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CONSCIENTIZAÇÃO
Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea começa neste sábado (14)
Banco de imagens Freepik - Foto: Anna Bizon
Essencial para o tratamento de doenças graves que afetam o sangue e o sistema imunológico, como leucemias, linfomas, mielomas múltiplos e quadros autoimunes, o transplante de medula óssea (TMO) é um procedimento que substitui uma medula óssea doente ou deficitária por uma saudável. Segundo dados de Hemocentros, a maior parte dos pacientes não encontra um doador compatível na família e a chance de localizar uma medula compatível na população em geral chega a ser de uma em cada cem mil habitantes. Com o objetivo de desenvolver atividades de esclarecimento e incentivo à doação de medula óssea no Brasil, a Lei nº 11.930/2009 instituiu a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea, uma campanha anual que vai de 14 a 21/12.
No Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), cerca de 30 a 40 transplantados são atendidos por ano no Serviço de Hematologia.
“Não somos um centro transplantador, mas recebemos os pacientes para acompanhamento”, esclarece a hematologista Giovanna Steffenello, chefe da equipe médica do Serviço de Hematologia do HU-UFSC. “Checamos hemogramas e taxas, realizamos exames de medula óssea para verificar se o paciente pode ter uma recaída e fazemos internações. Para passar pelo procedimento, é necessário ter seu doador ou um doador de banco, por isso, a importância da doação voluntária de medula óssea, com a qual é possível achar um receptor, um paciente que esteja precisando. No hospital, fazemos todo esse acompanhamento”, completa.
Para Angelo Nicasio Simon Junior (40), de Itajaí, paciente do HU-UFSC desde julho deste ano, contar com um suporte clínico e hospitalar em momentos de tanta vulnerabilidade é crucial. “O acompanhamento colabora, principalmente, para uma tranquilidade mental, diminuindo o medo de possíveis recidivas”, assinala. “Além disso, a equipe médica monitora a evolução do tratamento, passando previsões e colhendo dados. Minhas impressões gerais do HU são as melhores possíveis, tanto a equipe quanto a infraestrutura e medicamentos foram os melhores que já conheci”, afirma.
Flavio Augusto Maidl (34), de Palhoça, por sua vez, realizou transplante de medula óssea em janeiro de 2009, em Jaú (SP), e começou acompanhamento no HU-UFSC assim que recebeu alta e retornou para Santa Catarina. “Mantenho o acompanhamento até hoje, fazendo exames e consultas com hematologista uma ou duas vezes por ano”, relata. “Como existe a chance de a doença retornar, é sempre bom poder contar com esse suporte e estar sempre de olho, caso seja necessário algum tipo de intervenção. Desde a secretária até os médicos, todos da equipe são super atenciosos e competentes”, opina.
Também moradora de Palhoça, Érika Julia da Cunha (32) passou por transplante de medula em 2019. “Agora, só faço acompanhamento e a equipe médica [do HU-UFSC] me dá muita força. Amo muito a Dra. Giovanna”, acrescenta, mostrando a tatuagem que fez com a assinatura de Steffenello no braço direito.
Ao responder sobre a importância de doar medula óssea, a médica se emociona: “É um ato extremo e lindo de amor, com o qual você pode ajudar a salvar uma vida”, encoraja.
O que é medula óssea?
A medula óssea é um tecido líquido localizado no interior dos ossos, onde são produzidos os componentes do sangue: glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. Essas são as células substituídas no transplante de medula.
Há riscos para o doador?
Na doação por punção da medula óssea, é comum sentir dor no local da punção (quadril), mas ela tende a desaparecer dentro de alguns dias e a maioria dos doadores retorna às suas atividades normais uma semana após o procedimento. Na doação por aférese de sangue periférico, o doador pode apresentar um quadro gripal por conta da medicação ingerida para estimular as células-tronco hematopoéticas, contudo, é possível retornar às atividades normais logo no dia seguinte.
Vale destacar que realizar a doação não traz comprometimentos para a saúde do doador e que a medula óssea se regenera em até 15 dias.
Torne-se um doador
Para ser um doador voluntário de medula óssea, é necessário ter entre 18 e 35 anos de idade, estar em bom estado de saúde e não ter nenhuma doença impeditiva segundo a lista disponibilizada no site do Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) - um banco de dados de doadores de medula óssea financiado pelo Ministério da Saúde.
Após verificar que todos os pré-requisitos estão em conformidade, basta comparecer ao Hemocentro mais próximo, realizar um cadastro no Redome e coletar uma amostra de sangue para exame de tipagem. Quando um paciente necessitar do transplante, o banco será consultado e, caso um doador compatível seja identificado, este será convocado. Quanto mais doadores cadastrados, maiores serão as chances de os pacientes receberem tratamento e sobreviverem.
É importante lembrar que um doador de medula óssea deve manter seu cadastro no Redome atualizado, realizando as alterações necessárias pelo site ou através do aplicativo, e ainda pelo telefone (21) 3970-4100 ou pelo e-mail: redome@inca.gov.br.
Atualmente, a plataforma conta com 5.924.146 doadores cadastrados. Até novembro deste ano, 129.048 novos cadastros foram efetuados.
Rede Ebserh
O HU-UFSC faz parte da Rede Ebserh desde 2016. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.