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HUWC-UFC
Da doação ao transplante: entenda como funciona a captação de órgãos
A doação de órgãos salva muitas pessoas que aguardam pelo transplante. Comunicar aos familiares o desejo de ser doador é fundamental. Imagem ilustrativa: freepik
Fortaleza (CE) – Entre o ‘sim’ da doação e o transplante de um órgão, existe um trabalho que exige cuidado e respeito ao luto das famílias. No Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará (CH-UFC), esse processo é conduzido pela Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), responsável por articular, acompanhar e dar transparência a todas as etapas da captação. O CH-UFC é vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
As atividades da Comissão começam ainda na identificação de um possível doador. Essa avaliação é realizada diariamente, em parceria com as equipes das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Quando surge a suspeita de uma morte encefálica, existe a possibilidade de doação de órgãos sólidos (como rins, fígado, pulmões, coração), e, para isso, inicia-se um rigoroso protocolo até a possível confirmação do óbito. Já em caso de parada cardiorrespiratória, ocorre a oportunidade da doação de tecidos (como córneas).
Com o falecimento do paciente, chega o instante mais sensível, conforme destaca a coordenadora da CIHDOTT do HUWC, Luciana Teles: a conversa com a família. “É nesse momento que a equipe exerce seu papel mediador, acolhendo o luto, esclarecendo dúvidas e oferecendo apoio emocional com empatia e serenidade”, descreveu.
Recentemente, a equipe da CIHDOTT conduziu a mediação da doação de uma paciente com morte encefálica. A família autorizou o procedimento e foi possível doar fígado, rins e córneas. Um dos filhos relatou como o apoio da equipe foi essencial: “A doação de órgãos é fundamental, pois através dela podemos ajudar várias pessoas que estão na fila de espera. Gostaria de agradecer a toda equipe do Hospital que nos deu total apoio nesse momento complicado”. A identidade do familiar e da paciente foram preservadas para garantir sigilo e respeito ao luto.
Após a autorização, o procedimento de captação dos órgãos é iniciado. Neste momento, a CIHDOTT atua de forma integrada, coordenando o fluxo entre o corpo clínico, a Central de Transplantes e os serviços de regulação, pois os órgãos captados seguem para os receptores conforme a lista de espera do Sistema Nacional de Transplante. No Centro Cirúrgico, as equipes multiprofissionais especializadas realizam a retirada dos órgãos de forma segura e precisa. “O sucesso da captação depende da sincronia entre profissionais da UTI, da equipe cirúrgica, dos serviços de transporte e dos centros receptores, demonstrando a potência da cooperação interprofissional e o compromisso institucional com a ética e a vida”, concluiu Luciana.
Doe órgãos
A doação de órgãos salva muitas pessoas que aguardam pelo transplante. Comunicar aos familiares o desejo de ser doador é fundamental. Para facilitar esse processo, existe a Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (AEDO), uma plataforma criada para registrar essa intenção. A decisão no momento da morte continua sendo dos familiares, mas o registro facilita a compreensão sobre a importância da doação.
Sobre a Ebserh
O CH-UFC faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Marília Rêgo
Coordenadoria de Comunicação Social da Rede Ebserh