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RELATOS DE QUEM CUIDA
Histórias de cuidado e acolhimento no “Dia E” do Hospital Rede Ebserh em Rio Grande (RS)
Mutirões começam muito antes da data agendada. São um processo complexo e exige grande articulação.
Rio Grande (RS) — “É gratificante como profissional e como ser humano”. A frase da técnica em Enfermagem, Ândrea Gayer Vilela, traduz o clima que tomou conta do Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr. (HU-Furg), da Universidade Federal do Rio Grande, vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), no dia 5 de julho. Durante o Dia E, os corredores se encheram de movimento e propósito. Profissionais de saúde, gestores, pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e seus acompanhantes participaram de uma ação coletiva voltada a oferecer cuidado, acolhimento e acesso a quem aguardava por atendimento.
Desde setembro de 2023, os mutirões de atendimentos eletivos fazem parte da rotina do HU-Furg em datas em que a instituição costuma estar mais calma. Em 2024, essas ações passaram a integrar o programa nacional “Ebserh em Ação”, sendo a ser chamadas de “Dia E”. Recentemente, a iniciativa integrou o programa “Agora Tem Especialistas”, do Ministério da Saúde, fortalecendo-se ainda mais.
Nos bastidores dos mutirões
À frente do planejamento está o chefe da Unidade de Regulação Interna e Gestão da Informação Assistencial (Urigia), Matheus Souza Silva. Ele lembra que o mutirão começa muito antes da data agendada. É um processo complexo e exige grande articulação.
“Normalmente realizamos os mutirões nos feriados, independentemente de serem em dias úteis ou fins de semana. Começamos verificando quais atendimentos podem ser ofertados: sejam consultas, exames, procedimentos ambulatoriais ou cirurgias eletivas. Depois disso, iniciamos o agendamento com os pacientes. Esse contato é feito por telefone, com três tentativas espaçadas em 48 horas. Caso não consigamos retorno, o paciente é retirado da lista, com registro no prontuário. Por isso, é muito importante que as pessoas mantenham seus dados atualizados nas Unidades Básicas de Saúde, pois essas informações são repassadas para nós. Com os nomes confirmados, organizamos os prontuários, os locais, os materiais e a escala de profissionais. No dia do mutirão, nossa missão é garantir que tudo flua bem e todos sejam atendidos com dignidade”, explicou Matheus.
Atuando na recepção do Bloco Cirúrgico, a assistente administrativa, Alessandra Gonzaga, já participou de diversos mutirões. Ela contou como é possível transformar a rotina intensa de um mutirão em um momento acolhedor. “A gente prepara tudo com antecedência: as agendas dos profissionais, os prontuários dos pacientes, as folhas de sala... Isso facilita para que, no dia, tudo ocorra da forma mais tranquila possível. Quando vemos que os pacientes saindo aliviados, a sensação é de dever cumprido”.
A chefe da Unidade de Gestão da Qualidade e Segurança do Paciente, Ana Vaghetti, acompanha os mutirões de perto e destaca a importância de garantir o acesso com qualidade e segurança. “Reforçamos nosso compromisso com o cuidado seguro, acompanhando de perto o cumprimento das metas internacionais de segurança do paciente e promovendo ações voltadas à humanização da assistência. Nosso objetivo foi garantir que cada pessoa atendida se sentisse acolhida, respeitada e bem cuidada em nossa instituição. Seguimos firmes na missão de oferecer uma assistência cada vez mais qualificada, segura e centrada no paciente, fortalecendo os laços entre a equipe de saúde e a comunidade”.
Diagnóstico que pode salvar vidas
“Durante o mutirão, realizamos as biopsias dos pacientes que estão esperando um diagnóstico para podermos definir qual tratamento eles vão realizar. Então, a importância do nosso mutirão é acelerar o processo de diagnóstico e tratamento desses pacientes”, compartilhou a cirurgiã bucomaxilofacial, Aline Bergman. Ela tem a missão de encurtar a angústia de pacientes que aguardam um diagnóstico de câncer de boca.
A médica cirurgiã vascular, Mariana Rodrigues, participou do mutirão realizando ecografias vasculares. “Durante o Dia E, realizamos exames de ecografia vascular em pacientes que estavam há muito tempo aguardando esse atendimento. Esse é um exame que, infelizmente, costuma demorar bastante para ser agendado no SUS. Quando temos ações como essa, conseguimos oferecer respostas mais rápidas. Já participei de outros mutirões e acho essa iniciativa surpreendente, fantástica, que ajuda e promove bem-estar para nossa população”.
Para a enfermeira, Louise Andrade, o mutirão representa um gesto coletivo de cuidado. “É um prazer enorme participar do Dia E, realizado pela Ebserh e pelo Ministério da Saúde. A intenção é cuidar com humanização e de dar atenção ao paciente com atenção, reduzindo as filas. Isso é muito importante para nós”. E a técnica em enfermagem, Andrea Vilela, completou: “O impacto maior é para os pacientes. Quando acontecem esses mutirões, o acesso fica muito mais fácil e eles saem daqui felizes, aliviados. Não faz muito tempo, recebemos um agradecimento emocionante pelo cuidado e pela forma como os mutirões estavam acontecendo”.
Aprender cuidando
Mutirões também são momentos importantes para a formação de novos profissionais da saúde. Para o residente de cirurgia, Caio Fernandes, “É um impacto muito positivo, tanto para nós residentes, quanto para os pacientes. Conseguimos adiantar a fila do SUS, trazendo benefícios para as pessoas, e aprendemos muito. Conseguimos praticar tanto a parte ambulatorial de atendimento aos pacientes quanto a parte cirúrgica”.
A chefe da Divisão Médica, Kamylla Schmalfuss Schaidhauer, reforça esse olhar. “Ajudamos a reduzir o tempo de espera dos pacientes que estão aguardando pelo SUS. Assim como colaborarmos no crescimento dos residentes e dos acadêmicos que nos acompanham”.
Sobre a Rede Ebserh
O HU-Furg faz parte da Rede Ebserh desde 2015. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Andreia Pires
Coordenadoria de Comunicação Social da Rede Ebserh