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Estudo realizado no Hospital da Ebserh no Rio de Janeiro (RJ) simplifica diagnóstico de doença causada pelo aumento da temperatura corporal
Teste de urticária colinérgica sendo realizado no ato de subir e descer escadas em velocidades alternadas. Imagem ilustrativa: freepik
Rio de Janeiro (RJ) – Um estudo realizado nas dependências do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, vinculado à Rede Ebserh, (HUCFF/Ebserh), pelos médicos imunologistas Guilherme Azizi e Solange Valle, membros do Serviço de Imunologia da instituição, promete simplificar o diagnóstico da doença causada pelo aumento da temperatura corporal e alergia ao suor.
A doença, conhecida como Urticária Colinérgica, é um tipo de urticária crônica caracterizada pelo surgimento de lesões eritematoedematosas de 1 a 3 mm, por toda extensão do corpo, principalmente, membros superiores, abdome, pescoço e face, ou seja, pequenas urticas, por todo o corpo, e seu surgimento está atrelado ao aumento da temperatura corporal. São lesões que coçam bastante, assim como podem doer, ou mesmo “pinicar".
“A doença é intensamente limitante, pois o paciente não consegue permanecer em locais de temperatura elevada, praticar atividade física, tendo assim alterações na qualidade de vida, podendo levar a quadros de ansiedade, depressão e ideação suicida”, explica Guilherme Azizi.
De acordo com ele, esse aumento da temperatura do corpo pode ser provocado pela ingesta de uma bebida quente, por comer algo picante, pelo estresse emocional ou pela atividade física. O médico considera ser um grande problema, no Brasil e nos países em desenvolvimento, a falta de material para o diagnóstico.
“Atualmente, o diagnóstico é realizado através de dois testes padronizados. Um deles utiliza bicicleta ergométrica com aferição e análise de frequência cardíaca, o que encarece o teste devido ao nível tecnológico elevado, e o outro é o teste de imersão em banheira com água a 42oC, sendo pouco prático para o dia a dia da prática clínica”, explica.
A nova técnica, recém-publicada em revista científica europeia de alto impacto, resultado de dois anos de estudo, intitulada Teste Azizi-Valle, visa diagnosticar os pacientes com Urticária Colinérgica de forma segura, com baixo aporte tecnológico, baixo custo e apresentando índices de sensibilidade e especificidade satisfatórios para que o diagnóstico seja o mais preciso possível.
“O teste é realizado através do ato de subir e descer um lance de escadas, sendo o paciente instruído pelo médico a aumentar gradativamente a velocidade, visando elevar a frequência cardíaca em 15 batimentos por minuto, a cada cinco minutos, em relação a sua frequência basal. Assim, elevando a temperatura do paciente e visando positivar o teste, a temperatura é aferida em três regiões (oral, fronte e timpânica) a cada cinco minutos, para avaliar a evolução da temperatura”, explica o médico.
Segundo ele, a técnica foi padronizada, apresentou boa reprodutibilidade e está disponível ao Sistema Único de Saúde (SUS) e à comunidade científica para o diagnóstico da Urticária Colinérgica.
“Os benefícios, na prática, são que o Teste Azizi-Valle pode ser aplicado em qualquer ambiente externo ou interno a um centro de referência, privado ou público, em locais no interior ou nos grandes centros, no Brasil ou fora, com custo reduzido, baixo aporte tecnológico e de forma segura”, finaliza o médico.
Rede Ebserh
O Complexo Hospitalar da UFRJ (CH-UFRJ) é administrado pela Ebserh, desde junho de 2024, e abrange o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), a Maternidade Escola (ME) e o Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG). Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Coordenadoria de Comunicação Social da Rede Ebserh