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Sem diminuir atendimentos, HC-UFTM reduz em 42% a taxa de ocupação no PS e em 61,5% o tempo de espera por internação
Após realizar dez oficinas quinzenais de implantação de ferramentas voltadas para a melhoria na gestão da assistência em urgências e emergências, o Hospital de Clínicas da UFTM promove, no dia 1.º de dezembro (quarta-feira), uma apresentação dos resultados do Projeto Lean nas Emergências, desenvolvido em parceria com o Ministério da Saúde e o Hospital Sírio Libanês.
O evento marca o fim da primeira fase do projeto e acontece das 10h às 11h no auditório Esmeralda, localizado no prédio da Reitoria da UFTM, com abertura à participação de toda a comunidade hospitalar e acadêmica, além dos interessados em geral sobre o tema. A fase de acompanhamento seguirá pelos próximos 12 meses, com foco na manutenção dos avanços alcançados.
“Reduzir a superlotação nas urgências e emergências de hospitais públicos e filantrópicos brasileiros é o principal objetivo do Lean, por meio da adoção de ferramentas de gestão voltadas para ganhos de eficiência e otimização de processos de trabalho”, explica o chefe do Setor de Projetos Estratégicos em Saúde do Hospital de Clínicas, Lucas Vieira Fernandes Corrêa.
O profissional complementa que os principais benefícios esperados para as instituições participantes são a redução da espera por atendimento, maior giro de leitos e menor tempo de passagem dos pacientes, sem prejuízo qualitativo na assistência prestada. “O projeto nos proporcionou não apenas capacidade técnica, mas também uma lógica de planejamento de ações com base nos problemas identificados, minimizando erros e traçando metas. Os resultados são consideravelmente visíveis”, considera Corrêa.
Por meio das práticas adotadas, tais como definição de estratégias de fluxo e planos de ação para 56 oportunidades de melhoria, foi possível ao Hospital de Clínicas reduzir em 42% a taxa de ocupação do Pronto-Socorro (PS) entre agosto e novembro de 2021 sem diminuir a taxa de admissão, detalha a chefe do Setor de Urgência e Emergência do HC, Cintia Machado Dutra. Isso significa preservar a capacidade operacional, com maior rapidez no direcionamento dos casos.
“Mudanças como um fluxo mais eficiente de altas nas áreas de internação (enfermarias) fazem parte desse ganho, permitindo menor permanência do paciente no PS, com encaminhamento para internação nas áreas adequadas do complexo hospitalar”, Dutra contextualiza, acrescentando que essa maior integração permitiu, no período, redução de 61,5% no tempo de espera por internação, além de 37,5% menos pacientes em Pronto-Socorro necessitando de ventilação mecânica.
Responsável Técnica da Enfermagem no PS, a enfermeira Tatiana Miranda relata que o ambiente de trabalho foi favorecido pelos protocolos formais implantados a partir da adesão ao Lean, permitindo, por meio da melhor organização do trabalho, uma assistência de maior qualidade e com mais segurança para o usuário. “Quem mais ganha com a agilidade nas transferências e na realização de exames e emissão de resultados é o paciente”, analisa.
Pesquisa realizada no Setor de Urgência e Emergência, e que contou com a participação de 27 trabalhadores, aponta que para 89% deles o ambiente de trabalho está mais organizado nos últimos três meses, mesmo percentual (89%) dos que consideram que o fluxo de pacientes do Pronto-Socorro para as enfermarias está mais dinâmico; 93% têm notado que as resoluções no setor estão mais ágeis e 93% acreditam que o projeto Lean trouxe mudanças positivas para a assistência no HC.
O chefe da Unidade de Pronto-Socorro, Wanderson Borges Tomaz, adianta que dentre as medidas para manutenção dos avanços conquistados estão a criação de um Escritório de Gestão de Altas, um comitê local de acompanhamento quinzenal das medidas implantadas pelo projeto e uma área de conforto ao paciente que já recebeu alta, fora da ala assistencial, para aqueles que esperam por transporte para retorno aos municípios de origem e já não precisam permanecer em leito.
Mais de 610 instituições registraram junto ao Ministério da Saúde interesse em participar do projeto Lean. Para compor o 5.º ciclo, foram selecionados 20 hospitais localizados em 14 estados brasileiros. A seleção das unidades de saúde públicas ou filantrópicas a participarem considerou fatores como a quantidade de leitos, a integração à rede de urgências e emergências, e o atendimento oferecido à população em pronto-socorro e em ambulatórios.
Unidade de Comunicação HC-UFTM