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Hucam-Ufes
Pesquisadores do Hospital da Rede Ebserh em Vitória (ES) descobrem caminho mais ágil para detectar infecção no cérebro transmitida por fezes de pombo
Imagem de exame de ressonância magnética usada como evidência na pesquisa realizada no Hucam-Ufes. Imagem ilustrativa: freepik
Vitória (ES) – Pesquisadores do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes, da Universidade Federal do Espírito Santo (Hucam-Ufes), administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), apontam, através de estudo publicado recentemente, para avanços no diagnóstico da neurocriptococose, uma infecção causada por fungo e com graves consequências à saúde.
Como ocorre a infecção
Pouco conhecida por boa parte da população, a neurocriptococose é causada pela inalação de pequenas estruturas de fungos do tipo cryptococcus, presentes em fezes de aves, sobretudo pombos. A contaminação pode acontecer no solo, em árvores ou partes de madeira em decomposição. Ao absorver essas estruturas fúngicas, a pessoa pode desenvolver inflamação das meninges ou do cérebro e meninges. O perigo deste tipo de contágio é maior em pessoas com o sistema imunológico enfraquecido, como indivíduos com doenças autoimunes ou que convivem com HIV/AIDS.
O estudo “O espectro dos achados radiológicos na neurocriptococose: série de casos e revisão sistemática” faz um detalhamento sobre esses indícios presentes nas imagens dos exames de ressonância magnética. Ao todo, a investigação sugere 36 padrões radiológicos na apresentação da doença, sendo os mais comuns: meningite, hidrocefalia, dilatação dos espaços perivasculares (Virchow-Robin), criptococomas e infartos lacunares. Para cada um desses achados há uma descrição das imagens que sugerem a inflamação por neurocriptococose.
Sendo uma enfermidade que apresenta sintomas inespecíficos (dor de cabeça, confusão mental e febre), reconhecer a neurocriptococose ainda é um desafio. A definição do diagnóstico é realizada por meio de uma combinação de exames clínicos, laboratoriais e de imagem, além de análise do líquor (líquido cefalorraquiano) ou biópsia, como sugere Marcos Rosa Júnior, neurorradiologista do Hucam-Ufes que conduziu a investigação.
Pesquisadores identificaram imagem típica da lesão
Para o especialista, o avanço nessas evidências é necessário para obter maior precisão no diagnóstico, além de realizá-lo em tempo hábil. “Neste estudo evidenciamos, por exemplo, a imagem de uma lesão cística com nódulo periférico, um sinal considerado patognomônico para outra doença, a neurocisticercose. Entretanto, este mesmo sinal ocorre na neurocriptococose, e confirmar isso ajuda a reconhecer melhor as evidências, descartar outros tipos de doenças e ganhar tempo na definição do diagnóstico para tratar a neurocriptococose de forma mais assertiva”, ressaltou Marcos Rosa.
O artigo completo com todos os detalhes sobre a pesquisa pode ser acessado neste link.
Sobre a Ebserh
O Hucam-Ufes faz parte da Rede Ebserh desde abril de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Manuela Pereira
Coordenadoria de Comunicação Social da Rede Ebserh