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UROLOGIA
Novo procedimento a laser para próstata é menos invasivo e permite recuperação mais rápida

O Complexo do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), recebeu da Associação dos Amigos do Hospital de Clínicas (Amigos do HC) a doação de um equipamento para a realização de cirurgias urológicas para tratar a hiperplasia benigna de próstata (HPB), que consiste no aumento benigno da glândula.
O aparelho permite a utilização da técnica chamada HoLEP (Holmium Laser Enucleation of Prostate). De acordo com o urologista do CHC-UFPR, Osny de Barros Junior, o método permite o tratamento de próstatas de qualquer tamanho, por via uretral, com menor chances de sangramento, menor tempo de uso de sonda uretral e menor tempo de internação hospitalar.
A chegada do laser de alta potência, segundo o médico, reforça o compromisso do Complexo com a excelência em saúde pública e na formação de profissionais médicos, consolidando o hospital como referência em atendimento, ensino e pesquisa no Brasil. Desde a implementação do equipamento, mais de 15 cirurgias já foram realizadas na instituição.
Sobre o procedimento
Conhecida pela sigla em inglês HoLEP, a Enucleação da Próstata com Laser de Hólmio é uma técnica moderna de tratamento da hiperplasia benigna da próstata (HBP), uma das condições mais comuns a atingir homens com mais de 60 anos de idade. O HBP é o crescimento benigno da próstata, que pode comprimir o canal da uretra, o que, por sua vez, leva a dificuldades para urinar. “Esse crescimento pode ser tratado com remédios, mas há casos em que é recomendada a enucleação da próstata, que é a retirada de parte do núcleo da próstata, que é o que comprime o canal da urina”, explica o médico André Matos de Oliveira, urologista do Complexo do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR) e professor da UFPR.
Na HoLEP, um laser de alta potência é introduzido no canal da uretra, através de um endoscópio, e esse laser remove o núcleo da próstata. Ruimaro Machado Coelho, médico urologista do CHC-UFPR, observa que a HoLEP é hoje considerada o padrão ouro para tratar a HBP. “É o melhor tratamento disponível no mundo. Tem resultados clínicos muito bons e recuperação mais rápida do paciente. Consequentemente, desafoga o hospital e abre a possibilidade de atender mais pacientes”, comenta.
Tradicionalmente, havia duas abordagens. Para próstatas não muito grandes, era feita a “raspagem” da próstata, através de um endoscópio. “Trata-se de um procedimento muito comum, uma tecnologia com 40 anos de uso”, afirma André. Para próstatas muito aumentadas, era necessária uma cirurgia maior, via abdômen, para realizar a enucleação. Já a HoLEP pode tratar qualquer tamanho de próstata. “Mas, no caso de próstatas muito grandes, trata-se de trocar uma cirurgia aberta, de corte, por um procedimento sem corte, com resultados melhores e tempo de recuperação muito menor”, explica André, que completa: “Outra vantagem é que um paciente tratado com HoLEP tem chances muito menores de ter recorrência da HBP nos dez anos seguintes ao procedimento”.
Tecnologia disponível em poucos hospitais públicos
Devido aos custos do equipamento a laser, a HoLEP está disponível em poucos hospitais. André observa: “A HoLEP está disponível na rede privada, mas o procedimento geralmente não é coberto pelos planos de saúde”. Ruimaro completa: “Agora, a gente oferece para os pacientes do HC um tratamento padrão ouro hoje no mundo para tratar a hiperplasia prostática”.
Aprender a realizar a HoLEP também é algo que atrai médicos para o Programa de Residência em Urologia do CHC-UFPR. Ruimaro conta: “É um procedimento complexo, com uma ‘curva de aprendizado’ longa, ou seja, o residente precisa executar muitos procedimentos para ser considerado proficiente. Como é uma tecnologia relativamente nova, também é mais difícil de aprender e treinar depois de sair da Residência. A expectativa é que façamos no HC de oito a dez procedimentos [com HoLEP] por mês, lembrando que estamos falando só de HBP”.
Rede Ebserh
O CHC-UFPR faz parte da Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Rede Ebserh) desde 2014. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.