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HC-UFTM torna o atendimento a vítimas de violência sexual mais completo, com coleta de vestígios
Na manhã de 3 de dezembro, equipes assistenciais do Hospital de Clínicas da UFTM receberam treinamento na área de sexologia forense. O objetivo foi capacitar os profissionais para a realização da coleta de vestígios de violência sexual em pacientes que relatam terem sido vítimas de agressão dessa natureza.
De acordo com a médica legista Maria Flávia Furst Brandão, da Polícia Civil de Belo Horizonte, a coleta de vestígios já no atendimento em unidade hospitalar consiste em um protocolo humanizado que evita a revitimização do agredido, uma vez que dispensa a necessidade de repetição do relato, no Instituto Médico Legal (IML), sobre a violência sofrida e, consequentemente, o prolongamento da exposição de aspectos íntimos e com potencial de constrangimento do indivíduo.
Brandão, que além de ginecologista é mestre em Promoção da Saúde e Prevenção da Violência, apresentou os kits de coleta do material, ressaltando a necessidade de autorização por escrito do paciente para efetuação do procedimento. “As lâminas com as amostras de secreção para exame de DNA, voltadas a identificar o agressor, são lacradas em envelope próprio e remetidas ao IML de cada localidade. Quando o paciente for à delegacia registrar Boletim de Ocorrência, ele apresenta o protocolo de coleta de evidências produzido no atendimento hospitalar, sendo dispensado da passagem por perícia no IML”, pontuou.
Participante do treinamento, a gerente de Atenção à Saúde do Hospital de Clínicas, Andreia Duarte de Resende, considera a novidade um importante avanço na qualidade do atendimento prestado ao paciente. Para Resende, a capacitação significa, também, um passo essencial para a habilitação do hospital, junto ao Ministério da Saúde, como unidade de atendimento a vítimas de violência sexual.
“Embora o HC-UFTM já seja a referência local para esses casos, com exame clínico, atenção multidisciplinar e psicossocial, oferecimento de profilaxia contra infecções sexualmente transmissíveis e contracepção de emergência, ainda era necessária a efetivação da coleta de evidências para permitir a habilitação, que traz para a instituição um incremento na remuneração paga pelo SUS por esses atendimentos”, a gerente explica.
O Hospital de Clínicas da UFTM é porta aberta, via Pronto-Socorro, para atendimento de casos de violência sexual nas 72 horas posteriores ao fato. Passado esse período, é oferecido atendimento ambulatorial. De janeiro a novembro de 2021, a unidade hospitalar prestou assistência a 60 vítimas desse tipo de ocorrência, entre adultos, adolescentes e crianças.
Unidade de Comunicação HC-UFTM