Brasil-Vietnã: fortalecimento da parceria pode contribuir para transição energética e novas formas de produção econômica

“Brasil e Vietnã têm tudo para contribuir com a humanidade em relação a dois grandes enfrentamentos:  a emergência climática e a emergência alimentar. Juntos, podemos criar novas formas de produção econômica, saindo da economia linear para a economia circular e promovendo a transição energética”.

As palavras ditas pelo secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Elias Rosa, que representou o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, na Missão Internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país asiático, traduzem o potencial do fortalecimento da parceria entre os dois países.

No discurso de abertura no Fórum Econômico Brasil-Vietnã, neste sábado (29/3), Márcio Elias Rosa destacou a expertise do Brasil na produção de alimentos, sendo a indústria nesse setor uma referência, além do conhecimento do Vietnã em técnicas de cultivo. “Juntos, podemos promover a produção a partir da sustentabilidade em três pilares: a sustentabilidade social, com a redução da desigualdade pela construção de um mundo mais justo; a sustentabilidade econômica, que gera renda para quem produz; e a sustentabilidade ambiental, que é a base e sem a qual não haverá futuro”, disse.  Para ele, a preservação ambiental é o epicentro dos direitos humanos. “É o direito à vida”, afirmou.

Aos empresários vietnamitas, o secretário apresentou a Nova IndústriaBrasil (NIB) e seus objetivos de tornar a indústria brasileira mais exportadora, produtiva, competitiva e sustentável. Ele falou como a NIB tem atraído investimento de todos os setores produtivos, como o automotivo, o de alimentos, o químico, o siderúrgico e o de saúde. “Ou seja, para quem pretende investir no Brasil, o momento é esse”, disse, referindo-se ao ambiente macroeconômico sólido e atrativo que o país vive.

 Cooperação comercial e industrial

Já em relação ao um memorando de entendimento para cooperação comercial e industrial assinado nessa sexta-feira (28/3), Elias Rosa se referiu como uma boa nova. Esse memorando cria o Grupo de Direção de Cooperação Comercial e Industrial, que busca promover a cooperação econômica em áreas prioritárias para o comércio, além de criar condições favoráveis à expansão das relações bilaterais. . “A partir de agora, com a criação de um mecanismo de diálogo permanente entre o Ministério de Finanças e Economia do Vietnã e o MDIC, vamos nos reunir anualmente para a promoção da diversificação do comércio, para a facilitação de investimentos e, também, para a superação de barreiras”, afirmou. Essa parceria vai abranger setores estratégicos, como alta tecnologia, transformação digital, transição energética, biocombustíveis, proteção ambiental e mudanças climáticas.

Em Hanói, o secretário-executivo do MDIC também acompanhou o presidente Lula em uma série de reuniões com líderes do Vietnã, como o presidente do Vietnã, Luong Cuong, o presidente da Assembleia Nacional do país, Trân Thanh Mân, e o primeiro-ministro, Pham Minh Chinh. Ele assistiu, também, à assinatura do Plano de Ação para Implementação da Parceria Estratégica para o período 2025-2030, que reúne prioridades do relacionamento bilateral em várias áreas.

Retrospectiva Brasil-Japão

 A primeira etapa da Missão Internacional do presidente Lula aconteceu no Japão, tendo resultado na assinatura de dez acordos e 80 instrumentos de cooperação. Em Tóquio, Márcio Elias Rosa acompanhou o anúncio da assinatura de dois memorados que estabelecem a Iniciativa para Combustíveis Sustentáveis e Mobilidade (ISFM) e a expansão da colaboração industrial entre os dois países. Ambos contaram com esforços do MDIC para o avanço das negociações.

O primeiro busca fomentar o uso global e integrado de combustíveis renováveis, como biocombustíveis, biogás, hidrogênio verde e seus derivados, em equipamentos de mobilidade e alto desempenho, como motores híbridos e flex. Já o segundo visa intensificar a cooperação industrial em áreas estratégicas como descarbonização e transição energética, economia circular, economia digital, cadeias globais de valor, mobilidade verde, bioeconomia, manufatura avançada, negócios de conteúdo e saúde. 

No discurso de abertura do Fórum Econômico Brasil-Japão, o secretário do MDIC, falando em nome do vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin, reiterou o compromisso do governo brasileiro com a consolidação de um ambiente de negócios cada vez mais favorável. Ele destacou o momento macroeconômico atrativo para investimentos estrangeiros, a importância do aprofundamento das relações comerciais e industriais com o Japão, tendo abordado, ainda, sobre a possível união Mercosul-Japão como uma importante solução de apoio ao multilateralismo.

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