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BRICS
Fazenda e Banco Central coordenam última reunião da Trilha Financeira do Brics sob presidência brasileira
O Ministério da Fazenda e o Banco Central presidiram, nesta segunda-feira (1º/12), a 4ª Reunião de Vice-Ministros de Ministérios de Finanças e Vice-Governadores de Bancos Centrais do Brics. Realizada de forma virtual, a sessão marcou o encerramento da presidência brasileira da Trilha de Finanças do agrupamento, anunciando também a passagem para liderança indiana, em 2026.
Além da apresentação das principais entregas e dos temas abordados durante 2025 — finanças sustentáveis, infraestrutura, resseguros, cooperação para reformas na governança global, entre outros —, a reunião buscou facilitar a definição dos trabalhos ao longo de 2026.
A presidência brasileira coordenou o debate a partir da constatação de que, apesar da resiliência demonstrada pela economia global ao longo deste ano, o cenário internacional é marcado por um incremento das incertezas e dos riscos.
“O crescimento econômico global permanece contido, provavelmente em uma trajetória de leve desaceleração, especialmente à medida que a incerteza persiste e alguns fatores compensatórios iniciais ao aumento de tarifas se dissipam”, diz parte da Nota Conceitual produzida pela presidência brasileira para a última reunião. “As economias emergentes e em desenvolvimento continuam crescendo em ritmo mais rápido do que as economias avançadas, mas também vêm sendo constrangidas por esse ambiente de incerteza e pelo aumento de restrições aos fluxos econômicos internacionais”, complementa a Nota Conceitual.
Balanço
A secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, embaixadora Tatiana Rosito rememorou os esforços organizativos empreendidos em 2025: “Uma das questões mais importantes promovidas durante a presidência brasileira foi a integração dos novos membros. Consideramos que demos passos importantes decisivos nesse sentido, disse.
Rosito ressaltou a posição brasileira em prol da ampliação da participação como forma de aumentar e efetividade dos trabalhos e de aprofundar a transparência, desejando que os esforços nesse sentido tenham continuidade.
“A Presidência brasileira do Brics em 2025 buscou criar um canal permanente de diálogo entre atores governamentais e não governamentais sobre a agenda econômica e financeira do bloco, promovendo a transparência e ampliando a participação de instituições acadêmicas, movimentos sociais e organizações da sociedade civil. Reafirmamos o compromisso de aprofundar o diálogo com a sociedade civil como componente integral da governança do Brics. Compilamos as experiências e recomendações que surgiram desse processo em um relatório”, pontuou.
A reunião também contou com a participação do Ipea, que liderou a iniciativa do Brics Think Tanks Network for Finance ao longo de 2025, representado pela presidenta Luciana Servo e Paulo Picchetti, diretor do Banco Central.
“É um prazer para o Banco Central co-organizar está reunião com o Ministério da Fazenda. Estamos ansiosos por ouvir mais uma vez as contribuições dos membros. Desejamos à Índia uma ótima presidência e sorte na condução dos trabalhos em 2026”, pontuou Picchetti.
Formalmente, a Índia assumirá a Presidência rotativa do Brics no primeiro dia de 2026.