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DOENÇA RENAL
Atenção a condições como hipertensão arterial e diabetes pode evitar complicações nos rins
Hospitais da Rede Ebserh oferecem tratamento especializado para pacientes renais.
Nesta reportagem, você vai saber mais sobre:
Conscientizar para prevenir
Tratar para não agravar
Mudar para melhorar
Pesquisar para avançar
Hospitais da Rede Ebserh oferecem tratamento especializado
Na maioria dos casos, a origem da insuficiência renal está relacionada à hipertensão arterial e ao diabetes. No entanto, uma “simples” infecção urinária pode acarretar sérios problemas nos rins. Para alertar sobre o cuidado com esse órgão tão vital para o corpo, especialistas que atuam em HUs vinculados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), dentre eles o Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap-UFF), chamam a atenção para a prevenção de condições que podem levar ao desenvolvimento de doença renal.
Elias Warrak, nefrologista do Huap, explica que recorrentes casos de infecção do trato urinário podem evoluir para insuficiência renal. “A infecção urinária pode ser restrita à bexiga (cistite simples), geralmente de bom prognóstico, ou de forma repetitiva que, quando associada a cálculos ou obstrução urinária, pode levar à falência renal e à diálise”, esclarece. Segundo o médico, outras doenças que podem desencadear ou estar associadas a problemas renais são glomerulopatias, lúpus eritematoso sistêmico, além de obstrução urinária e doenças malignas.
Conscientizar para prevenir
Para alertar sobre a importância da prevenção de enfermidades que podem levar ao comprometimento da função dos rins, este ano, a campanha do Dia Mundial do Rim (celebrado na segunda quinta-feira de março) traz como tema “Seus rins estão ok? Faça o exame de creatinina para saber”. Dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia apontam que, por ano, cerca de 50 mil brasileiros com doença renal morrem precocemente antes de ter acesso à diálise ou ao transplante.
A doença renal pode ser silenciosa, mas há casos em que o indivíduo sente alguns sintomas. Os sinais mais conhecidos são hipertensão arterial, urina com sangue, com espuma ou de cor muito clara (como água), e edemas, principalmente nas pernas, no rosto e em torno dos olhos. Em casos mais avançados, surgem anemia, perda de apetite, náuseas e vômitos. “Os sintomas apresentados dependerão das causas da doença renal”, afirma o enfermeiro nefrologista no HULW-UFPB, Lucas Pereira.
Tratar para não agravar
Estima-se que existam 850 milhões de pessoas com doença renal no mundo em decorrência de diversos fatores, conforme cálculo da Organização Internacional World Kidney Day. No Brasil, são mais de dez milhões de indivíduos. José Ricardo Amorim, de 39 anos, faz parte dessa estimativa. Há quatro anos, o jovem foi diagnosticado com insuficiência cardíaca. Embora seguindo o tratamento indicado, começou a apresentar sinais de que a saúde não iria bem. “O que me levou a procurar ajuda médica foi o fato de que minha barriga não parava de crescer. Aos poucos, fiquei sem comer direito, sem conseguir ingerir líquido e, por fim, sem andar”, contou.
O acúmulo de líquido no abdômen, conhecido como barriga d´água, tinha origem específica: os rins pararam de funcionar. O paciente passou, então, a fazer hemodiálise e está internado no Hospital Universitário Lauro Wanderley da Universidade Federal da Paraíba (HULW-UFPB) há um mês. “Estou muito melhor do que quando eu cheguei aqui. Agora já consigo me alimentar bem e a barriga desinchou bastante. Quando tiver alta, acredito que em uns 15 dias, vou continuar o tratamento com hemodiálise e sendo acompanhado também pelos profissionais aqui do HU”, disse José Ricardo.
Mudar para melhorar
Outro cuidado essencial para evitar danos irreversíveis é com o estilo de vida, ou seja, adotar hábitos mais saudáveis. “Uma dieta adequada, exercícios regulares, controle da pressão arterial, dos níveis glicêmicos e da manutenção de um peso saudável, evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, além da realização de consultas médicas regulares, em especial, para os pacientes que já tem algum fator de risco presente”, elenca Lucas Pereira. Nesta lista, é preciso ainda evitar alimentos ultraprocessados, ingerir água e evitar o uso frequente de medicamentos sem prescrição médica, especialmente anti-inflamatórios.
Pesquisar para avançar
No HC-UFPE estão em andamento pesquisas e ensaios clínicos na área de glomerulopatias, que são grupo de doenças que afetam os glomérulos renais, estruturas que filtram o sangue e se apresentam como uma das causas mais comuns de doença renal avançada. “Entre as novidades que estão em evolução no HC-UFPE são drogas inovadoras para essas patologias as quais temos acesso mais facilmente por meio de ensaios clínicos patrocinados pela indústria. Fora isso, temos pesquisas na área de desenvolvimento de terapias dialíticas”, explica a nefrologista e chefe da Divisão de Gestão do Cuidado do HC-UFPE, Gisele Vajgel.
A pesquisadora cita o procedimento experimental xenotransplante, nome dado ao transplante de órgãos ou tecidos de uma espécie para outra (do rim de um porco para um humano, por exemplo). O transplante renal é recomendado para pacientes com insuficiência renal irreversível ou doença renal crônica. “A perspectiva é que os pacientes tenham acesso a esse tipo de tratamento a médio prazo”, estima.
Gisele acrescenta como ganho no tratamento de pacientes renais o fornecimento da medicação chamada dapagliflozina via farmácia popular para pacientes acima dos 65 anos e incluída no rol das medicações fornecidas pela Secretaria de Estado da Saúde de Pernambuco. “Com base em determinados critérios, pacientes com doença renal crônica podem ter direito a receber essas medicações, tanto pela farmácia popular quanto pelo Estado. São drogas inovadoras que servem para retardar a doença renal crônica e que estão com amplo acesso da população”, diz Gisele.
Hospitais da Rede Ebserh oferecem tratamento especializado
O Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE) dispõe de um serviço de Nefrologia completo que envolve acompanhamento por meio de consultas ambulatoriais, serviço de hemodiálise e diálise peritonial, além de equipe cirúrgica de cirurgiões vasculares e urologistas para a realização de transplantes renais.
“Nós temos toda a linha de cuidado do paciente de doença renal crônica, sendo que o acesso inicial é por meio de Regulação pela Secretaria de Estado de Saúde de Pernambuco”, disse a nefrologista Gisele Vajgel, destacando que o HC-UFPE conta com várias subespecialidades como ambulatório de doença renal crônica, doença mineral óssea, glomerulopatias, doenças raras genéticas de nefrologia, nefrologia geral e terapias renais substitutivas.
No caso do Huap-UFF, o paciente tem acesso a todos os exames necessários. “Isso inclui os exames de sangue, urina, ultrassonografia, tomografia, ressonância nuclear, medicina nuclear e biópsia renal. Com relação ao tratamento, o Huap dispões de um ambulatório de várias especialidades, como o de infecção urinária, doença renal crônica, glomerulopatias, nefrologia clínica e consultas pré e pós transplante renal”, afirma Elias Warrak.
O Huap realiza ainda procedimentos como implante de cateteres de dupla luz temporários e de longa permanência, confecção de fístula arteriovenosa (cirurgia que consiste em unir uma artéria e uma veia), implante de cateter peritoneal (cateter no abdômen do paciente, próximo ao umbigo), hemodiálise e diálise peritoneal (quando os rins param de funcionar) e plasmaferese. “Em conjunto com o Serviço de Urologia, o hospital já realiza, há vários anos e com sucesso, o transplante renal”, informa.
O HULW-UFPB tem o serviço de hemodiálise destinado a pacientes agudos internados nas clínicas e na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A hemodiálise é um procedimento através do qual uma máquina limpa e filtra o sangue, ou seja, faz parte do trabalho que o rim doente não pode fazer.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Jacqueline Santos, com edição de Danielle Campos
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh