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HU-UFS
Hospital da Rede Ebserh em Sergipe realiza primeiro transplante renal de doador falecido
Aracaju (SE) - O Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU-UFS), integrante da Rede Ebserh, realizou o primeiro transplante de rim oriundo de doador falecido em sua história. Via de regra, o HU-UFS realiza cirurgias de transplante de rim por meio de doador vivo, com algum grau de parentesco próximo ao do receptor. No estado, o último transplante renal com órgão de um doador falecido ocorreu há mais de dez anos.
Adalberto Cabral Gomes, de 41 anos, descobriu que sofria de doença renal crônica, com um quadro de fadiga e certo grau de incontinência. Deu início a um tratamento conservador, mas seus rins pararam de funcionar, o que o obrigou a começar o processo de hemodiálise. Ele já estava na fila de espera de transplante há pelo menos dois anos e meio. Adalberto deveria ter recebido um rim de sua mãe em junho deste ano, o que não ocorreu devido a uma intercorrência momentos antes da cirurgia. Apesar disso, Adalberto continuou na fila de transplante, aguardando que surgisse um doador falecido.
“Eu me sinto feliz, bastante acolhido. Ver o empenho do hospital, da equipe médica, me passa confiança, mostra que são profissionais bem qualificados, que são pessoas que realmente têm amor pelo que fazem”, destaca Adalberto. Emocionado, ele expressou sua gratidão: “Quero agradecer pelo gesto de solidariedade, de amor ao próximo. Esse foi um gesto de amor. Quero agradecer a essa família por essa consciência e por doarem o rim do seu ente querido, que vai beneficiar a minha vida, vou poder dar continuidade a minha história. Eu só tenho a agradecer”.
Durante alguns anos, o estado não realizava transplantes renais. Nesse tempo, o Programa de Transplante Renal do HU recebeu mentorias do Hospital Albert Einstein e do CH-UFC, para estar devidamente preparado para situações como esta. Uma dedicação de toda a equipe multiprofissional que compõe o programa e a Unidade de Nefrologia do hospital.
“Para nós (equipe de transplante, de nefrologia e de enfermagem), que viemos acompanhando esse processo desde o começo, lutando para manter esse programa em pé e funcionar, é muito gratificante. Sabemos que é um processo que todo mundo ganha: ganhamos como equipe, ganhamos como hospital por estar dando essa devolutiva social e ganhamos, principalmente, com o paciente que viemos acompanhando desde o começo e sabemos como é gratificante para ele também poder receber esse rim aqui no estado, que era uma limitação que tínhamos antes e que a gente quer quebrar essa barreira cada vez mais. Que o Programa cresça cada vez mais e, junto, cresça também o Hospital Universitário, e o benefício volte também para a sociedade”, relata o nefrologista Laurisson Albuquerque, que acompanhou o caso de Adalberto desde o início.
Pioneirismo e excelência
“O hospital universitário, seguindo a sua tarefa educativa e assistencial com a população, continua sendo pioneiro em várias atividades. Esse hospital, depois de dez anos sem nenhum transplante no estado, começou o transplante de rim. Nós fizemos transplantes intervivos. Esses transplantes foram um sucesso, todos os pacientes estão bem, tirando vários pacientes que estavam na máquina de diálise e hoje com a vida próxima do normal”, celebra o presidente da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (CIHDOTT) da instituição, Antonio Junior.
“Hoje”, complementa ele, “continuando a atividade pioneira do Hospital Universitário, tanto assistencial quanto educativa, tivemos o primeiro transplante com doador falecido. O rim foi captado aqui em nosso estado, pela equipe de captação, e implantado aqui no hospital”.
Sobre a Ebserh
O HU-UFS faz parte da Rede Ebserh desde outubro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Wesley Prado e Williany Bezerra de Souza
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh