Iphan lança grupo de trabalho com povos do Xingu e entrega certificados a detentores da Viola de Cocho

Durante agenda institucional em Cuiabá (MT), na última segunda-feira (28/04), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) se reuniu, no Museu Rondon, com representantes da Associação Terra Indígena do Xingu (ATIX) para lançamento do Grupo de Trabalho para preservação do Patrimônio Cultural dos povos do Xingu, que irá desenvolver diretrizes para a proteção e integridade do patrimônio material e imaterial desses povos. Na sequência, o Iphan visitou a Associação das Manifestações Folclóricas de Mato Grosso (AMFMT) e entregou certificados aos detentores do Modo de fazer viola de cocho associado ao complexo cultural do Cururu e Siriri, conjunto de expressões culturais tradicionais do Estado que incluem danças folclóricas, músicas, culinária e artesanato.

Diretora substituta do DPI, Marina Larcerda, durante reunião com a ATIX. Foto: Mariana Alves/Iphan

Confira as fotos da agenda do Iphan em Cuiabá (MT)

Além das lideranças dos povos do Xingu, estavam presentes na agenda com a ATIX o presidente do Iphan, Leandro Grass, a superintendente do Instituto em Mato Grosso, Ana Joaquina Cruz, a diretora substituta do Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI/Iphan), Marina Lacerda e representantes da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).

"O Parque Nacional do Xingu abriga diversas etnias indígenas bastante distintas entre si. O papel do Iphan no grupo de trabalho é pensar mecanismos e desenvolver ações de preservação para os bens culturais dos povos originários", disse a superintendente do Iphan em Mato Grosso, Ana Joaquina Cruz.

A diretora substituta do Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI/Iphan), Marina Lacerda, ressaltou que um dos objetivos do DPI dentro do grupo de trabalho é valorizar ainda mais as línguas indígenas. “Hoje já temos quatro línguas indígenas do Xingu reconhecidas como referência cultural brasileira e queremos ampliar esse número para salvaguardar a identidade cultural desses povos”, disse.

Na Associação das Manifestações Folclóricas de Mato Grosso (AMFMT), o presidente do Iphan, Leandro Grass, entregou certificados aos detentores do Modo de fazer viola de cocho associado ao complexo cultural do Cururu e Siriri, reconhecido como patrimônio cultural do Brasil pelo Iphan desde 2005, e viu de perto as apresentações dos grupos locais da manifestação cultural Estrela Divina e Estrela Guia Mirim.

Viviane Goes, proprietária da casa de Axé no centro histórico de Cuiabá. Foto: Mariana Alves/Iphan

Entre uma agenda e outra, a comitiva do Iphan visitou uma casa no centro histórico de Cuiabá (MT) que está sendo restaurada pelo Programa Conviver, iniciativa do Instituto que envolve comunidades de baixa renda na gestão colaborativa de bens culturais. Por meio de parceria com universidades e institutos federais, o programa promove a conservação de bens tombados por meio dos chamados canteiros-modelo, que envolvem estudantes e profissionais no processo de restauração.

“A casa está no meu nome, mas ela é de todos. A casa será aberta à comunidade e minha missão é fazer com que o local seja um museu de matriz africana. Me sinto abraçada pela Universidade Federal do Mato Grosso, pelo canteiro-modelo de conservação e todos que abraçaram a causa”, Viviane Goes, proprietária de uma casa de Axé que está recebendo apoio do Programa Conviver.

Anúncio de obras em Cuiabá com recursos do Novo PAC

Na manhã da segunda-feira (28/04), o Iphan anunciou a restauração de dois imóveis históricos em Cuiabá (MT) com recursos do Novo PAC. Os investimentos somam mais de R$ 7 milhões e contemplam a Casa 7 de Setembro e a Casa de Bem-Bem, duas referências da arquitetura e da história da cidade.

A Casa 7 de Setembro receberá aproximadamente R$ 2,5 milhões e voltará a sediar a Superintendência do Iphan no Mato Grosso. Já a Casa de Bem-Bem será restaurada com um investimento de R$ 4,6 milhões, resultado da parceria entre o Iphan e a Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso (Secel/MT).

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