CNEN celebra dois anos de produção comercial do único radiofármaco brasileiro específico para o câncer de mama

(Foto: Tania Muguet/CGAI/CNEN)

A CNEN desenvolve pesquisa e inovação voltadas a diagnóstico e terapia de vários tipos de câncer, e se junta à campanha Outubro Rosa, que alerta para a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do rastreamento do câncer de mama. Quem passa em frente ao casarão antigo, na rua General Severiano, 90, em Botafogo, Rio de Janeiro, sede da Autarquia, pode ver a fachada iluminada com leds cor-de-rosa, iniciativa que visa apoiar as recomendações do Ministério da Saúde de promover a conscientização acerca da doença.

Enquanto avança no desenvolvimento de radiofármacos inovadores que oferecem esperança no tratamento do câncer de mama, a CNEN celebra o segundo ano de produção comercial do único radiofármaco brasileiro voltado para a doença, o Radiofes®, desenvolvido por pesquisadores do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN/CNEN), unidade técnico-científica localizada no campus da UFMG, em Belo Horizonte, Minas Gerais. 

O Radiofes® possui alta eficácia na detecção de diagnóstico de carcinoma de mama primário e metastático, e é utilizado por pacientes com câncer de mama de Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Brasília e Pernambuco. O produto é um agente de diagnóstico radioativo utilizado para detectar tumores que expressam receptor de estrogênio, auxiliando a biópsia em pacientes com câncer de mama metastático ou recorrente. 

O câncer de mama é a neoplasia maligna mais comum entre as mulheres e um dos mais incidentes em casos de morte por câncer no mundo. No Brasil, representa a maior incidência na população feminina, ficando atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. Os radiofármacos são utilizados na medicina nuclear para diagnóstico, terapia e pesquisa médica. O Radiofes® é produzido pela Unidade de Pesquisa e Produção de Radiofármacos do CDTN/CNEN em escala comercial desde 2021.

“Sabe-se que cerca de 70% dos cânceres de mama estão relacionados ao receptor de estrogênio, característica em que o Radiofes® atua com grande precisão para diagnóstico de carcinoma de mama primário e metastático. Considerando que, segundo o Instituto Nacional do Câncer, trata-se do tipo mais incidente em mulheres, o uso do Radiofes® permite diagnóstico mais precoce em comparação com as técnicas atualmente disponíveis, aumentando ainda mais as chances de cura através do desenvolvimento de estratégias mais assertivas de tratamento quimioterápico”, aponta Leonardo Tafas, chefe substituto do Serviço de Radiofármacos do CDTN/CNEN. 

Radiofes®

Além disso, o Radiofes® apoia também a caracterização de receptores hormonais em lesões tumorais durante o estadiamento, ou seja, o processo para determinar a localização e a extensão do câncer presente no corpo. Essa identificação contribui para a escolha da estratégia de tratamento do paciente pela equipe médica especializada.

Como os radiofármacos funcionam

Os radiofármacos são utilizados na medicina nuclear para diagnóstico, terapia e pesquisa médica. São administrados no paciente, geralmente, por via intravenosa, possibilitando a obtenção e imagens funcionais dos órgãos e tecidos por meio do exame de Tomografia por Emissão de Pósitrons (sigla PET, em inglês). Ao fornecer, de forma não-invasiva, imagens que podem auxiliar no diagnóstico e terapia de várias doenças, os radiofármacos representam uma alternativa de alta eficácia. No CDTN, os radiofármacos são produzidos e comercializados desde 2008.

* Com informações da Ascom CDTN/CNEN