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SAÚDE COLETIVA
Um gesto simples, um grande impacto: Ebserh reforça importância da lavagem das mãos
A batalha contra muitas doenças está nas nossas mãos. Desde o século XIX, os cientistas já comprovaram a importância do hábito de lavar as mãos e, atualmente, os profissionais de saúde alertam que o uso de água e sabão no dia a dia é fundamental para a promoção da saúde. Para dar destaque ao tema, foi criado, desde 2008, o Dia Mundial da Lavagem das Mãos (15 de outubro), uma iniciativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) para conscientizar sobre esta prática tão simples quanto eficaz na prevenção de doenças e na defesa da vida.
De acordo com profissionais de hospitais universitários da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), o simples ato de lavar as mãos em casa ajuda a evitar gripes, resfriados, Covid-19, conjuntivite, hepatite A, infecções intestinais, parasitoses, diarreias e gastroenterites e infecções respiratórias, entre outras. “Existem estudos que atrelam o hábito de higiene com menores números de síndrome diarreica, principalmente”, afirma o infectologista Marcos Maciel Sousa, do Hospital Universitário da Universidade Federal de Roraima (HU-UFRR/Ebserh).
“A gente tem uma evidência científica robusta de que é uma medida altamente eficaz e hoje ela é recomendada em todas as diretrizes de controle e prevenção de infecções em todo o mundo”, acrescenta o infectologista Rodrigo Douglas Rodrigues, do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC/Ebserh).
Enfermeira explica procedimento
De acordo com a enfermeira Aline Verônica de Oliveira Gomes Melo, da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG), do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o procedimento é simples: molhar as mãos, aplicar sabão, esfregar o dorso, as palmas, entre os dedos, a ponta dos dedos, unhas e punhos por 40 a 60 segundos, enxaguar e secar com papel ou toalha limpa.
“A lavagem de mãos é um gesto simples, mas que salva vidas”, reforça Aline Melo, que reconhece que o acesso às instalações básicas de higiene é um problema real, que deve ser contornado com políticas públicas que garantam saneamento básico e acesso à água tratada para toda a população. “Quando não há acesso fácil a água, o álcool em gel 70% é uma alternativa eficaz”, explica, lembrando que estas práticas, durante a pandemia, ajudaram a reduzir a incidência de infecções respiratórias e gastrointestinais.
Abordagem com crianças e adultos
A enfermeira Liége Kapteinat Ramos, que atua com Pricila Procopiou e Alberto Jungen no Serviço de Controle de Infecção Relacionado à Assistência à Saúde (SCIRAS) do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Humap-UFMS/Ebserh), disse que a família tem papel fundamental, principalmente dando exemplo e orientando as crianças sobre estes conceitos de higiene. “Lavar as mãos com frequência e chamar a criança para fazer junto é uma boa tática”, ensinou.
Já com os adultos, de acordo com o chefe do Setor de Gestão da Qualidade do Hospital das Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins (HDT-UFT/Ebserh), Luis Fernando Beserra Guimarães, a abordagem deve ser mais objetiva, deixando claro que o hábito de lavar as mãos é um ato de prevenção de doenças e de promoção da saúde coletiva. “Podem ser feitas campanhas, como foi feito na pandemia da Covid-19, incentivando a higienização das mãos”, afirmou.
Os profissionais da Rede Ebserh lembram que, além desta iniciativa do Unicef para a lavagem das mãos, existe o Dia Mundial de Higiene das Mãos, 5 de maio, instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que foca os profissionais de saúde e a prática de higienização das mãos no ambiente hospitalar, mas que também tem o objetivo de educar familiares e acompanhantes na visita aos pacientes e no dia a dia.
É o caso do Adenilson Jesus Almeida, paciente do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes, da Universidade Federal do Espírito Santo (Hucam-Ufes/Ebserh), que estava acompanhado do filho, Lorenzo, para consultas e exames no último dia 10. Após os compromissos, foi com o menino lanchar. “Mas antes, fomos lavar as mãos para pegar no lanche. E faço isso sempre em casa, orientando a lavar as mãos depois de brincar, depois do banheiro e sempre que preciso”, ensinou o pai atencioso.