Notícias
segurança do paciente
HUSM implanta Projeto Coala para reduzir sequelas em bebês prematuros
O uso da Oxigênioterapia nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) – se não realizada de forma controlada – pode causar prejuízos à saúde do recém-nascido. A grande maioria dos bebês, que nasce com desconforto respiratório, precisa suplementar oxigênio. Mas a quantidade adequada se torna um desafio para os profissionais da área da saúde.
Se o bebê prematuro recebe mais oxigênio (hiperóxia) que a quantidade ideal, ele pode sofrer sequelas como cegueira, descolamento de retina, lesões no cérebro e doenças pulmonares. Já, quando recebe uma quantidade inferior (hipóxia), pode levar a lesões cerebrais com sequelas neurológicas graves.
Em razão desse cuidado, surgiu o projeto COALA (Controlando Oxigênio Alvo Ativante) em UTI neonatais. O projeto foi criado pelo Instituto Fernandes Figueira, ligado à Fundação Fiocruz, com base em estudos feitos em conjunto por Estados Unidos, Canadá e Austrália. O Hospital Universitário de Santa Maria aderiu ao projeto em 2019.
- O oxigênio é a terapêutica mais utilizada nas Unidades de Cuidado Neonatal. O recém-nascido prematuro é mais vulnerável ao excesso de oxigênio, porque o seu sistema antioxidante ainda é imaturo e isso permite que o oxigênio cause lesão em órgãos ainda em formação, como olhos, pulmão, coração e cérebro. O projeto COALA visa conscientizar a equipe multiprofissional mostrando as evidencias sobre o melhor uso do oxigênio em prematuros internados na uti Neonatal através do cartão fixado no leito, aulas, discussões, mensagens eletrônicas - afirma a médica Marinez Casarotto, chefe da Unidade de Cuidados Intensivos e Semi-Intensivos Pediátricos e Neonatal.
A proposta é simples – consiste na capacitação e mobilização da equipe multiprofissional para o controle do Oxigênio Alvo. Para isso são fixados cartões plastificados junto a cada monitor, à beira de leito. O equipamento emite alarmes quando a quantidade de Oxigênio deixa de ser a ideal. É neste momento, que o profissional de saúde entra em ação para aplicar novamente a quantidade recomendada. Até então, acreditava-se que os bebês poderiam receber até 100% de oxigênio. Mas com esses estudos, descobriu-se que a quantidade ideal é de 91 a 95%.
- A UTINEONATAL sempre está procurando meios de fazer o melhor aos nossos pequenos. O projeto COALA é algo de extrema importância aos prematuros. Devemos sempre ver o oxigênio como terapêutica: o excesso ou o déficit causam sequelas. Fico muito feliz de ter o apoio da equipe nesse desafio de manter o Controle do Oxigênio Alvo Ativamente – afirma a enfermeira Camila Roso da Unidade de Cuidados Intensivos e Semi-Intensivos Pediátricos e Neonatal.
Os benefícios, com a adesão ao projeto, são muitos. O hospital vai economizar em quantidade de oxigênio usada e, principalmente, os bebês prematuros vão ganhar mais qualidade de vida.