber sobre a doença
A varíola dos macacos é uma zoonose provocada pelo vírus de mesmo nome, o monkeypox – ele pertence à mesma família do orthopoxvirus, responsável pela transmissão da varíola. Apesar das semelhanças entre as ambas, a monkeypox causa quadros menos graves.
A doença é endêmica em regiões como África Ocidental e Central, mas, desde maio de 2022, casos foram relatados em países em que, até então, ela não era comum. No Brasil, até o último dia 5 de agosto, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o total de casos confirmados são de 1.721 (mil setecentos e vinte e um) e somente 1 (um) veio a óbito. Devido ao aumento da transmissão e ao estado de emergência de saúde, é de extrema importância conhecer mais afundo sobre a doença.
Sintomas
Segundo Ana Beatrix, infectologista do Serviço de Controle de Infecções Relacionadas a Assistência à Saúde (SCIRAS) do Hospital das Clínicas da UFG, vinculado à Rede Ebserh, a varíola dos macacos é dividida em duas fases – a febril, com duração entre 1 a 5 dias, e a fase de erupção cutânea, caracterizada por alterações na pele iniciadas entre o primeiro e terceiro dia do período febril.
A infectologista informa que “os sintomas incluem, além da febre, mal-estar, fraqueza, cefaleia (dor de cabeça), e pode ocorrer aumento dos linfonodos (gânglios), principalmente em regiões cervical e inguinal”. Em relação às lesões na pele, é perceptível uma evolução muito característica: inicia-se com máculas e evolui gradualmente aos estágios de pápula, vesícula (pequenas bolhas com líquido claro), pústula (pequenas bolhas, com secreção amarelada e aspecto purulento) e, por fim, crostas na camada superficial da pele.
Transmissão
Existem duas formas em que pode acontecer a transmissão da varíola dos macacos: o contato direto e o indireto. O direto nada mais seria que o toque físico, incluindo relações íntimas. Já o indireto, acontece através do contato com secreções respiratórias, sangue e outros fluidos corporais, ou até mesmo com mucosas de alguém que esteja infectado – principalmente em roupas, roupas de cama e utensílios de uso pessoal. A médica infectologista ressalta que, até que todas as cristas tenham caído e haja uma nova pele sendo formada, o paciente ainda é transmissor da infecção.
Também pode ser transmitida através de gotículas respiratórias, mas, de acordo com Ana Beatrix, “essa forma de transmissão necessita de contato prolongado, sendo mais comum em indivíduos que residem no mesmo ambiente, profissionais de saúde (sem uso adequado de EPI) e outros contactantes próximos”. Além disso, em determinadas situações, os aerossóis (partículas menores que ficam dispersas pelo ar e podem ser inaladas) também são capazes de transmitir a doença.
Embora ainda não haja comprovação que o vírus seja sexualmente transmissível, a maioria dos casos envolveu, principalmente, homens que fazem sexo com outros homens. Entretanto, a doença não é exclusivamente desse grupo, sendo identificada até mesmo em crianças e gestantes.
Tratamento
Até o momento, o tratamento da varíola dos macacos é voltado para manejar possíveis complicações, prevenir consequências a longo prazo e aliviar os sintomas. Segundo Ana Beatrix, “não existe antiviral específico para Monkeypox, mas alguns medicamentos antivirais como Cidofovir, Brincidofovir e Tecovirimat podem ser considerados”. Além disso, a infectologista ressalta que, até o momento, não há protocolos acertados para tratamento da infecção pelo Monkeypox.
Prevenção
Em função da pandemia de covid-19, o uso de máscaras, o distanciamento e a higienização constante das mãos são medidas já aplicadas e, agora, também serão necessárias contra a varíola dos macacos. “Neste momento, mantenha o uso de máscaras quando em meio a outras pessoas, especialmente em ambientes fechados e, caso desenvolva quadro clínico suspeito, procure assistência médica imediatamente para orientações e investigação diagnóstica. Realize também o isolamento, evitando contato com outras pessoas enquanto durarem os sintomas”, destaca a infectologista do HC.
Atendimento
A orientação médica é que, pacientes com suspeita de varíola dos macacos, devem procurar atendimento e acompanhamento nas Unidades Básicas de Atenção à Saúde. Os casos confirmados, moderados ou graves, serão transferidos para as unidades de referência.