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CONSCIÊNCIA NEGRA
Hospitais da Ebserh ampliam práticas antirracistas na Semana da Consciência Negra
Brasília (DF) – Em um país construído e atravessado pelo racismo, garantir saúde pública humanizada e de qualidade às pessoas negras é, além de direito essencial, peça que integra a busca por justiça social. Compreendendo tal importância e atuando em sintonia com o mês da Consciência Negra, hospitais universitários gerenciados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), em Uberaba (MG), Petrolina (PE), Brasília (DF) e Recife (PE), têm promovido programação alusiva à data.
O objetivo é abordar a importância do combate ao racismo no Sistema Único de Saúde (SUS), bem como promover e fortalecer seus princípios que se traduzem em compromisso diário com o acesso universal, igualitário e gratuito. “O racismo estrutural se reflete em indicadores de saúde mais desfavoráveis, no menor acesso a serviços de qualidade, em maiores taxas de mortalidade materna e infantil e na maior prevalência de agravos à saúde mental”, pontua Fernanda Camargo, enfermeira do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM/Ebserh).
Compromisso antirracista no HU-UFTM
Fernanda é uma das responsáveis pelas atividades do Mês da Consciência Negra no HU-UFTM, que aconteceu no dia 19 de novembro. O evento contou com apresentação do poeta Wellington Sabino que atua como assistente administrativo no hospital, e a mesa-redonda Política Nacional de Saúde da População Negra. “Em um hospital 100% SUS, como o HC-UFTM, discutir consciência negra também é uma forma de garantir os princípios de equidade e universalidade do sistema”, destaca Wellington.
De 14 a 30 de novembro também acontece a exposição “Entre saberes e cuidar: presenças negras na Ciência e na Saúde”, no Hall ao lado da Área de Convivência do HC.
Vivências negras no HUB
No Distrito Federal, 75% da população negra é usuária exclusiva do Sistema Único de Saúde, segundo dados do Instituto de Pesquisa e Estatística do DF (Ipedf), de 2022. Um dos hospitais 100% SUS da região é o Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB/Ebserh), que reafirma diariamente sua dedicação com essa população ao adotar medidas de enfrentamento ao racismo institucional.
Essa atuação também se materializa durante o Novembro Negro, com a realização do evento “Raízes que curam: Consciência Negra no HUB”, que aconteceu de 17 a 19 de novembro.
Foram realizadas exibição de filme, apresentações artísticas, rodas de conversa e palestras, e a estreia do minidocumentário “Entre Saberes e Vivências Negras no HUB”, que fala de identidade, resistência e orgulho de profissionais negros e negras que atuam no hospital, bem como o compromisso com o combate ao racismo no SUS.
“Organizar e participar desse evento é parte da minha dedicação pessoal e profissional com um SUS mais humano, antirracista e de fato igualitário”, comentou Janayna Bispo, chefe da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIn-HuB) e coordenadora da ação.
Valorização racial no HU-Univasf
No Hospital Universitário da Universidade Federal do Vale do São Francisco (HU-Univasf/Ebserh), em Petrolina, o Comitê de Diversidade e Equidade preparou uma programação especial na tarde dia 18 de novembro.
Estruturado em três momentos, o evento contou com apresentação cultural de Guegue Barbosa e grupo Jovens Ogãs. Em seguida, Vanessa Santos Gualberto, fonoaudióloga, e Bárbara Renata Veloso Gama, pedagoga, apresentaram um panorama histórico da inserção da população negra no serviço público e o perfil racial da instituição.
O evento seguiu com o painel “Por uma sociedade antirracista”, conduzido pelo professor Nilton de Almeida Araujo, coordenador do Núcleo de Estudos Étnicos e Afro-Brasileiros Abdias Nascimento-Ruth de Souza (NEAFRAR/Univasf), e por Mãe Jessica de Iemanjá, do Templo Religioso Dona Colondina.
“O intuito é promover a conscientização sobre a importância da igualdade racial, valorização da cultura afro-brasileira e combate ao racismo institucional, contribuindo para um ambiente de trabalho mais inclusivo, respeitoso e diverso”, observou Vanessa Gualberto.
Incentivando a autodeclaração no SUS
Em Recife, o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE/Ebserh) realizou iniciativas pela Consciência Negra em duas etapas, desenvolvidas junto às estagiárias e profissionais de Serviço Social do HC. No dia 14, foi promovida uma formação aberta aos profissionais na roda de conversa “Educação Popular em Saúde: Aproximando saberes e transformando o cuidado”.
Já entre os dias 17 e 19, ocorreu a intervenção “Qual a cor do SUS”, oportunidade em que as equipes percorreram os ambulatórios distribuindo folders sobre autodeclaração racial e conduzindo conversas com os usuários nas filas de espera, estimulando reflexões sobre raça e cor.
“A gente trouxe essa temática da autodeclaração justamente para poder, a partir disso, falar das relações desiguais e raciais presentes na sociedade brasileira e, entre elas, falar do racismo estrutural”, explicou Isadora Vitoriano, assistente social do HC. Além disso, o momento também contou com a montagem de um memorial em homenagem a personalidades negras que marcaram a história e são referências para o Brasil.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Redação: Elizabeth Souza, com revisão de Danielle Campos
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh