Com investimento de R$ 19 milhões, igrejas são entregues restauradas na Bahia

A Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento e a Igreja de São Bartolomeu foram entregues reformadas à população dos municípios de Itaparica e Maragogipe (BA) nesta segunda-feira, 28. Totalizando um investimento de aproximadamente R$ 19,1 milhões, os projetos promoveram a restauração dos dois templos, que são tombados como Patrimônio Cultural do Brasil. As obras foram realizadas no âmbito do Programa de Preservação de Cidades Históricas, executadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura (Secult) e ao Ministério do Turismo.

Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento passou por restauração que incluiu acervo do templo (Foto: Acervo Iphan-BA).

Participaram das cerimônias de reinauguração os ministros do Turismo, Gilson Machado Neto, e da Cidadania, João Roma, e o secretário especial da cultura, Mário Frias, além da presidente do Iphan, Larissa Peixoto. Também estiveram presentes o arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, o cardeal dom Sérgio da Rocha, e autoridades locais.

Localizada no município de Itaparica, que fica na região metropolitana da capital Salvador, a igreja Matriz do Santíssimo Sacramento recebeu obras de restauração que incluem o acervo de bens móveis e integrados, além da modernização de instalações prediais e adequação do bem às normas de acessibilidade. No centro da cidade, a igreja ganha destaque devido ao seu porte elevado, se sobressaindo em meio ao casario que a cerca. As intervenções na edificação foram iniciadas em 2018 e concluídas ainda no ano passado, totalizando investimento de R$ 9,4 milhões.

Da mesma forma, o projeto de restauração da Igreja Matriz de São Bartolomeu, localizada no município de Maragojipe, no recôncavo baiano, previa a modernização de instalações prediais e adequação do templo às normas de acessibilidade. O escopo das obras incluiu o acervo de bens e móveis integrados. Considerada de grande valor histórico e arquitetônico, a igreja de São Bartolomeu foi um dos primeiros templos erigidos na Bahia, provavelmente em fins do século XVII. Para o projeto, foram investidos cerca de R$ 9,7 milhões.

Igreja Matriz de São Bartolomeu passou por restauração que incluiu o acervo do templo (Foto: Iphan-BA).

“Entregamos dois templos que se destacam na paisagem de Maragojipe e Itaparica, dois bens significativos na história da formação do Brasil. E, além disso, são dois bens de grande importância para a população baiana atualmente”, comenta a presidente do Iphan, Larissa Peixoto. “As igrejas do Santíssimo Sacramento e de São Bartolomeu estão de volta à comunidade e se unem a um conjunto de obras, na Bahia e em outros estados, que realizamos visando, também, ao turismo religioso e à sustentabilidade social e econômica dessas cidades.”

Com a conclusão dos restauros nas igrejas de São Bartolomeu e do Santíssimo Sacramento, o Iphan chega a nove projetos concluídos entre 2019 e 2021 na Bahia, totalizando um investimento de R$ 70 milhões. Além de Maragojipe e Itaparica, Os bens contemplados estão distribuídos nos municípios de Salvador, Santo Amaro e São Félix. No decorrer de 2021, estão em curso seis projetos de restauração e um de requalificação nos municípios de Salvador, Itaparica e Maragojipe.

Histórico

Inserida no conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico de Itaparica, a Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento foi construída no final do século XVIII, entregue à comunidade em 1794. Edificado em alvenaria mista de pedra e tijolo, o templo possui nave e capela-mor ladeadas por sacristias e corredores. A edificação é coberta por um telhado cerâmico e a fachada possui coroamento com frontão rococó com um óculo central e uma torre. Dentre as intervenções pelas quais a igreja passou no decorrer do tempo, estão as obras realizadas no início do século XX durante as quais foram inseridas policromias sobre as paradas e bens integrados da nave e da capela-mor.

A Igreja de São Bartolomeu, por sua vez, foi erigida do século XVII ao XVIIII, com obras que duraram cerca de 70 anos. O templo se tornou modelo para outras igrejas baianas, a partir de características como os corredores laterais e fachadas com duas torres, especialmente no caso de igrejas matrizes e sedes de irmandades. A edificação possui planta em cruz latina, duas sacristias e capela-mor, tendo interior rico com altares entalhados em estilos rococó e neoclássico, além das imagens, telas, prataria e móveis.

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