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ATENÇÃO
Especialistas do Complexo da Rede Ebserh em Belém (PA) recomendam cuidados com a saúde durante o verão amazônico
Mudança brusca de temperatura entre ambientes climatizados e o ar livre favorece choques térmicos.
Belém (PA) – Com menos chuvas e mais dias de sol, os meses de junho a novembro marcam o verão amazônico no Pará. As altas temperaturas e o sol intenso exigem cuidados com a pele, enquanto o clima seco eleva o risco de crises respiratórias. Diante deste cenário, especialistas do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (CHU-UFPA/Ebserh), formado pelo Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS) e pelo Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), alertam para a importância de reforçar os cuidados com a saúde durante esses meses.
Henderson Cavalcante, otorrinolaringologista chefe do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza, explica que a mudança brusca de temperatura entre ambientes climatizados e o ar livre favorece choques térmicos. Segundo ele, “o verão amazônico é bem intenso, as pessoas precisam estar muito tempo no ar-condicionado e essa exposição prolongada acaba predispondo infecções de vias aéreas superiores e inferiores”.
O médico detalha que as infecções de vias aéreas superiores, como sinusite e faringite, e as infecções de vias aéreas inferiores, como asma e bronquite, costumam aparecer também por conta de queimadas. Além disso, segundo o especialista, outro fator favorece o aumento de gripes e resfriados nesta época: as aglomerações.
“A ida a balneários atrai bastante os paraenses, mas muitos mergulhos podem causar otite. O excesso de água, em algumas situações até contaminadas, pode levar predisposição a esses quadros de infecção de ouvido, principalmente as micoses e as otites fúngicas por conta do aumento da umidade nessa região do corpo”, afirma o especialista.
Da mesma forma, as aglomerações também favorecem o surgimento de diversas doenças de pele. “A combinação de suor, calor e umidade facilitam o surgimento de miliária, popularmente conhecida como ‘brotoejas’; micoses superficiais conhecidas como ‘pano branco’ e ‘impigens’; reaparecimento de melasma; piora de acne; e algumas infestações como bicho geográfico (larva migrans cutânea) e sarna humana (escabiose)”, afirma a chefe da dermatologia do Hospital Universitário João de Barros Barreto, Rossana Veiga.
Ela explica que o calor e a umidade criam um ambiente propício para a proliferação de fungos causadores de micoses e dificultam a evaporação do suor, favorecendo a miliária. Para lidar com isso, a médica recomenda banhos frequentes, mas com cautela.
“O sabonete deve ser de bebê para crianças e não abrasivos para idosos, e não se deve utilizar buchas ou esponjas nos banhos, nem friccionar a pele. A fricção repetida leva ao ressecamento da pele por diminuição do manto lipídico, desequilibrando a função barreira da pele e contribuindo para a coceira”, esclarece.
Por fim, “no dia a dia, deve-se priorizar roupas leves de tecido de algodão, manter o uso regular de fotoprotetores e loções ou creme hidratantes após o último banho do dia, além do uso de chapéus, sombrinha ou guarda-chuvas, sem esquecer de manter a ingestão aumentada de água”, finaliza a dermatologista.
Sobre a Ebserh
O CHU-UFPA faz parte da Rede Ebserh desde 2015. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Maria Carvalho, com edição de Ludmila Wanbergna
Coordenadoria de Comunicação Social da Rede Ebserh