HC-UFTM realiza acompanhamento ambulatorial de adolescentes com Escoliose Idiopática do Adolescente (EIA)

Realizar o diagnóstico precoce de patologias ortopédicas da coluna, possibilitar o tratamento, reabilitação e melhora da qualidade de vida dos pacientes, esses são alguns dos objetivos do ambulatório de coluna do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

No local, são atendidos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) do munícipio de Uberaba e dos 27 municípios da macrorregião do Triângulo Sul com problemas e condições relacionadas aos traumas de coluna vertebral. O ambulatório é coordenado pelos médicos Anderson Alves Dias e Leonardo Franco Pinheiro Gaia, e conta com um serviço que realiza o acompanhamento de adolescentes com Escoliose Idiopática do adolescente (EIA), que compreende uma alteração tridimensional da coluna vertebral provocando alterações funcionais e estéticas do tronco.

A equipe do ambulatório é composta por médicos, enfermeiras e fisioterapeuta. O trabalho realizado no ambulatório diz respeito a uma assistência específica que poucas instituições oferecem. Isso, porque os adolescentes com escoliose são avaliados pela equipe médica, junto com os estagiários do curso de Fisioterapia da UFTM, supervisionados pela professora Andréa Gasparini. Os pacientes são acompanhados recebendo intervenção fisioterapêutica específica para a escoliose. Somente no ano de 2022, cerca de 2200 pacientes foram atendidos no ambulatório.

O médico ortopedista Anderson Alves destaca que o ambulatório de coluna é importante para o tratamento precoce da escoliose na adolescência, o que pode impedir a progressão da curva, através do uso de coletes associados à fisioterapia. “Quando a curva passa a ser estruturada, ou seja, após a fase de crescimento o tratamento clínico da deformidade perde a eficiência. A curvatura pode então determinar importante alteração postural, dor e alteração no padrão respiratório. Assim, a detecção precoce pode ser otimizada através da capacitação de professores do ensino fundamental para realização de testes diagnósticos básicos como, por exemplo, o teste de Adams”, afirma.

A professora Andréa Gasparini reforça que a atividade desenvolvida no local pelos estagiários em fisioterapia é uma parceria de 12 anos entre o serviço de coluna, que era coordenado pelo Dr. Jorge Mauad (falecido em 2020), e pelo Estágio de Fisioterapia Musculoesquelética Hospitalar I. “Mesmo com o falecimento do Dr. Jorge, mantivemos a parceria com o ambulatório para unir a assistência médica aos adolescentes de escoliose idiopática com o acompanhamento fisioterapêutico. A partir dessa parceria, ensino e assistência trabalham juntos oferecendo condições de intervenções baseadas em evidências científicas aos usuários do SUS que utilizam do serviço”, enfatiza.

Maria Aparecida de Lima é mãe de Maria Clara Mendonça, de 12 anos, que faz fisioterapia no ambulatório de coluna do HC-UFTM. Ela destaca que o acompanhamento da equipe tem ajudado a filha a ter uma qualidade de vida melhor. “Além disso, o atendimento realizado pelos profissionais é muito bom e acolhedor”, reforça.

Escoliose Idiopática do Adolescente (EIA)

A Escoliose Idiopática do Adolescente (EIA) é uma deformidade da coluna vertebral e do tronco, tridimensional e multifatorial, que afeta crianças e adolescentes. De acordo com pesquisas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o diagnóstico precoce é o principal aliado do tratamento, de forma a evitar a cirurgia.

Dados recentes, apurados pelo grupo de pesquisa do laboratório de análise dos movimentos humanos da UFTM, coordenado pelo professor Dernival Bertoncello, mostram que cerca de 3,6% dos alunos de escola públicas em Uberaba, na faixa etária dos 10 a 13 anos, são portadores de escoliose, sendo que grande parte dessas crianças e adolescentes ainda não tiveram diagnóstico estabelecido.

Esses dados chamaram atenção do poder público e foi criada esse ano a Semana de Conscientização de Escoliose, a última de junho, com o nome do médico Jorge Mauad Filho, referenciando a figura do ortopedista que lutou pelo diagnóstico e tratamento precoce dessas crianças. Na ocasião, foram realizadas atividades, como conscientização de alunos e professores em escolas municipais, o que culminou com a aprovação de um projeto de lei que instituiu o Dia Municipal de Conscientização de Escoliose (26 de junho).

 “Esse é um marco para a cidade e acredito ser uma conquista histórica a nível nacional. Além disso o grupo foi convidado a participar de um projeto nacional de escoliose coordenado pela sociedade Brasileira de Coluna (SBC), no qual foram inseridos 24 serviços nacionais referências em escoliose, dentre eles a Santa Casa (SP), a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) e o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO). Apresentamos os dados de Uberaba sobre o perfil epidemiológico de escoliose em adolescentes de 10 a 13 anos com o objetivo de traçar um perfil nacional de escoliose. Foi um grande reconhecimento para o grupo esse convite”, destaca Anderson Alves.

Sobre a Ebserh

O HC-UFTM faz parte da Rede Ebserh desde novembro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

Por Paulina Oliveira, com edição de Danielle Campos.

Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh