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Dia mundial das Áreas Úmidas: ambientes vitais para preservação da água, clima e biodiversidade
Mundialmente as áreas úmidas cobrem 13,6 milhões de quilômetros quadrados. No Brasil abrangem cerca de 20% do território e na Bacia Amazônica mais de 30%.
Nesta quinta-feira (2/02) se comemora o Dia Mundial das Áreas Úmidas, a data foi criada com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a proteção e os benefícios dessas áreas. O Grupo de Pesquisas de Ecologia, Monitoramento e Uso Sustentável de Áreas Úmidas (Maua) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), se dedica a estudar e gerar conhecimento sobre as Áreas Úmidas brasileiras, em especial as amazônicas, dando embasamento para criação de políticas públicas, buscando conciliar a conservação com o uso dessas áreas.
Sendo ambientes que ficam permanentemente, ou periodicamente, inundados por águas com grandes inundações ou solos encharcados, essas áreas têm a função de regular o clima, os ciclos da água e seus nutrientes. Além disso, abrigam uma enorme biodiversidade local e migratória, e nelas são geradas novas espécies desde os períodos evolutivos até os dias atuais. Durante o período de cheias, funcionam com esponjas, absorvendo e armazenando água e na seca devolvem essa água gradualmente ao sistema natural. Muitas áreas úmidas têm solos férteis permitindo atividades fundamentais para a sobrevivência dos seres humanos que cultivam no solo, tendo um enorme valor sociocultural e econômico.
Mundialmente as áreas úmidas cobrem 13,6 milhões de quilômetros quadrados, no Brasil abrangem cerca 20% do território e na Bacia Amazônica mais de 30%, divididos em igapós, várzeas, campinaranas, manguezais e baixos. Nesses ambientes ocorrem inundações periódicas com frequência, com duração e magnitude variáveis.
As ameaças são muitas, desde o desmatamento nas cabeceiras, até a construção de usinas hidrelétricas que mudam a qualidade da água e o regime da inundação. Outros fatores são a poluição das águas por resíduos domésticos e industriais, o garimpo, a exploração mineral, de gás e petróleo, que afetam a biodiversidade e contaminam os alimentos e animais, afetando os seres humanos.
Além disso, as mudanças do clima, com o aumento da temperatura e de eventos extremos de cheias e secas, junto com as mudanças do uso da terra, impactam o equilíbrio das áreas úmidas.
Grupo de Pesquisa Maua
O Maua é um grupo de pesquisa que desde 1985 se dedica a estudar e gerar conhecimento sobre as Áreas Úmidas brasileiras, em especial as amazônicas. Conta atualmente com um grupo de mais 50 participantes, incluindo pesquisadores, colaboradores, estudantes e técnicos, caracterizando-se assim como referência em diversas áreas de estudo e na formação de pessoas. Os trabalhos conduzidos pelo grupo Maua também têm importante papel para os estudos sobre a biodiversidade, o funcionamento, os impactos, a conservação e o manejo sustentável das áreas úmidas.