Restauro do conjunto da Ilha da Boa Viagem, em Niterói (RJ), chega à etapa final

Erguida em 1650, a capela sofreu um incêncio após invasão francesa e foi reconstruída em 1780. Créditos: Daniela Reis

Para o restauro foram designados aproximadamente R$ 5,5 milhões da Prefeitura . A obra concentra-se na recuperação das edificações da ilha: a capela de Nossa Senhora da Boa Viagem , o fortim e o casarão conhecido como castelo. As obras na capela estão em estágio avançado : o s trabalhos incluíram adequação da rede elétrica , bem como i nstalação de ar-condicionado, nova iluminação e banheiros. Ao lado d o templo , está em andamento o conserto de um poço que se transformará em cisterna, com água pluvial e potável para abastecer o conjunto da ilh a .

Antes em ruínas, agora o fortim foi recuperado a partir do que havia de vestígios da construção. Além da pintura, drenagem e instalação de câmeras, teve o piso recomposto em terracota , transformando-se em um espaço de contemplação.

Após a conclusão das obras, o monumento vai ser reaberto para niteroienses e visitantes , o que p romet e incrementar o turismo da região. Por meio de uma parceria com a Unesco, o local deve ser a primeira ilha do país a ter o conceito de Ilha Museu, com experiências interativas desde a entrada, de modo a compor um amplo museu a céu aberto .

“A cultura, a história, Niterói e o Brasil ganham com esse restauro. Era um lugar que todo mundo queria visitar, mas não conseguia acessar. Os moradores resgatarão o valor de pertencimento dessa área da cidade ”, ressalta Mauro Pazzini, arquiteto do Iphan e fiscal do bem tombado.

Antes dos trabalhos em curso, foram executadas obras de contenção das encostas e melhoria dos acessos à ilha , que garantiram a segurança do espaço. Financiadas pela Prefeitura, todas as intervenções são fiscalizadas pelo Iphan. Para as obras de contenção, concluídas em 2020, foram investidos R$ 1,8 milhão.

“ Não adianta restaurar o bem tombado e deixar sem uso : a gente quer que as pessoas usufruam desse espaço. Os trabalho s em andamento preveem o uso, que vai dignificar o local e ajudar na conservação e na manutenção do monumento”, conclui Pazzini

A história da Ilha da Boa Viagem

O nome da ilha revela o desejo dos antigos visitantes de que a parada proporcionasse sorte nas jornadas em que precisavam embarcar. O monumento , que atravessa séculos de história , não apenas remete aos viajantes como também propõe uma viagem pelo tempo. Tombad o pelo Iphan em 1938, o conjunto da ilha foi inscrit o em três Livros do Tombo: o Histórico; o das Belas Artes; e o Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico.

Contornada pelas águas serenas da Baía de Guanabara, a I lha da Boa Viagem apresenta um cenário bucólico. Relatos de fé e de defesa militar marcam es s e monumento natural e histórico, conectado ao continente por uma longa ponte de cimento. Em 1650 , começou a ser construída a Capela de Nossa Senhora da Boa Viagem em estilo colonial . Uma escadaria com 127 degraus leva até o templo, que desponta na parte mais alta da ilha. Em um plano mais baixo se encontra o fortim.

De proporções intimistas e aspecto singelo, a capela virou centro de peregrinação de marinheiros. No templo, os homens do mar agradeciam por viagens bem-sucedidas ou pediam benção para os próximos trajetos. A adoração à Nossa Senhora da Boa Viagem motivou a realização de festas religiosas, que culminavam com afetuosas procissões marítimas.

A capela foi destruída durante a invasão francesa de 1711 e reconstruída em 1780, e m estilo neoclássico. Além da vocação religiosa, o monumento foi historicamente destinado para fins militares. A visão privilegiada da Baía de Guanabara tornou a ilha parte do antigo sistema defensivo brasileiro. Registros históricos apontam o ano de 1702 como marco de início da construção d o fortim , que dispunha de cinco ou seis peças de artilharia.

Duas edificações mais recentes ampliaram o conjunto arquitetônico da ilha: uma, ao nível da baía, remonta ao período da 2ª Guerra Mundial. A outra, o casarão conhecido como castelo, também tem origem na década de 1940 e abrigou a sede dos Escoteiros do Mar.

Patrimônio à vista!
Além da própria ilha ser um Patrimônio Cultural, proporciona uma vista panorâmica de uma pluralidade de monumentos. Do lado de Niterói, é possível ter uma perspectiva única das curvas do Museu de Arte Contemporânea (MAC), projetado por Oscar Niemeyer e tombado pelo Iphan em 2015.

Mais adiante, avista-se a Fortaleza de Santa Cruz da Barra, que é tomba da pelo Instituto e integra o conjunto de Fortificações Brasileiras Candidatas a Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Outra construção militar rouba a cena , o Forte de Gragoatá . Com suas muralhas espessas, completa o tradicional sistema de fensivo de Niterói.

Na direção do Rio de Janeiro, delineiam-se com clareza as Paisagens Cariocas Entre A Montanha e O Mar, que em 2012 conquistaram o título de Patrimônio Mundial da Unesco. Trata-se da primeira área urbana no mundo a ter reconhecido o valor universal da sua paisagem urbana. Soma-se a esse conjunto um pôr do sol estonteante e vastas áreas verdes, que cativam tanto o marujo experiente quanto o visitante de primeira viagem.

Texto com informações da Prefeitura de Niterói
Crédito das imagens: Daniela Reis

Mais informações para a imprensa
Assessoria de Comunicação Iphan
comunicacao@iphan.gov.br
Daniela Reis - daniela.reis@iphan.gov.br
(21) 2233-6334
www. gov.br/iphan
www.facebook.com/IphanGovBr | www.twitter.com/IphanGovBr
www.youtube.com/IphanGovBr