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JULHO AMARELO
HU-UFJF é centro de referência em hepatites virais
Julho amarelo é o mês de reforço das ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais. O Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF/Ebserh) é referência no atendimento a essas doenças na cidade e região, contando com quase 2 mil pacientes cadastrados para tratamento de hepatites B e C crônicas.
As hepatites virais são inflamações no fígado causadas por vírus classificados pelas letras do alfabeto em A, B, C, D (Delta) e E. As mais comuns são as hepatites B e C, explica o médico Fábio Pace, responsável pela Unidade do Sistema Digestivo no HU-UFJF. A hepatite C é a mais comum, geralmente a que evolui para uma forma crônica, com complicações, afirma.
“O grande desafio é identificar esses pacientes, porque as hepatites crônicas virais tipicamente são assintomáticas, só vão desencadear uma manifestação em suas fases mais avançadas, já no indivíduo com cirrose ou que desenvolveu câncer de fígado”, esclarece Fábio. “Nosso objetivo é identificar esse paciente numa fase mais precoce, para que a gente possa tratá-lo antes que apareçam as complicações”, pontua.
O diagnóstico pode ser realizado através de um simples exame de sangue. Conforme o médico, o Ministério da Saúde tem uma política de distribuição de testes rápidos nas unidades básicas de saúde, para identificar se o paciente tem o vírus da hepatite B e C. Confirmado o diagnóstico, o paciente é encaminhado para centros de referência, como o Hospital Universitário, para tratamento. “Nós recomendamos que todas as pessoas acima de 40 anos façam um teste para saber se já tiveram ou têm o vírus da hepatite B e C. Com a pandemia, houve um impacto na distribuição e realização de testes, e isso já tem se refletivo no número de atendimentos”, afirma.
A boa notícia é que o tratamento hoje é universal e custeado pelo SUS. “Avançamos muito no tratamento, a chance de cura hoje é de 95%. O tratamento é fácil, dura aproximadamente 12 semanas, e é muito bem tolerado, diferente de 10, 15 anos atrás, quando era pouco eficaz e com muitos efeitos colaterais. O grande problema é identificar esses pacientes, porque as hepatites crônicas virais tipicamente são assintomáticas”, ressalta o médico.
A Organização Mundial da Saúde quer erradicar o vírus da hepatite C até 2030, e o Brasil é signatário desse esforço mundial.
Contágio e prevenção da hepatite B:
A transmissão é basicamente por via sexual. A vacina está no calendário vacinal do Ministério da Saúde, e é a principal medida de prevenção contra a hepatite B, sendo extremamente eficaz e segura. Para evitar a infecção, é importante:
. usar preservativo em todas as relações sexuais;
. não compartilhar objetos de uso pessoal, tais como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure, equipamentos para uso de drogas, confecção de tatuagem e colocação de piercings;
. a testagem das mulheres grávidas ou com intenção de engravidar também é fundamental para prevenir a transmissão da mãe para o bebê. A profilaxia para a criança após o nascimento reduz drasticamente o risco de transmissão vertical.
Contágio e prevenção da hepatite C:
Não existe vacina contra a hepatite C. Para evitar a infecção, é importante:
. não compartilhar com outras pessoas qualquer objeto que possa ter entrado em contato com sangue (seringas, agulhas, alicates, escova de dente, etc.);
. usar preservativo nas relações sexuais;
. não compartilhar quaisquer objetos utilizados para o uso de drogas;
. toda mulher grávida precisa fazer no pré-natal os exames para detectar as hepatites B e C, HIV e sífilis. Em caso de resultado positivo, é necessário seguir todas as recomendações médicas.