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DIA MUNDIAL
HU-UFSC promove ação com foco nos cuidados com o Diabetes
O Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-USFC), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), realiza esta semana uma ação educativa voltada à prevenção, diagnóstico e manejo da diabetes, em alusão ao Dia Mundial dedicado à prevenção da doença (14 de novembro).
Desde segunda-feira (10/11), a equipe de Enfermagem da Área B do Ambulatório vem promovendo a ação, que visa especialmente informar sobre a insulinoterapia, mas inclui ainda a distribuição de kits com sachês de chá e docinhos diet, além de pipoca e chá. Os brindes são a introdução para uma conversa sobre os cuidados com pacientes diabéticos e o acesso ao tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A enfermeira Maria Patrícia Locks de Mesquita, destaca a importância da conscientização, alertando sobre os riscos do diabetes, e também sobre a necessidade da informação clara e precisa. “Recebemos aqui muitos pacientes, de todo o Estado e provenientes de realidades diversas. Por isso é tão importante trabalhar com a orientação, especialmente diante das novidades no tratamento, como é o caso das canetas aplicadoras de insulina que aceitam refil, e requerem manejo diferente das descartáveis”, comenta.
Saiba mais: por que o diabetes é tão perigoso?
O diabetes é caracterizado pelo aumento da glicose (açúcar) no sangue, causado pela falta ou má produção da insulina (hormônio produzido pelo pâncreas). Esse excesso pode prejudicar o funcionamento de órgãos, como coração, rins, olhos, além dos vasos sanguíneos.
Existem diferentes tipos da doença. O diabetes tipo 1 ocorre quando o próprio corpo não produz insulina (condição autoimune), geralmente surgindo na infância ou adolescência. Já no diabetes tipo 2, o corpo ainda produz insulina, mas não a utiliza de forma eficiente, sendo mais comum em adultos com predisposição genética e obesidade. Existe, ainda, a classificação “pré-diabetes”, quando os níveis de glicose estão acima do normal (entre 100 e 125 mg/dl), mas ainda não atingem os critérios da doença (a partir de 126 mg/dl). Identificar o pré-diabetes é essencial, pois medidas de alimentação saudável, prática de exercícios e acompanhamento médico previnem o desenvolvimento do diabetes tipo 2.
Cuidados na gestação
Outro tipo, o diabetes gestacional, pode ser detectado precocemente antes da 20ª semana de gestação (com a glicemia de jejum), ou, mais tardiamente, entre a 24ª e a 28ª semana (com Teste de Tolerância à Glicose Oral - TTGO), e pode afetar tanto a mãe quanto o bebê. Entre os riscos estão crescimento fetal excessivo, hipoglicemia neonatal, pré-eclâmpsia, aumento das chances de cesariana e necessidade de internação neonatal. O rastreio deve começar já no início da gestação e, mesmo que a glicose normalize após o parto, a mulher permanece em maior risco de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro.
Além dos tipos mais comuns, existem as formas atípicas de diabetes, que podem ter causas genéticas, estar associadas a medicamentos ou a condições específicas, como baixa quantidade de gordura corporal (lipoatrófico). Essas situações exigem avaliação especializada, pois o tratamento pode variar de acordo com a causa e nem sempre segue os padrões do diabetes tipo 1 ou 2. Outros sinais de alerta incluem condições como a síndrome dos ovários policísticos e o acanthosis nigricans (escurecimento de dobras de pele), que podem indicar resistência severa à insulina.
Como prevenir e tratar
A prevenção e o tratamento de todos os tipos de diabetes envolvem hábitos de vida saudáveis. A alimentação equilibrada, com redução de açúcares simples e gorduras saturadas e o aumento do consumo de fibras, proteínas magras e de boas gorduras, combinada à prática regular de exercícios físicos, ajuda a manter o controle glicêmico e melhora a sensibilidade à insulina. É importante priorizar alimentos naturais e preparar refeições de forma saudável, evitando frituras e excesso de industrializados.
Outro cuidado específico com a pessoa diabética está na atenção aos seus pés. O diabetes causa uma diminuição do fluxo sanguíneo e sensibilidade na área, o que aumenta o risco de feridas, infecções e até amputações. Entre os cuidados estão a higiene diária, a hidratação, o corte correto das unhas para evitar encravamento e o uso de calçados adequados, inclusive dentro de casa.
O SUS garante tratamento para pessoas com diabetes, oferecendo medicamentos, que ajudam a manter os níveis estáveis de glicose no sangue, e insumos essenciais para monitoramento domiciliar da glicemia, como glicosímetros, tiras reagentes, lancetas e seringas com agulha acoplada. Além disso, o SUS oferta a insulina humana NPH (para controle da glicose entre refeições) e regular (de ação rápida), em frasco ou caneta, incluindo a nova caneta refil (reutilizável). O Ministério da Saúde elaborou uma cartilha com todas as orientações de uso das versões descartável e reutilizável da insulina em caneta.
Rede Ebserh
O HU-UFSC faz parte da Rede Ebserh desde 2016. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.